A dengue segue avançando de forma preocupante em São Paulo. O estado atingiu nesta sexta-feira (21) o marco de 300 casos de dengue para cada 100 mil habitantes, nível considerado de situação de epidemia. Foram contabilizados 134 mil casos e 126 mortes este ano. Outras 252 mortes estão sob investigação, segundo o painel do Núcleo de Informações Estratégicas em Saúde (Nies).
Em 2024, na comparação com o mesmo período deste ano (8ª semana epidemiológica), foram registrados 198 mil casos e 159 óbitos, com incidência de 446,3 casos para 100 mil habitantes. As projeções apontam que abril poderá ser o mês mais crítico da epidemia.
Os números da febre amarela também se mantêm altos entre as pessoas não vacinadas e que estiveram em áreas rurais. São 15 casos e 9 mortes este ano, no estado.

Epidemia de dengue

No último dia 19, a Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo há havia decretado a situação de emergência em saúde pública no estado devido à persistência e agravamento da epidemia por dengue.
A principal justificativa para a mudança de patamar está no reconhecimento da alta incidência da doença no estado, atingindo 225 municípios. Sessenta destes já instituíram decretos municipais de emergência em razão da doença.

De acordo com o Ministério da Saúde, neste ano, já foram registradas no país 131 mortes pela doença. No ano passado, a dengue causou a morte de 6.216 pessoas no Brasil, das quais 2.174 em São Paulo. Normalmente, o período de maior incidência da doença ocorre entre abril e junho, como ocorreu no ano passado.

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Força-tarefa monta tendas de hidratação

Municípios como São João da Boa Vista, Araraquara, Ribeirão Preto, Marília, Presidente Prudente e Barretos figuram entre os mais afetados. Em Araçatuba e São José do Rio Preto a situação é ainda mais crítica, com incidência superior a 2 mil casos por 100 mil habitantes.

A Secretaria Estadual de Saúde realiza uma força-tarefa nas cidades com maior incidência, e passará pelas regiões de Bauru, Araçatuba, Marília e São José do Rio Preto. As equipes estiveram na cidade de Conchas, que está entre os municípios com o maior número de casos do estado, equivalente a 9,9 mil casos para 100 mil habitantes.

Trouxemos nossa equipe de vigilância em saúde e epidemiológica para apoiar os serviços municipais. Alinhamos com a atenção básica local o apoio necessário para as tendas de hidratação e regulação de casos mais graves de pacientes”, declarou a secretária-executiva, Priscilla Perdicaris.

Na última quinta-feira (20), representantes do Ministério da Saúde foram a São José do Rio Preto, onde a Força Nacional do SUS atua há duas semanas com 27 profissionais. Outros dez médicos, 22 enfermeiros, 18 técnicos de enfermagem e quatro farmacêuticos se unirão ao grupo nos próximos 15 dias e irão apoiar a rede de atendimento do município.

Medidas para combater o mosquito e tratar doentes

Na reunião do Centro de Operações de Emergências para as Arboviroses (COE), colegiado que recomendou o decreto, foram anunciadas medidas de reforço para o combate ao Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, e para o atendimento aos pacientes, além de alerta para a população sobre situações de risco.

Está previsto aumento de 20% no que a Secretaria de Saúde chama de Teto MAC (Média e Alta Complexidade), ou seja, um pagamento maior para custear o atendimento de pacientes graves da doença em unidades do Sistema Único de Saúde (SUS).

A pasta também liberará mais R$ 3 milhões em equipamentos de nebulização para combater o vetor (mosquito) e um valor ainda não informado de medicamentos e itens de saúde, como sais de reidratação oral e soro fisiológico, que serão repassados a municípios onde o abastecimento dos insumos esteja prejudicado.

Foi anunciado ainda um reforço nas campanhas de conscientização, como o portal Dengue 100 Dúvidas e a campanha multimídia São Paulo: Somos Todos Contra O Mosquito da Dengue, como meios de manter a população em alerta para a importância de vigiar o aparecimento de criadouros.

Vacina do Butantan

O Estado de São Paulo oferece vacinação contra a dengue para a população de 10 a 14 anos, com duas doses aplicadas em um intervalo de 90 dias. Em 14 de fevereiro, o Ministério da Saúde publicou uma nota técnica autorizando estados e Distrito Federal a ampliarem o público-alvo da vacina contra a dengue de acordo com a data de validade das doses em seus estoques.

As doses com prazo de validade de dois meses poderão ser disponibilizadas para pessoas de 6 a 16 anos e as vacinas com validade de até um mês estarão disponíveis para pessoas entre 4 e 59 anos.  A vacina está disponível nas UBSs de segunda a sexta e, aos sábados, nas AMAs/UBSs Integradas.

Com sede em São Paulo, o Instituto Butantan trabalha no desenvolvimento da vacina de dose única contra a dengue desde os seus estágios iniciais, pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). O imunizante está em fase final de aprovação na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Da Agência Brasil, com Redação

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