Cada indivíduo possui determinadas características em seu organismo e, nem sempre, um medicamento que traz efeitos satisfatórios para um, necessariamente trará para outro. Por isso, a oportunidade de optar por produtos preparados de forma personalizada, de acordo com receita prescrita por um médico de confiança, é vantajosa para o paciente. Além disso, os manipulados possuem um custo cerca de 50% mais baixo do que os industrializados, segundo o Conselho Regional de Farmácia de São Paulo (CRF-SP).
De acordo com Juliana Ponce, farmacêutica responsável pela Meta Manipulação, a manipulação também proporciona a vantagem de associar diversos remédios. “O médico prescreverá na receita o princípio ativo e a dosagem. Dessa forma, em alguns casos, é possível realizar a associação dos medicamentos para que o paciente não precise tomar diversas pílulas”, orienta. A profissional ressalta que cada medicamento é único, feito de maneira específica e só deve ser utilizado pela pessoa a quem está destinada a receita.
A forma farmacêutica se adequa e pode ser em cápsulas, sachês, gotas, creme, gel, entre outras. “Esse é mais um benefício da manipulação, oferecer alternativas para que o paciente possa administrar o remédio da forma que lhe for mais confortável”, relata Juliana. Os rótulos também são personalizados e neles constam todas as informações do paciente e do medicamento.
Juliana Ponce ainda salienta que é fundamental buscar uma farmácia magistral, também chamada de manipulação, que siga todas as normas previstas. “É importante observar se o estabelecimento está limpo e se possui um farmacêutico presente para prestar todo tipo de assistência necessária. A principal regra é oferecer um serviço de qualidade e garantir que o cliente receba o produto pontualmente, de acordo com o desejado e dentro de todas as normas de qualidade”, conclui a farmacêutica.
Mitos e verdades sobre medicamentos
A farmácia de manipulação dispõe de formas farmacêuticas diferenciadas e adaptáveis para pacientes ou clientes que apresentam dificuldades para ingerir cápsulas. O medicamento pode ser adaptado para pastilhas, xaropes ou jujubas, por exemplo. Para tirar as dúvidas sobre medicamentos manipulados, Evandro Tokarski, diretor da Farmácia Artesanal, listou cinco mitos e verdades sobre o assunto. Confira:
Dissolver cápsulas na água proporciona o mesmo efeito
Mito. Não é recomendado abrir as cápsulas e despejar o conteúdo na água ou mesmo direto na boca. O conteúdo de uma cápsula só deve ser liberado no estômago ou no intestino após a dissolução da mesma. Muito importante seguir a devida recomendação quanto ao uso. “O medicamento manipulado é individualizado e permite segurança e precisão na dosagem, o paciente usa o medicamento de forma devida na dosagem exata e necessária para o tratamento”, comenta Tokarski.
O álcool pode interferir na ação dos medicamentos
Verdade. Bebidas alcoólicas podem sim interferir na ação dos medicamentos. Eles alteram a metabolização dos fármacos, podem reduzir a absorção, comprometendo o resultado do tratamento ou aumentando a absorção gerando intoxicação. “No caso dos antibióticos, o recomendado é não consumir bebidas alcoólicas, pois álcool pode comprometer, interagir ou reduzir a ação do antibiótico”, comenta Evandro Tokarski, Diretor da Farmácia Artesanal.
Faz mal usar medicações em jejum
Mito. Interações entre fármacos e alimentos podem ser determinantes na obtenção do sucesso terapêutico, devido a interferências tanto no metabolismo de fármacos quanto na absorção de nutrientes. Os medicamentos devem ser usados com as devidas recomendações quanto ao horário de uso, alguns são recomendados em jejum quando terão maior absorção e alguns recomendados somente após alguma refeição, pois podem causar indisposição gástrica se tomados em jejum.
Deve-se manter medicamentos longe do calor, da umidade e da luz
Verdade. Sim, deve-se mantê-los longe do calor, da umidade e da luz, a umidade e calor pode provocar alterações na estabilidade dos fármacos, armazená-los sempre em local fresco e longe da umidade, alguns inclusive devem ser conservados sob-refrigeração, portanto, deve-se seguir as devidas recomendações quanto ao armazenamento dos medicamentos.
Em caso de esquecimento, é preciso apenas dobrar a dose
Mito. O ideal é voltar a tomar a medicação no horário recomendado, não dobrar a dose.O intervalo entre as doses é calculado de acordo com a chamada meia-vida do remédio (tempo em que a concentração dele cai pela metade na corrente sanguínea). “Os horários devem se adequar à rotina do paciente, seus horários de trabalho e sono”, diz Evandro Tokarski. Uma dose ingerida antes da hora pode causar intoxicação ou, simplesmente, pode não ser absorvida pelo organismo. Já quando você esquece de tomar o medicamento, diminui a eficácia do tratamento e pode sofrer com a volta dos sintomas da patologia.
Da Redação, com Assessorias