Na verdade, a maioria das pessoas que contrai a doença provavelmente não sabe que estão, por isso é importante ter acesso ao exame para ajudar no diagnóstico e conduta do melhor tratamento. As pessoas infectadas com o vírus geralmente não são testadas fora de um hospital ou pronto-socorro“, diz biomédica Bárbara Pereira, diretora do Lach, Laboratório de Análises Clínicas.
O endocrinologista pediátrico Miguel Liberato explica que o HMPV é um vírus respiratório que acomete as vias aéreas superiores e inferiores, podendo afetar nariz, garganta e até os pulmões, e se manifesta com sintomas leves na maioria dos casos. O médico esclarece que não há tratamento específico.
Assim como outras infecções respiratórias virais, o HMPV é tratado com medicamentos sintomáticos, e os sintomas costumam melhorar espontaneamente em até sete dias. Não há vacina nem tratamento específico, e antibióticos não têm efeito sobre o vírus”, diz.
As injeções são dadas durante toda a temporada do VSR. As crianças que recebem palivizumabe têm, geralmente, menor necessidade de hospitalização, mas os médicos não estão tão seguros de que este tratamento evite a morte ou complicações graves, ressalta a especialista.
Prevenção com bons hábitos de higiene pessoal
Embora o HMPV não seja um vírus novo, sua prevenção depende de práticas de higiene e atenção aos sintomas, especialmente em grupos de risco. “A higienização frequente das mãos, o uso de máscaras em caso de sintomas e evitar aglomerações em locais fechados são medidas essenciais. Também é importante evitar tocar olhos, nariz e boca com as mãos sujas”, reforça Dr Miguel.
Segundo Bárbara, a criança doente e as pessoas da casa devem lavar as mãos com frequência. “No geral, quanto mais íntimo o contato físico com uma criança doente (como abraçá-la e aproximar-se ou partilhar a cama), maior será o risco de propagar a infecção a outros membros da família. Os pais devem equilibrar esse risco com a necessidade de reconfortar a criança doente”.
Sogesp emite alerta sobre o HMPV
Nesta sexta-feira (10), a Sogesp – Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo emitiu um alerta para a disseminação do vírus, que está em evidência no mundo todo devido ao aumento de casos especialmente entre crianças e adolescentes, durante o inverno na China.
Apesar da atenção global, a Organização Mundial da Saúde (OMS) ainda não emitiu alertas sobre o vírus, visto que segundo as autoridades, a magnitude e a intensidade das infecções respiratórias na China é menor do que quando comparada ao mesmo período do ano passado.
Em dezembro de 2024, um novo alerta sobre a disseminação de um vírus que causa infecção respiratória e está causando aumento da necessidade de internação hospitalar soou nos órgãos de saúde pública. Estes casos foram relatados na China, particularmente nas províncias do norte do país. Com a lembrança recente da pandemia de covid-19, a situação gerou preocupação mundial pelo temor de uma nova epidemia“, disse a Sogesp.
De acordo com a sociedade médica, esse patógeno foi identificado pela primeira vez em 2001 como um vírus que causa infecções respiratórias, pertencente à família Paramyxoviridae, semelhante ao vírus sincicial respiratório (RSV). Estas infecções respiratórias variam de leves a graves, incluindo sintomas como tosse, febre, congestão nasal e, em casos mais severos, bronquiolite ou pneumonia.
Segundo a Sogesp, o HMPV é uma das principais causas de doenças respiratórias agudas em grupos vulneráveis, como crianças, idosos e indivíduos com sistema imunológico comprometido, que têm maior risco de complicações. “Embora alguns casos de infecção respiratória pelo HMPV necessitem hospitalização, a maioria das pessoas apresenta sintomas leves do trato respiratório superior, semelhantes ao resfriado comum, e recuperação após alguns dias”, destaca.
Ainda de acordo com a entidade, não existe tratamento antiviral específico nem vacinas, o que torna fundamental a prevenção. “Medidas simples, como higienizar frequentemente as mãos, evitar aglomerações e cobrir a boca ao tossir, são primordiais para reduzir o risco de contágio”. Estudos recentes também destacam a importância de testes de diagnóstico rápido e preciso para facilitar o manejo clínico e a contenção de surtos futuros.
Medidas de prevenção da OMS
A OMS veio a público referindo que o aumento observado na detecção de patógenos respiratórios está dentro do esperado para esta época do ano, especialmente durante o inverno no hemisfério Norte. Informou, também, que está em contato com as autoridades de saúde chinesas e não recebeu relato de padrões incomuns de surtos. As autoridades chinesas relatam que o sistema de saúde não está sobrecarregado e não foram desencadeadas declarações ou respostas de emergência.
A OMS recomenda, então, que os indivíduos em áreas onde é inverno tomem as precauções normais para prevenir a propagação e reduzir os riscos representados pelos agentes patogênicos respiratórios, especialmente para os indivíduos mais vulneráveis. Pessoas com sintomas leves devem ficar em casa para evitar infectar outras pessoas. Indivíduos de alto risco ou com sintomas graves devem procurar atendimento médico o mais rápido possível.
Os indivíduos também devem considerar o uso de máscara em espaços com aglomeração ou mal ventilados, cobrir boca e nariz na ocorrência de tosses e espirros com um lenço de papel ou cotovelo dobrado, lavar as mãos regularmente, medidas de prevenção que ficaram muito conhecidas na pandemia recente.
A OMS aconselha manter vigilância dos agentes patogênicos respiratórios, mas sem aconselhar quaisquer restrições de viagem. A Sogesp reforça que até o momento não há nenhuma orientação para gestantes e puérperas, mas como elas constituem grupo de maior risco para infecções respiratórias em geral, as orientações de evitação de contágio devem fazer parte de todos os atendimentos obstétricos.
Vírus similar ao sincicial respiratório (VSR)
Cerca de metade das crianças com uma primeira infecção também desenvolve tosse e sibilos, o que indica envolvimento das vias respiratórias inferiores. Em bebês com menos de seis meses de idade, o primeiro sintoma pode ser um período de interrupção da respiração (apneia)”, destaca a especialista.
Algumas crianças, em geral bebês pequenos, desenvolvem desconforto respiratório grave e algumas morrem. Em adultos saudáveis e crianças mais velhas, a doença é normalmente leve e pode se manifestar apenas na forma de um resfriado comum.
Vírus sincicial respiratório ataca mais os bebês
A primeira infecção frequentemente progride a partir de uma doença das vias aéreas superiores com congestão e febre e passando a envolver as vias aéreas inferiores, causando com mais frequência bronquiolite e, às vezes, pneumonia com tosse e dificuldade em respirar. As infecções posteriores em geral envolvem somente as vias aéreas superiores.
Crianças com distúrbios subjacentes sérios (como doença cardíaca congênita, asma, fibrose cística, distúrbios neuromusculares ou supressão do sistema imunológico) ou que nasceram prematuramente e bebês com menos de seis meses de idade correm um risco especial de desenvolver uma doença grave.
Adultos e crianças mais velhas também podem ser infectados pelo VSR e os idosos podem desenvolver pneumonia. A criança com bronquiolite estará mais propensa a ser diagnosticada com asma quando for mais velha.
A biomédica diz que o laboratório do Rio de Janeiro é um dos poucos que disponibilizam o Painel Respiratório , exame capaz de identificar 26 patógenos de uma só vez, dentre eles todas as variantes do Covid-19. “O protocolo alemão realizado no exame permite a detecção da doença a partir de 2.3 cópias”, explica.
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