Por Andrea Ladislau*

“Vai sair rolando”. Infelizmente esse tipo de apontamento aconteceu dentro da casa mais vigiada do país na última semana. O cantor Rodriguinho ao comentar com outros brothers sobre aspectos físicos da competidora Yasmin Brunet, mencionou no BBB24, o fato da loira ter comido um pacote inteiro de bolacha com requeijão. Não satisfeito, ainda disse que a modelo e empresária estava perdendo a mão…

Enfim, esse tipo de julgamento é muito sério, principalmente se a pessoa julgada já tiver algum problema emocional relacionado ao corpo ou aos hábitos alimentares. A sugestão subliminar aqui poderia até ser interpretada pelo telespectador de um sofrimento por compulsão alimentar.

Mas o que seria essa condição? É uma doença? Um transtorno? Quais as causas e tratamentos?

A fome relacionada a uma compulsão alimentar é caracterizada por um tipo de consumo de alimentos objetivada para o alívio da sensação de ansiedade e desespero diante da falta de controle de alguma situação.

Que fome é essa?  Ela aparece nos momentos em que achamos que precisamos nos recompensar com comida por algo que abalou o nosso estado emocional. Em sua grande maioria, está ligada a sentimentos negativos.

Comida como um modo de amenizar o estresse

Algumas pessoas utilizam a compulsão alimentar como uma maneira de amenizar o estresse vivido, e compensam nos alimentos suas frustrações, medos, inseguranças, traumas do passado como abuso sexual, negligências, entre outros. Além disso, comer compulsivamente tem grande ligação com baixa autoestima e dificuldade em expressar suas necessidades 

Quando falamos em fome emocional e compulsão alimentar devemos levar em conta que são distúrbios sérios que fazem as pessoas terem uma relação errada com a comida. Come-se não por fome ou vontade, mas sim por tristeza, cansaço, medo, ansiedade….

E, sendo assim, o ideal é buscar ajuda para encontrar a raiz deste problema. Comer em excesso pode trazer uma euforia momentânea. Depois estes sentimentos negativos retornam ao inconsciente, gerando maior desgaste emocional.

O certo é buscar a origem destes sentimentos, uma vez que a relação com a comida deve ser saudável e não de massacre psicológico. A receita para viver livre de distúrbios alimentares como a compulsão, a bulimia, a anorexia e tantos outros que tiram o prazer saudável de uma alimentação adequada é controlar a mente através do autoconhecimento sobre suas emoções e não se autossabotar ingerindo qualquer tipo de alimento, ou grandes quantidades de alimentos.  

Fatores emocionais e psicológicos como gatilho

Analisando toda essa questão pelo olhar psicológico, podemos concluir que alimentar-se em excesso, mesmo sem fome pode estar ligado a diversos fatores emocionais e psicológicos como um gatilho.  

Quando você está feliz, quer comer para comemorar. Quando está triste, come para se acalmar e se sentir confortável. Quando está irritado, ataca a comida como se estivesse atacando a pessoa que o irritou.  Tédio, cansaço e angústias também contribuem levando o indivíduo a ter a ilusão de que comendo irá controlar suas emoções.

Porém, só através de uma análise de comportamento, emoções e pensamentos, feita por um profissional adequado, pode-se identificar a compulsão ou não, e auxiliar o indivíduo a modificar hábitos pouco saudáveis para aprender a gerenciar as suas emoções de forma positiva e benéfica para sua autoestima. 

Portanto, em hipótese alguma, um recorte feito pela alimentação atual da modelo poderia afirmar que ela sofre de compulsão alimentar. É preciso muito cuidado com os julgamentos. Porém, focando no distúrbio alimentar em si e trazendo para nossa realidade fora da casa do BBB, sempre é preciso estar atento aos excessos.

Comer em excesso não é solução de problema algum. Principalmente se houver exageros, nos quais a pessoa nem sabe porque está comendo, já que a fome não é o fator predominante.

Ou seja, tudo em excesso faz mal para o organismo e para a vida. Além disso, é preciso ter cuidado para não se sentir frustrado a todo momento. O mais importante é não colocar uma venda nos olhos e buscar sempre atalhos como respostas e a ajuda de profissionais de saúde mental que podem identificar se a pessoa está realmente com algum distúrbio alimentar. 

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