O Estado do Rio de Janeiro confirmou nesta sexta-feira (5) os primeiros dois casos de dengue tipo 3 ocorridos este ano. Trata-se de uma mulher de 39 anos, de Paraty, na Costa Verde, e uma criança de um ano, de Maricá, na Região Metropolitana II. As duas pacientes foram tratadas e passam bem

A Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) informou que os dois casos ocorreram nos dias 25 e 26 de fevereiro, respectivamente, e foram confirmados pelo Laboratório Central de Saúde Pública Noel Nutels (Lancen-RJ) e pelo Laboratório de Referência da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Os municípios vão investigar os dois casos para saber se são autóctones, isto é, se aconteceram dentro dos territórios, ou se são importados. O sorotipo 3 não circulava no estado do Rio desde 2007, o que amplia a margem de pessoas que nunca tiveram contato com o vírus. A Secretaria informou que vai manter o monitoramento dos casos e definir ações específicas caso identifique uma mudança de cenário.

Levantamento da SES-RJ estimou que cerca de 4,8 milhões de pessoas estariam vulneráveis a esse sorotipo. Até esta sexta-feira (5), foram registrados 186.624 casos prováveis de dengue e 91 óbitos confirmados em todo o Estado do Rio de Janeiro. A taxa de incidência está em 1.162 casos / 100 mil habitantes.

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Tipo 3 não circulava desde 2007 no estado

“Este é um ponto de atenção para redobrarmos os cuidados e continuarmos em alerta. Como o tipo 3 não circula no estado há muito tempo, existe uma boa parcela da população mais suscetível à doença”, explica a secretária de Estado de Saúde, Claudia Mello.

Os sintomas da dengue tipo 3 são os mesmos dos tipos 1, 2 e 4. Os principais são febre alta (superior a 38°C); dor no corpo e articulações; náuseas e vômitos; dor atrás dos olhos; mal-estar; falta de apetite; dor de cabeça; manchas vermelhas no corpo.

Este ano, o estado vinha registrando somente casos de dengue dos tipos 1 e 2, com predomínio do sorotipo 1. O Boletim Panorama da Dengue, divulgado nesta sexta-feira (5), indica que o atual cenário da doença ainda é de Emergência em Saúde Pública, com o estado se mantendo no nível 3, o mais alto de alerta contra a dengue.

Decreto de emergência é mantido

A SES-RJ manteve o decreto de epidemia de dengue no Rio de Janeiro em razão de o estado ainda apresentar altos índices da doença. Embora as projeções mostrem tendência de queda, o número de casos prováveis de dengue ainda é considerado alto pelos técnicos e especialistas da Secretaria, que monitoram a situação nos 92 municípios fluminenses.

O principal indicador epidemiológico para estabelecer o nível de alerta é o Excesso de Casos (EC), que permaneceu acima de dez vezes por três semanas consecutivas, embora tenha apresentado tendência de queda nos últimos sete dias. Os dados analisados se referem às semanas epidemiológicas (SE) 10 a 12, que correspondem ao período de 3 a 23 de março deste ano.

A SES-RJ mantém também o monitoramento diário de casos e ações, entre os quais capacitação de profissionais de saúde e técnicos de vigilância dos municípios; salas de hidratação em 11 unidades de pronto atendimento (UPAs) estaduais e centros de hidratação nas cidades, com envio de medicamentos e insumos.

Sorotipo 3 da dengue volta a circular no país após 15 anos

Saiba como reconhecer os sintomas e se prevenir e aprenda a identificar as diferenças entre a dengue comum e a dengue hemorrágica

O sorotipo 3 do vírus da dengue, ausente no Brasil há mais de 15 anos, voltou a circular no ano passado e está causando preocupação entre as autoridades de saúde. A reintrodução desse sorotipo traz consigo a ameaça da forma mais grave da doença, a dengue hemorrágica. Com essa nova dinâmica, é fundamental que a população esteja atenta, informada e tome medidas preventivas para evitar a transmissão do vírus.
O retorno do sorotipo 3 ocorre devido à capacidade do vírus da dengue de sofrer mutações e se adaptar ao ambiente. Essa variante específica, que estava fora de circulação por tanto tempo, encontra uma população suscetível e pode se disseminar rapidamente.
Um estudo da Fiocruz já havia alertado para o ressurgimento desse sorotipo, que não causava epidemias há mais de 15 anos. Os pacientes apresentaram sintomas intensos da doença, e a secretaria de Saúde confirmou outros sete casos suspeitos. As autoridades estão investigando a circulação do vírus em diferentes regiões da cidade. Não há registros desse tipo de dengue em outros municípios de São Paulo, e o governo estadual monitora a situação com um plano de contingência.
O sorotipo 3 da dengue é uma das quatro variantes do vírus da dengue, sendo as outras três o sorotipo 1, 2 e 4. A dengue é uma doença viral transmitida principalmente pela picada do mosquito Aedes aegypti.
O sorotipo 3 da dengue possui características semelhantes aos outros sorotipos em termos de sintomas e transmissão. Os sintomas da infecção pelo sorotipo 3 da dengue são, geralmente, febre alta, dor de cabeça, dores musculares e articulares, fadiga, erupção cutânea e, em alguns casos, sangramento. Em casos mais graves, a dengue pode evoluir para a forma hemorrágica, que pode ser fatal.
Uma das características do sorotipo 3 da dengue é a sua capacidade de causar epidemias mais graves. Isso ocorre porque, em algumas populações, a exposição prévia a outros sorotipos da dengue pode levar a uma resposta imunológica cruzada que pode agravar a infecção pelo sorotipo 3. Isso significa que pessoas que já foram infectadas por outros sorotipos de dengue têm um risco aumentado de desenvolver uma forma mais grave da doença se forem infectadas pelo sorotipo 3.

Com informações da SES-RJ

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