“Ao doar sangue você está doando vida para as pessoas. O Samu Caxias está empenhado nesta causa, contamos com você também”, diz Daniel Quadros, médico socorrista do Samu no município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

Daniel Quadros, médico do Samu Caxias doa sangue regularmente (Foto: Divulgação / Cisbaf)
Elisabete Bezerra tem uma doença hematológica e necessita de transfusões de sangue (Foto: Acervo pessoal)

De fato, doadores de sangue dão vida nova, diariamente, a milhares de pessoas em todo o país. A estimativa é que uma bolsa de sangue seja suficiente para salvar quatro vidas.

São vidas como a da pensionista Elisabete de Aquino Bezerra, de 60 anos, que se trata no Hemorio e depende das doações porque passa por transfusões de hemácias periodicamente, há 17 anos, desde que o marido faleceu.

Confira o depoimento de Elisabete:

‘Ninguém escolhe ser paciente’, diz pensionista que depende de transfusões

Por Elisabete de Aquino Bezerra*

“Quando descobri um problema hematológico em 2006, não fazia ideia do quanto uma doação de sangue faria diferença na minha vida. Uma doença mieloproliferativa, sem cura, com necessidade de tratamento medicamentoso para sempre, que por vezes não é o suficiente e com isso tendo que receber transfusão de hemácias”, conta ela.

Vivenciei uma experiência difícil e ao mesmo tempo muito gratificante. Comecei a me sentir mal, sem forças, sem ânimo, o coração acelerado 24h, não conseguindo realizar atividades sem a sensação de desmaio. Precisei ir à emergência do Hemorio, onde me trato, e foi avaliada a necessidade de eu receber a transfusão de duas bolsas de hemácias.

Cheguei ao hospital por volta das 10h e só fui realizar o procedimento por volta das 23h. A demora aconteceu não por negligência do hospital, muito pelo contrário. Pacientes hematológicos precisam que o sangue que vão receber seja compatível não só no tipo (A, B, AB, O) como no fator Rh( + ou – ) e também nos anticorpos, na medida do possível.

Com mais ou menos 30 minutos de transfusão comecei a sentir o meu coração se acalmar com os batimentos voltando à normalidade, a palma das mãos deixando de ficar pálidas e o mal estar indo embora. Olhei para cima (a bolsa de sangue pendurada e conectada à minha veia) e chorei. Chorei de alegria, de sensação de alívio e bem estar.

Não sei quem foi o doador(a), mas agradeci imensamente a ele(a) por sua generosidade, compaixão, empatia e peço para que você continue sendo o salvador de quatro vidas.

Ninguém escolhe ser paciente, mas quando nos tornamos um, ficamos vulneráveis às complicações advindas da nossa doença. Por vezes necessito de transfusões de hemácias e, quando as recebo, meu corpo e minha alma agradecem a cada gota que corre até mim.

Obrigada, doadores vocês salvam a minha vida!!! Gratidão eterna do fundo do meu ❤️ a cada um de vocês”

*Elisabete de Aquino Bezerra é ex-telefonista, atualmente pensionista do INSS, e depende de doações de sangue para sobreviver 

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