De acordo com a equipe médica, Lula poderá exercer suas atividades normalmente, só evitando exercícios físicos. Aos jornalistas, ele disse que é disciplinado e que acatará as determinações médicas.
Estou voltando pra casa agora tranquilo e certo de que estou curado, e que preciso apenas me cuidar. Não posso fazer esteira numa velocidade de atleta que eu não sou atleta, não posso fazer musculação um tempo, preciso ficar pelo menos uns 60 dias tranquilo, mas posso voltar a trabalhar normal”, afirmou.
“O presidente está de alta hospitalar e não de alta médica”
Lula ficará em sua residência, em São Paulo, até pelo menos a próxima quinta-feira (19). para acompanhar a cicatrização e fazer uma nova tomografia. “Ele está de alta hospitalar, não alta médica”, esclareceu o médico cardiologista Roberta Kalil Filho. O presidente já poderá retornar às atividade normais, “do ponto de vista reuniões”.
Ele está estável, caminhando, se alimentando, falando normalmente. Ele teve um pós-operatório muito bom, dentro do que se esperava”, afirmou Kalil.
Devido à recuperação do nosso paciente, que foi extremamente acima do esperado, para minha felicidade e de toda a equipe, o presidente está de alta hospitalar e deve voltar para casa já já”, anunciou Ana Helena Gremoglio, chefe da equipe médica da Presidência da República.
Também participaram da coletiva o neurologista Rogério Tuma, o neurocirurgião Marcos Stávale, e o médico José Guilherme Caldas, que realizou o procedimento de embolização no presidente na última quinta-feira (12).
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‘Confesso que fiquei um pouco assustado’
Como eu achava que eu tava curado, eu confesso a vocês que eu fiquei um pouco assustado pelo volume de crescimento da quantidade de líquido na minha cabeça. Eu fiquei preocupado com a urgência que eles pediram para vir para cá [hospital]”.
O presidente reconheceu que só foi ter ideia da gravidade da sua situação após a operação. “Só fui tomar ciência da gravidade do que aconteceu comigo depois da cirurgia na terça-feira”, disse.
O presidente foi internado às pressas no fim da noite de segunda-feira (9) no Hospital Sírio-Libanês em São Paulo, por conta de complicações decorrentes de uma queda doméstica que sofreu em 19 de outubro, no banheiro do Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente. Lula disse que, no momento da queda, ele estava cortando a unha da mão e não a do pé, como chegou a circular nas redes sociais.
Eu estava sentado. Eu já tinha cortado a unha, lixado. Quando eu fui guardar o estojo, ao invés de levantar e abrir a gaveta, eu tentei afastar o meu bumbum do banco. O banco era redondo e acabou que meu bumbum não levantou e eu caí e bati com a minha cabeça na hidromassagem e fez um estrago razoável“, contou.
‘Acordei sentindo algumas coisas estranhas’
Ao relembrar os dias anteriores à cirurgia de emergência nesta semana, Lula disse que passou bem o sábado e começou a sentir no domingo uma leve dor de cabeça. No entanto, achava que era em razão do sol que tinha pegado ao tomar banho de piscina no fim de semana. Na segunda (9) ele acordou com alguns sintomas e decidiu acionar a chefe da equipe médica da Presidência da República.
Eu acordei sentindo algumas coisas estranhas, algumas coisas estranhas nos meus passos, a dor de cabeça continuou e eu ainda continuei achando que era por causa do sol. Quando foi no final da tarde, eu mandei chamar a Dra Ana [Helena Germoglio] no meu gabinete e disse para ela que eu estava sentindo algumas coisas estranhas. Eu estava sentindo meus passos mais lerdos, eu estava com os olhos vermelhos. Eu estava com muito sono, toda hora eu abria a boca. E eu falei para ela: ‘acho que é bom a gente ir ao médico'”, contou.
Hemorragia intracraniana
Naquele dia, o presidente fez uma tomografia e uma ressonância magnética no Hospital Sírio-Libanês, ainda em Brasília. Quando os médicos dele em São Paulo viram as imagens em tempo real, que mostravam uma nova hemorragia intracraniana, de cerca de três centímetros, ficam alarmados. “Eles ficaram assustados e pediram para eu vir urgente para São Paulo”, contou Lula.
O presidente foi então transferido para a unidade do hospital, na capital paulista, onde passou por uma cirurgia de emergência, chamada trepanação craniana, para conter o hematoma subdural crônico, ainda na madrugada de terça-feira (10/12). Na quinta-feira (12), dois dias após a cirurgia, Lula foi submetido a um novo procedimento (embolização de artéria meníngea média) para bloquear o fluxo de sangue e reduzir o risco de formação de novo hematoma.
Já na última sexta-feira (13), Lula teve retirado o dreno intracraniano que havia sido colocado na cirurgia de terça-feira (10). Em um vídeo divulgado nas redes sociais, Lula apareceu caminhando ao lado do neurocirurgião Marcos Stavale e recebeu as visitas da primeira-dama, Janja da Silva, e dos filhos. Na mensagem publicada nas redes sociais, o presidente escreveu:
Estou firme e forte! Andando pelos corredores […], conversando bastante, me alimentando bem e, em breve, pronto para voltar para casa e seguir trabalhando e cuidando de cada família brasileira”.
O presidente deixou a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ainda na sexta-feira (13). No boletim médico, divulgado no sábado (14), os médicos informaram que o presidente fez apenas exames de sangue e teve evolução significativa na recuperação da cirurgia. O petista seguia “lúcido e orientado, alimentando-se e caminhando”, segundo a nota.
Com informações da Agência Brasil e G1