As varizes são veias dilatadas e tortas que normalmente aparecem nas pernas ou nos pés. De acordo com a Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), cerca de 38% da população brasileira têm varizes, sendo prevalente em 30% dos homens e 45% das mulheres.
Com a chegada do inverno, a tendência é que o tratamento de varizes, que caiu 69% no Sistema Único de Saúde (SUS) durante a pandemia, volte a ser mais frequente. As estações frias são o período ideal para tratar a condição vascular porque não é recomendado expor ao sol a região tratada para que não haja o surgimento de manchas escuras.
Além disso, é importante ressaltar que o tratamento de varizes não é somente estético, afinal, a doença pode se desenvolver e causar dores ou desconfortos, assim como também pode indicar outros problemas circulatórios.

“Para quem precisa fazer o tratamento de varizes e vasinhos, a estação é considerada a melhor época.  Isso ocorre porque é um período em que a exposição dos membros inferiores diminui bastante. Mesmo com o avanço das técnicas e melhora dos resultados, ainda hoje é recomendável que se evite a exposição ao sol durante o pós-operatório precoce”, afirma o cirurgião vascular Fabio Rossi,  presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo (SBACV-SP).

Ele explica que durante o verão, as altas temperaturas, provocam vasodilatação aumentando os riscos de hematoma e edema no pós-operatório, o contrário acontece no inverno. “Apesar desse efeito não ser tão pronunciado, muitos consideram mais uma vantagem da realização do tratamento das varizes e vasinhos no inverno”, ressalta o especialista.

Uso de meias de compressão: uma verdadeira tortura no calor

As varizes são um incômodo para grande parte das pessoas, mas que costumam ser lembradas apenas quando chega o verão, já que, devido ao clima, costumamos usar roupas mais curtas e que mostram mais as pernas.

Porém, a estação mais quente do ano está longe de ser a melhor época para tratar as alterações, pois grande parte dos tratamentos exigem que o paciente evite se expor ao sol e utilize meias de compressão, o que pode ser uma verdadeira tortura durante o verão. Sendo assim, a melhor época para cuidar das varizes e se preparar para a temporada de praias é o inverno.

“Durante os meses de maio a setembro, as temperaturas estão mais amenas e o uso de calças é mais comum. Desse modo, as pernas ficam mais protegidas e menos expostas aos raios solares, o que é recomendado no período de recuperação dos tratamentos, já que a radiação ultravioleta pode estimular a fixação de manchas hipercrômicas”, explica a médica cirurgiã vascular Aline Lamaita, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular.

Além disso, o fato de a pele não estar bronzeada durante o outono e inverno também é favorável ao tratamento de varizes, principalmente quando é realizado através de laser.

“O risco de queimaduras em peles bronzeadas é maior devido a absorção da luz do laser pela melanina, pigmento que dá cor ao tecido e está presente em maior quantidade em peles de fototipos altos ou bronzeadas”, completa a especialista.

“As temperaturas mais baixas também tornam mais confortável o uso das meias elásticas, necessárias durante o período de recuperação para estimular o bom funcionamento da circulação sanguínea.”

Causas e tratamentos

A principal causa de varizes, veias dilatadas e tortuosas que perderam sua função circulatória, é a genética. Mas fatores como a idade, sexo e hábitos de vida ruins também podem levar a formação dos vasinhos.

“Enquanto o fator genético é preponderante, o envelhecimento é um agravante. Além disso, as mulheres são mais propensas ao desenvolvimento das varizes, por influência hormonal, já que têm as veias mais flácidas que os homens”, destaca a médica.

Mas, de acordo com a especialista, é possível prevenir o problema através de alguns cuidados básicos, como manter uma alimentação adequada, o peso sob controle, realizar exercícios físicos e ter bons hábitos de vida.

“Desse modo, a doença atacará menos, o médico terá menos trabalho e o paciente terá menos intervenções ao longo da vida”, afirma. “Porém, para quem tem predisposição genética a varizes, os cuidados vão apenas controlar a velocidade da doença e a gravidade do quadro, mas os vasinhos acabarão aparecendo.”

Para quem já sofre com varizes, existem procedimentos que podem dar fim ao problema e que devem ser indicados pelo médico especializado.

“Cada caso requer um tipo de tratamento, que pode ser por meio da escleroterapia (substância química injetada dentro da veia), espuma, uso de lasers e radiofrequências ou procedimentos que combinem as técnicas, como o ClaCs, que une laser não-invasivo e injeções de glicose. Cirurgias também podem ser indicadas, dependendo do caso”, finaliza a Dra. Aline Lamaita.

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