Embora frequentemente associada à adolescência, a escoliose é uma condição que também compromete gravemente a saúde da população adulta e idosa, muitas vezes sem diagnóstico ou tratamento adequados. Durante o Junho Verde, mês de conscientização sobre essa deformidade da coluna, especialistas alertam para um cenário preocupante: a escoliose degenerativa, causada pelo desgaste progressivo da coluna, pode comprometer funções neurológicas, reduzir drasticamente a mobilidade e impactar a qualidade de vida de forma silenciosa, mas devastadora.
Recebo frequentemente no consultório pacientes com dor crônica, desequilíbrio, perda de mobilidade e autoestima abalada, sem saber que sofrem de escoliose degenerativa”, afirma o neurocirurgião Alexandre Elias, mestre pela Unifesp e especialista em cirurgia minimamente invasiva da coluna.
Ao contrário daescoliose idiopática da adolescência, comum e de causa desconhecida, a versão adulta costuma ser resultado do desgaste natural da coluna ao longo dos anos. Essa degeneração dos discos intervertebrais e articulações pode provocar um desvio lateral progressivo, geralmente na região lombar.
As consequências vão muito além da alteração postural: dores crônicas, compressões nervosas, limitações motoras e risco aumentado de quedas estão entre as queixas mais comuns dos pacientes. Muitos relatam a perda da capacidade de realizar atividades simples do dia a dia, o que evidencia o impacto direto da escoliose na qualidade de vida, observa o Dr. Alexandre Elias em sua prática clínica.
Tratamento com fisioterapia, musculação e medicamentos
O tratamento costuma começar com abordagens conservadoras, como fisioterapia, fortalecimento muscular e medicamentos. No entanto, quando esses recursos não oferecem alívio, a cirurgia se torna uma opção viável, especialmente em casos de dor incapacitante, curvas acima de 40 graus, sinais neurológicos ou alterações respiratórias e de marcha.
Hoje, conseguimos oferecer procedimentos com muito mais segurança. Utilizamos técnicas com incisões mínimas, neuronavegação, robótica e monitoramento intraoperatório para reduzir riscos e otimizar a recuperação, inclusive em pacientes com idade avançada”, explica o neurocirurgião.
A cirurgia, nesses casos, visa descomprimir a medula e os nervos, além de estabilizar a coluna com hastes e parafusos. Mais do que corrigir uma curvatura, o objetivo é devolver funcionalidade e qualidade de vida ao paciente. “A coluna sustenta nossa liberdade de movimento. Tratar a escoliose é um passo essencial para que o paciente volte a caminhar com autonomia, dignidade e sem dor”, completa Dr. Alexandre Elias.
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Hospital no interior de São Paulo é referência em cirurgias de escoliose pelo SUS
Nos últimos anos, o volume de cirurgias realizadas no Serviço de Escoliose do Hospital de Base de Rio Preto, de São José do Rio Preto (SP), cresceu significativamente. De 2020 a 2024 o setor realizou 90 cirurgias e o objetivo para os próximos anos são de 40 a 45 procedimentos por ano.
Um dos maiores e mais importantes complexos hospitalares do Brasil e a instituição de saúde que mais presta atendimentos ao SUS no Brasil, o Hospital de Base de Rio Preto, é referência para o atendimento de mais de 1,7 milhão de habitantes dos 102 municípios da região noroeste de São Paulo.
Liderado pelo neurocirurgião Fabiano M. Nogueira, o serviço se destaca pelo alto nível técnico de seus profissionais e pela adoção de protocolos baseados em evidências científicas. O Serviço é liderado por uma equipe altamente especializada, formada por neurocirurgiões experientes, dedicados exclusivamente ao tratamento de deformidades da coluna vertebral, assegurando excelência em procedimentos de alta complexidade.
A equipe conta com anestesistas especializados em cirurgias de grande porte, garantindo segurança durante todo o processo operatório, médicos intensivistas capacitados, responsáveis pelos cuidados avançados no pós-operatório na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e psicólogos, que oferecem suporte emocional contínuo aos pacientes e suas famílias, promovendo uma abordagem humanizada antes e após os procedimentos.
Abordagem personalizada no tratamento
Cada paciente é tratado de forma única, abrangendo desde deformidades pediátricas até escolioses degenerativas em adultos. “O serviço é amplamente reconhecido como um dos mais importantes do Brasil, com protocolos baseados nas diretrizes da Sociedade Brasileira de Coluna.
O serviço faz uso de tecnologias avançadas, proporcionando resultados consistentes e seguros. Técnicas modernas garantem abordagens personalizadas, priorizando sempre a saúde e o bem-estar do paciente. Além disso, a infraestrutura de reabilitação integrada conta com instalações modernas e um acompanhamento individualizado, promovendo uma recuperação eficaz e adaptada às necessidades de cada paciente.
Este aumento reflete tanto a confiança na qualidade do atendimento quanto a expansão do serviço para atender uma demanda crescente. Combinando alta tecnologia, uma equipe de excelência e uma abordagem humanizada, o Serviço de Escoliose da Funfarme reafirma seu compromisso com a qualidade e a inovação no cuidado à saúde”, diz o médico.
Inovação e excelência no tratamento de deformidades da coluna
O Serviço de Escoliose da Funfarme tem se consolidado como um dos principais centros de referência no Brasil para o tratamento de deformidades da coluna vertebral, com ênfase na qualidade técnica, estrutura avançada e uma abordagem multidisciplinar focada na recuperação plena dos pacientes. O serviço dispõe de equipamentos modernos que garantem precisão e segurança em todos os procedimentos. Entre os destaques estão:
• monitorização neurofisiológica, que permite a identificação e proteção de estruturas nervosas durante as cirurgias;
• raios X intraoperatório, assegurando ajustes em tempo real;
• sistema Cell Saver, que reduz a necessidade de transfusões por meio da recuperação intraoperatória de sangue.
Com Assessorias