A hipertensão arterial caracteriza-se pela elevação sustentada dos níveis de pressão sanguínea nas artérias se mantém igual ou acima de 140×90 mmHg (milímetro de mercúrio), popularmente conhecida como 14/9 – o primeiro número se refere à pressão máxima ou sistólica, que corresponde à contração do coração; o segundo, à pressão do movimento de diástole, quando o coração relaxa. Em crianças e adolescentes, serão considerados valores acima de 120/80 mmHg. Em adultos, o considerado normal é 120 por 80 mmHg (ou 12 por 8).

Principal fator de risco para as doenças cardiovasculares, a hipertensão arterial é uma doença que atinge cerca de 24,5% dos brasileiros, segundo dados do Ministério da Saúde. A pasta ressalta que o número de adultos com diagnóstico médico de hipertensão aumentou 3,7% em 15 anos no Brasil. Atualmente, é a doença com maior incidência no mundo e acomete uma grande parte da população adulta, principalmente homens.

“Alguns estudos mostram que mais de 50% da população masculina, nos próximos anos, terá hipertensão arterial”, revela Adolfo Martins diretor médico do Instituto de Responsabilidade Social Sírio-Libanês (IRSSL).

A hipertensão arterial é uma condição crônica com múltiplos fatores de risco, como fatores genéticos e comportamentais. É considerada o principal fator de risco para as doenças cardiovasculares. Quando não controlada pode levar a complicações como insuficiência cardíaca, insuficiência renal e acidente vascular cerebral”, alerta o médico.

Um dos grandes fatores para a alta incidência dessa doença é que ela quase não apresenta sintomas, então muita gente nem sabe que tem. Os sintomas mais comuns são dores de cabeça, dor na nuca, tontura leve e rubor facial.

“Esses sintomas podem aparecer no início, mas depois que o corpo acostuma com a pressão alta eles desaparecem e aí que vem o grande problema, a pessoa começa a ter as lesões em órgãos alvo e corre o risco de complicações mais graves”, explica o diretor médico do IRSSL.

Controle com medicação e uma coisa que é de graça: hábitos saudáveis

Na grande maioria dos casos, a hipertensão arterial não tem cura, mas a boa notícia é que a chamada pressão alta integra um grupo de doenças passíveis de serem evitadas por meio de hábitos modificáveis relacionados ao consumo de álcool, tabaco, alimentação inadequada e sedentarismo, considerados fatores de risco para o desenvolvimento da doença.

O cardiologista Humberto Gonçalves, da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, reforça a necessidade da consulta regular e diagnóstico com o cardiologista.

“Após avaliar e constatar a pressão elevada, é preciso começar a medicação para manter a pressão controlada. E o controle da pressão é fundamental para evitar os problemas secundários da hipertensão arterial, como riscos de infarto, acidente vascular cerebral e doenças arteriais periféricas”, explica o Dr. Gonçalves.

Nem sempre o tratamento significa o uso de medicamentos, sendo imprescindível a adoção de um estilo de vida mais saudável, com mudança de hábitos alimentares, redução no consumo de sal, atividade física regular, não fumar, moderar o consumo de álcool, entre outros. Por isso é fundamental consultar um médico e diagnosticar a origem do problema, para que seja introduzido o tratamento adequado.

Somente o médico poderá determinar o melhor método para cada paciente, mas além dos medicamentos disponíveis atualmente, é imprescindível adotar um estilo de vida saudável, tais como:

— Manter o peso adequado, se necessário, mudando hábitos alimentares;

— Não abusar do sal, utilizando outros temperos naturais, não industrializados.

– Não consumir alimentos super processados e embutidos;

— Praticar atividade física regularmente (de preferência 5 vezes por semana);

— Abandonar o fumo;

— Moderar o consumo de álcool;

— Evitar alimentos gordurosos;
— Controlar o diabetes.

A prevenção é o melhor remédio. Pessoas acima de 20 anos devem aferir a pressão ao menos uma vez ao ano. No caso de histórico na família, deve-se medir no mínimo duas vezes nesse período.

Hipertensão em números

17 de maio é o Dia Mundial da Hipertensão. A data foi instituída a fim de trazer às pessoas conhecimento sobre a importância do diagnóstico precoce e do tratamento efetivo para controle dos níveis pressóricos.

Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), órgão ligado à OMS, as Doenças Cardiovasculares (DCV) são a principal causa de morte nas Américas, e a Hipertensão Arterial (HA) é responsável por mais de 50% das DCV.

Infelizmente, mais de um quarto das mulheres adultas e quatro em cada dez homens adultos têm hipertensão no continente americano, e tanto o diagnóstico, quanto o tratamento e o controle têm sido ineficazes.

No Brasil, dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) apontam que mais de 30% da população é acometida pela hipertensão arterial. A doença é considerada um problema de saúde pública.

De acordo com o Ministério da Saúde, via Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), de 2010 a 2020, foram registradas 551.262 mortes por doenças hipertensivas, sendo 292.339 em mulheres e 258.871 em homens.

Com Assessorias

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