A vacina contra a gripe não previne o novo coronavírus, mas pode ajudar a aumentar a imunidade para evitar possíveis complicações da Covid-19. Com este pensamento, milhares de pessoas correram aos postos de saúde e se aglomeraram em filas, mesmo contrariando as recomendações.

No Rio de Janeiro, o número de idosos que procuraram a vacinação contra a influenza nesta segunda-feira (23) foi o mesmo do registrado em uma semana em campanhas anteriores. Em alguns postos, os lugares na fila eram demarcados no chão, para evitar que a aproximação passasse de um metro e meio de distância.

Diante das enormes filas do primeiro dia, a Secretaria de Estado de Saúde resolveu mudar a estratégia. A partir desta quarta-feira (25) até dia 28, devem buscar a imunização pessoas com 80 anos ou mais. Entre 30 de março e 3 de abril, será a vez dos idosos com idades entre 70 e 79 anos; e do 6 a 14 de abril quem tem entre 60 e 69 anos. A partir do dia 15, a imunização voltará a ser feita em todos os cidadãos com 60 anos ou mais.

Por causa do coronavírus, houve uma corrida desenfreada aos postos de saúde. Essa adaptação foi motivada para preservar a população, que não deve se aglomerar enquanto espera para ser vacinada”, explicou o secretário de Estado de Saúde, Edmar Santos.

Por sua vez, Alexandre Chieppe, médico sanitarista da SES, afirmou que devem ser estabelecidos, nos locais de vacinação, espaços por grupos específicos, de forma a evitar o contato das pessoas “Deve-se sempre priorizar locais abertos e arejados. E, se ocorrer formação de filas, o profissional de saúde deve orientar as pessoas que seja respeitada uma distância mínima de 1,5 metro entre elas”, disse Chieppe.

Primeira fase da vacinação vai até dia 15

A primeira fase da Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe segue até 15 de abril para idosos e trabalhadores da saúde. Serão realizadas mais duas fases em datas e para públicos diferentes, alcançando cerca de 67,6 milhões de pessoas em todo o País. Na segunda etapa, a partir do dia 16 de abril, a vacina estará disponível para três outros grupos: professores das escolas públicas e privadas; profissionais das forças de segurança e salvamento; e portadores de doenças crônicas.

O Dia D da campanha acontece em 9 de maio e contempla crianças de seis meses a 5 anos; gestantes e mulheres até 45 dias após o parto; população privada de liberdade e funcionários do sistema prisional; indígenas; adultos de 55 a 59 anos; e pessoas com deficiência. A meta é vacinar, pelo menos, 90% de cada um desses grupos, até o dia 22 de maio.

O esquema, dividido por faixas etárias, começa a valer nesta quarta-feira (25/03) e deve ser seguido por todos os 92 municípios fluminenses. A SES esclarece que a competência de entrega de vacinas aos estados é do Ministério da Saúde; aos estados, por sua vez, compete distribuir aos municípios.

Vacinação ‘drive-thru’ no Rio

Devido à circulação do coronavírus no país, cada estado e município tem buscado estratégias para diminuir concentração de pessoas.  No Rio de Janeiro, o Detran iniciou a “vacinação  drive-thru”. Para ser imunizado, basta que o idoso vá até um dos postos, sem precisar sair dos veículos. As vacinas são dadas pela janela dos carros. A ação acontece nos postos do Detran até abril.

As unidades da capital e de Nova Iguaçu, colocadas à disposição das prefeituras fluminenses. Os municípios de Cabo Frio, Niterói e Nova Friburgo já solicitaram a área dos postos de vistoria e também estão estruturando suas ações de saúde.

Toda a organização da campanha de vacinação, assim como números de equipes e doses, é de responsabilidade de cada prefeitura. Os horários devem ser consultados junto às cidades. Para se imunizar, os pedestres devem procurar clínicas da família e unidades de saúde municipais.

Casos no Rio e no Brasil

Em 2020, o Estado do Rio de Janeiro registrou 121 casos de influenza/SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) e 3 casos de H1N1, sem registro de óbito. Já no ano passado, foram 2.432 casos de influenza/SRAG e 168 casos de H1N1, com 62 óbitos.

O Estado de São Paulo concentra o maior número de casos de H1N1, com 42 casos e 2 óbitos. Em seguida, estão a Bahia (40 casos e 3 óbitos) e o Paraná (20 casos e 5 óbitos). No ano passado, o país registrou 5.800 casos e 1.122 óbitos pelos três tipos de influenza.

Em todo o Brasil, até a Semana Epidemiológica 11 (14 de março), foram registrados 165 casos e 13 óbitos por Influenza A (H1N1), 139 casos e 14 óbitos por Influenza B e 16 casos e 2 óbitos por Influenza A (H3N2).

VACINAÇÃO DE ROTINA PARA CRIANÇAS é adiada

Neste momento, a expectativa é auxiliar os profissionais de saúde na exclusão do diagnóstico para coronavírus, já que os sintomas são parecidos. E, ainda, ajuda a reduzir a procura por serviços de saúde. Estudos e dados apontam que casos mais graves de infecção por coronavírus têm sido registrados em pessoas acima de 60 anos, grupo que corresponde a 20,8 milhões de pessoas no Brasil. Por isso, a primeira fase da campanha contempla esse público.

Para evitar o contato de crianças e idosos neste período, o Ministério da Saúde pede que pais e responsáveis não levem as crianças aos postos de saúde para vacinação de rotina. Durante a primeira fase da campanha de vacinação contra a gripe, o Ministério da Saúde recomendou aos Estados e Municípios que seja adiada a vacinação de rotina, principalmente das crianças.

Assim, até o dia 15 de abril, a população deve aguardar a conclusão desta fase para que possa voltar aos postos de saúde para se vacinar. A medida preventiva objetiva reduzir o contato dos idosos e crianças, já que estas são importantes transmissores e disseminadores das doenças respiratórias.

Assim, a recomendação é que pais e responsáveis por crianças aguardem o término desta fase e, a partir do dia 16 de abril, voltem às unidades de saúde para realizar a vacinação de rotina. Esta medida, se estende também para população adulta, contemplada no calendário nacional de vacinação. Contudo, para Estados com circulação ativa do vírus de sarampo e febre amarela, é recomendada a continuidade da vacinação para as duas doenças, e que estas estratégias ocorram de forma planejada afim de evitar concentração de pessoas.

Mais sobre a gripe e a vacina

A gripe é uma infecção aguda do sistema respiratório, provocada pelo vírus da influenza, com grande potencial de transmissão. Provoca febre, tosse, coriza, dores de cabeça e garganta e pode matar. Inicia-se com febre, dor no corpo, e tosse seca. Normalmente, tem evolução por tempo limitado, durando de um a quatro dias, mas pode se apresentar forma grave, podendo levar a óbito.

O Ministério da Saúde mantém a vigilância da influenza no Brasil por meio da vigilância sentinela de Síndrome Gripal (SG) e de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em pacientes hospitalizados. São 163 unidades distribuídas em todas as regiões geográficas do País e tem como objetivo principal identificar os vírus respiratórios circulantes, permitir o monitoramento da demanda de atendimento dos casos hospitalizados e óbitos.

A vacina é trivalente e protege contra os três vírus que mais circularam no hemisfério sul em 2019: Influenza A (H1N1), Influenza B e Influenza A (H3N2). Neste ano, o Ministério da Saúde mudou o início da campanha, de abril para março, para proteger de forma antecipada os públicos prioritários contra os vírus mais comuns da gripe.

Para viabilizar a campanha, o Ministério da Saúde investiu R$ 1 bilhão na aquisição de 75 milhões de doses da vacina. Até o momento, a pasta enviou aos estados 21,1 milhões de doses e mais 4 milhões serão distribuídas até a próxima semana. A vacina, composta por vírus inativado, protege contra os três vírus que mais circularam no hemisfério sul no ano passado: Influenza A (H1N1), Influenza B e Influenza A (H3N2).

Neste ano, a campanha traz o conceito “Gripe. Tem que vacinar”. Também voltada para as outras duas fases da campanha, as peças destacam as datas de início da vacinação para cada grupo e chamam a atenção para a importância de se respeitar o calendário para que todos sejam vacinados. A mensagem será transmitida por filme para redes e TV, spot de rádio, anúncio, cartazes, peças online, entre outras mídias, no período entre 21 de março a 22 de maio.

Saiba mais sobre a gripe/influenza

Com Redações (Atualizado em 24/03./20, às 16 horas)

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