É muito importante reforçar o potencial risco de transmissão da Mpox através da secreção ocular, mesmo após a melhora das lesões de pele“, diz a médica Luciana Peixoto Finamo, oftalmologista da Clínica de Olhos Dr. Moacir Cunha, que participou ativamente de dois estudos que mostram que a Mpox pode causar infecção ocular longa e que os olhos podem servir de reservatório para o vírus da doença.
Esses achados reforçam a necessidade de atenção dos profissionais de oftalmologia e infectologia para o manejo adequado dessas complicações oftalmológicas raras, mas graves, associadas à Mpox. Esse é um alerta não só para a população, mas para a classe médica, que tem recebido pouca informação sobre a relação da Mpox com os olhos”, afirma a médica.
Sintomas semelhantes aos da conjuntivite
Isso torna fundamental o acompanhamento oftalmológico adequado dos pacientes, já que o envolvimento ocular pode ser uma via de transmissão prolongada, especialmente por secreções oculares”, afirma a médica.
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Diferença entre emergência de saúde pública e pandemia
Antes de mais nada, é importante entender a diferença entre uma emergência de saúde pública e uma pandemia. A emergência de saúde pública de importância internacional é um mecanismo da OMS para alertar sobre crises de saúde que exigem atenção global, mas que ainda não se tornaram pandemias. Uma pandemia, por outro lado, é uma epidemia que se espalha por múltiplos continentes, afetando uma grande parte da população mundial.
A diferença entre uma emergência de saúde pública e uma pandemia deve ser compreendida para que possamos responder adequadamente a cada situação”, afirma alerta Marco César, diretor clínico da Salus Imunizações.
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O clado 2 do Mpox: uma ameaça potencial
O vírus Mpox é dividido em diferentes clados, ou seja, versões genéticas que evoluíram de forma independente. O clado 1, originado na África Ocidental, foi responsável pelo surto na Europa em 2022, mas não causou uma pandemia global significativa. Já o clado 2, proveniente da África Central, é mais transmissível e perigoso.
Ainda que não haja indícios de que a variante mais grave do vírus Mpox tenha chegado ao Brasil, a vigilância contínua e a preparação são essenciais para evitar um surto no país. “Embora o Brasil esteja atualmente em um nível 1 de emergência para a Mpox, conforme a ministra da Saúde, Nísia Trindade, é crucial que a população permaneça vigilante.
O clado 2 tem se espalhado rapidamente por países da África Central, como a República Democrática do Congo, Uganda e Ruanda. O risco de sua introdução no Brasil, devido ao tráfego internacional, não pode ser ignorado. É vital que estejamos prontos para identificar e isolar rapidamente quaisquer casos suspeitos.”
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Transmissão e sintomas da Mpox
A Mpox faz parte da família dos poxvírus, a mesma que inclui o vírus da varíola humana, erradicado em 1980. O vírus é transmitido principalmente por contato direto com lesões na pele, fluídos corporais ou objetos contaminados. Não é uma doença sexualmente transmissível, mas pode ser transmitida por contato próximo durante atividades sexuais.
Os sintomas incluem:
– Erupções cutâneas ou lesões que evoluem de manchas vermelhas para bolhas cheias de pus.
– Febre, dor de cabeça e dores musculares.
– Gânglios linfáticos inchados.
– Fraqueza e mal-estar geral.
Embora a maioria dos casos de Mpox seja leve, a doença pode ser severa em pessoas imunocomprometidas, crianças e idosos. O isolamento de pacientes é fundamental para evitar a disseminação. É crucial que a população siga as orientações das autoridades de saúde e busque atendimento médico imediato em caso de sintomas compatíveis com a Mpox”, explica Dr. Marco.
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Medidas de prevenção e vacinação
O Brasil está tomando medidas preventivas, incluindo a vacinação de profissionais de saúde que lidam diretamente com casos suspeitos de Mpox. Com a recente declaração de emergência, o Ministério da Saúde está negociando a compra de mais doses da vacina Jynneos para proteger a população em caso de um surto maior. prioridade é garantir que as vacinas estejam disponíveis para aqueles que mais precisam, especialmente em um cenário de emergência
De acordo com o médico, a vacinação contra a varíola oferece proteção cruzada contra o Mpox, e essa estratégia tem sido essencial para controlar o número de casos. Atualmente, existem duas vacinas disponíveis no mercado: a Jynneos, que é mais segura e recomendada para a maioria das pessoas, e a ACAM 2000, que possui mais contraindicações”.
A calma e a informação são nossas melhores aliadas para enfrentar essa possível ameaça à saúde pública. Mantenha-se informado e siga as recomendações de saúde pública para garantir sua segurança e a de sua comunidade”, completa o médico.
Com assessorias