Foto: divulgação Ministério da Saúde.
É na primeira infância (até os 6 anos) que a Educação Física começa a influenciar diversos aspectos do desenvolvimento (Foto: Divulgação Ministério da Saúde)

Como abordamos ontem, é necessário apostar no esporte desde cedo, na idade adequada, para garantir o pleno desenvolvimento da criança e, quem sabe, formar os atletas olímpicos do amanhã. Especialistas do Ministério da Saúde afirmam que as habilidades motoras básicas exigidas pelo esporte se desenvolvem desde os primeiros anos de vida.

“Cabe à educação infantil estimular o desenvolvimento físico, psicomotor, intelectual e social da criança, contribuindo, assim na sua formação adulta”, afirma Silvia Celusso, mestre em Educação e coordenadora pedagógica da creche Albert Sabin, mantida pelo Ministério da Saúde no Rio. Segundo ela, é na infância que apreendemos o mundo com o exercício permanente da sensibilidade, da imaginação e da fantasia.

“A criança de zero a seis anos, tem uma curiosidade nata, é investigativa, exploradora, aventureira e questionadora de tudo que a rodeia. Ela acumula conhecimentos através das diferentes vivências do seu cotidiano. Em espaços de contato com a cultura, a arte e a ciência, é preciso criar, brincar, construir e desconstruir e praticar atividades físicas”, afirma Silvia.

Cristina Lattari, técnica em assuntos educacionais da Albert Sabin, reforça que oferecer diferenciadas formas de experiências é fundamental para o desenvolvimento saudável: “Com jogos, brincadeiras, exercícios de relaxamento e esporte, a Educação Física consegue trabalhar de forma lúdica e prazerosa aspectos como o conhecimento do próprio corpo e suas potencialidades, o desenvolvimento da autonomia, a cooperação e a participação social”.

Davi

Brincadeira é essencial na primeira infância

Na fase em que a Educação infantil atua, até os seis anos de idade, a brincadeira é a forma mais indicada para que a criança se aproprie do mundo: “Por meio do brincar é possível estimular o equilíbrio motor, a imaginação e interagir com o outro e com o mundo. No que diz respeito às regras e a disciplina, a prática da Educação Física favorece o desenvolvimento da capacidade de julgamento, uma vez que, ao se confrontar com as normas e os resultados do jogo, as crianças lidam com questões relacionadas ao respeito mútuo, à frustração e a atitudes não violentas”, finaliza Cristina.

Desde o nascimento, vivencia-se um processo de adaptação aos estímulos recebidos. Rafael Tavares, professor de Educação Física da creche Albert Sabin, explica que, no período de zero a dois anos de idade, conhecido como a primeira infância, as crianças começam a dominar as principais tarefas motoras rudimentares, tais como aprender a sentar-se sem apoio, a segurar e soltar objetos, ficar em pé e andar sem ajuda.

“Essas habilidades constituem a base sobre a qual as crianças desenvolvem e aperfeiçoam os padrões dos movimentos fundamentais e as competências motoras especializadas, não esquecendo, é claro, do seu desenvolvimento cognitivo e afetivo. Por isso é importante que o processo de ensino e aprendizagem seja realizado com professores especializados e estruturas adequadas, desde essa faixa etária ”, explica Rafael.

Nas atividades desenvolvidas com os alunos da creche, as habilidades motoras da criança são estimuladas. Em uma aula de basquete, por exemplo, o professor trabalha os gestos do esporte: paradas ou caminhando, as crianças manuseiam bolas de tamanhos diversos, em atividades que apresentam níveis de dificuldades crescentes.

O desenvolvimento da coordenação motora nessa fase facilitará até mesmo a habilidade na alfabetização, no momento em que a criança aprende a segurar o lápis e manejar os primeiros rabiscos. As atividades na Albert Sabin são sempre lúdicas, valorizam a brincadeira e a cultura brasileira, com cantigas de roda e as manifestações das festas nacionais, como as festas juninas, o carnaval e o jongo. A capoeira é uma das expressões culturais incluídas na grade de atividades.

“O jogo da capoeira é rico, pois a ginga associa instrumentos, música e movimentos acrobáticos para trabalhar a consciência corporal, o equilíbrio, a disciplina e a socialização das crianças”, explica Marco Paulo Serpa, o Prainha, instrutor da arte na creche.

Colaboração de Gustavo Maia (Ministério da Saúde) 

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