O município de Campos dos Goytacazes, no norte fluminense, registrou a primeira morte por dengue no estado em 2023, informou nesta sexta-feira (3) a Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ). Trata-se de paciente de 84 anos que deu entrada no Hospital dos Plantadores no dia 18 de janeiro com sintomas característicos da doença, morrendo três dias após a internação.
A confirmação da causa foi feita por exame laboratorial processado pelo Laboratório Central de Saúde Pública Noel Nutels (Lacen-RJ) e a investigação conjunta realizada pelas equipes técnicas. Após reunião virtual com o secretário de Saúde de Campos Paulo Hirano no dia 25 de janeiro, uma equipe técnica da Subsecretaria de Vigilância e Atenção Primária à Saúde da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro esteve no município no dia seguinte.
Foram definidas medidas de contenção estabelecidas nos planos de contingência, devido ao aumento de casos de dengue na cidade nas primeiras semanas de janeiro em relação ao mesmo período de 2022.
A secretaria liberou itens que compõem o centro de hidratação do Centro de Referência da Dengue e Pós-Covid Jayme Tinoco Netto, como poltronas, soro fisiológico e alguns medicamentos, para reforçar o atendimento no centro de referência em dengue do município.
Ações de controle do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya, e de mobilização da população foram intensificadas pela equipe de agentes de controle de endemias nos bairros com maior número de casos e onde ocorreu o óbito, visando a eliminação de criadouros do mosquito, como, por exemplo, mutirões semanais e bloqueio aeroespacial com quatro carros fumacê.
A secretaria estadual e a Secretaria de Saúde de Campos informaram que seguem monitorando a situação e atuando de forma preventiva para evitar que haja uma epidemia na cidade e convocam a população a colaborar a combater o mosquito Aedes aegypti.
Sociedade e servidores públicos unidos no combate à dengue
“Neste momento em que ainda estamos enfrentando as sequelas da pandemia de Covid-19, contra a qual haverá nova rodada de vacinação, é fundamental combatermos a dengue, outra ameaça à saúde pública”, salienta Artur Marques, presidente da Associação dos Funcionários Públicos do Estado de São Paulo (AFPESP). Nesse sentido, ele enfatiza a importância de se eliminarem os criadouros do Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença.
“Nessa luta cabe uma parceria das famílias e de toda a sociedade com os servidores da saúde e agentes ambientais dos municípios, visando ao bem comum e à prevenção do que pode ser uma grave epidemia”, observa o dirigente.
É necessário que as pessoas mantenham caixas d’água fechadas e não deixem desprotegidos recipientes, embalagens, pneus velhos, outros objetos e plantas que possam acumular o líquido, no qual os mosquitos procriam e se proliferam.
Ao aparecimento de sintomas, como febre alta, dores musculares intensas, de cabeça e nos olhos, mal-estar, falta de apetite e manchas vermelhas no corpo, deve-se procurar assistência médica de imediato.
“A população pode contar com os servidores da saúde nessas situações. Para isso, as famílias também devem contribuir quando receberem visitas de agentes das prefeituras em busca de focos do mosquito. Este é um trabalho crucial para o combate à dengue”, frisa Artur Marques.
Também é importante estar atento à identificação do agente de saúde antes de permitir acesso à residência. Os funcionários circulam em carros oficiais, trabalhando sempre uniformizados, e realizam a vistoria apenas com o acompanhamento do morador. Em caso de dúvida, deve ser consultado o órgão municipal responsável pelo serviço.
O presidente da AFPESP afirma que “a confiança nos servidores públicos, a colaboração com seu trabalho e a soma de esforços de toda a sociedade serão muito importantes para reverter os riscos de uma epidemia de dengue neste verão e estação de chuvas”.
Atualizado em 7/2/23