São Paulo decretou recentemente estado de emergência para a dengue. Segundo a Vigilância Sanitária Estadual, estima-se que o pico da doença ocorra em meados de abril e, para enfrentar a situação, a Secretaria de Saúde planeja ampliar em 20% o número de leitos hospitalares.

Diante do aumento de casos, o Pronto-Socorro (PS) do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE) inaugurou área destinada exclusivamente para o atendimento de casos de dengue. O espaço que conta com sala climatizada, além de cadeiras para soroterapia, começa a funcionar nesta quinta-feira (13). A expectativa é atender até 30 pacientes com dengue a cada duas horas.

A direção do Pronto-Socorro do HSPE, o Serviço de Infectologia e a Diretoria Técnica, planejaram novo fluxo para o atendimento dos casos de dengue com o objetivo de garantir maior eficiência no diagnóstico e no tratamento, além de agilizar as vagas de internação nos casos mais graves da doença.

De acordo com os especialistas do HSPE, o atendimento tem foco para a dengue dos grupos A e B, que são as formas clínicas mais comuns e mais leves da doença. Porém, desde dezembro de 2024, o Ministério da Saúde confirmou o retorno do sorotipo 3 da dengue ao Brasil, após 17 anos. De acordo com o órgão, o sorotipo 3 foi identificado em amostras de sangue coletadas em São Paulo, Minas Gerais, Amapá e Paraná.

Sorotipo 3 pode causar formas mais graves da doença

A fase inicial da dengue tipo dura geralmente em torno de 7 dias. A sensação de fraqueza e de cansaço pode persistir por semanas após a recuperação. A dengue é causada por 4 sorotipos do vírus (DENV1, DENV2, DENV3 e DENV4).

As pessoas que já tiveram a dengue causadas pelos sorotipos 1 e 2 (DENV1 e DENV2), que eram os vírus que circularam nos anos anteriores e ainda são encontrados no ar, adquirem a imunidade somente para estes sorotipos, permanecendo suscetível aos demais de sorotipos do vírus da dengue, sorotipos 3 e 4 (DENV3 e DENV4), e assim, podendo adoecer mais de uma vez.

 O vírus da dengue sorotipo 3(DENV-3) pode causar as formas clínicas mais grave da doença. Desta forma, nossa preocupação é que a magnitude desta potencial epidemia da doença pelo sorotipo 3 seja maior do que a que ocorreu em 2024 que foi causada pelos sorotipos 1 e 2, e além disto, com um risco maior da ocorrência das formas clínicas mais graves da dengue (grupos C e D)”, alerta o diretor do Serviço de Infectologia do HSPE, Augusto Yamaguti.

Correr para o hospital ou tratar em casa?

Com base neste cenário, uma das perguntas mais recorrentes é: devo correr para um atendimento presencial em caso de diagnóstico positivo ou apenas manter o cuidado em casa? Em momentos de surtos epidêmicos, é muito comum que pacientes e familiares acabem por deixar o medo tomar à frente das decisões. O cenário é natural, pois quando se trata de saúde é preciso tomar cuidado. Então saiba como agir nesses casos!

Assim, é importante ficar atento aos sinais de alarme, que são os indícios da evolução para as formas graves da doença”, reforça o cardiologista e diretor do Pronto-Socorro do HSPE, Werlley Januzzi.

A dengue hemorrágica ou síndrome do choque da dengue são formas mais agressivas da doença. Mesmo que a maioria das pessoas com dengue consiga se recuperar em casa, é fundamental procurar um pronto-socorro ou unidade de saúde para receber o tratamento adequado”.

“É fundamental que a população compreenda os sinais e sintomas da dengue e saiba quando procurar ajuda médica. A maioria dos casos pode ser tratada em casa com orientação adequada, evitando sobrecarregar os hospitais e garantindo atendimento eficiente para os casos mais graves”, Rebeca Schvartzburd, gerente de Operações Clínicas da Sami Saúde.

Isso porque, nessa época, a superlotação dos hospitais pode ser prejudicial para o atendimento dos pacientes que precisam de um apoio médico rápido e eficiente, e por isso é preciso ter calma e clareza diante das decisões. Além disso, é preciso sempre estar atento a quando se expor aos hospitais, já que possuem uma grande concentração de vírus e bactérias e que podem gerar outros inconvenientes de saúde.

Veja os sinais que são comuns e quais exigem alerta

Os sintomas mais comuns da dengue incluem:

  • Febre alta repentina (geralmente acima de 38°C);
  • Dor de cabeça intensa, principalmente atrás dos olhos;
  • Dor muscular e nas articulações (muitas vezes descrita como “dores no corpo”);
  • Cansaço extremo e sensação de mal-estar;
  • Náusea e vômito;
  • Erupção cutânea (geralmente aparece a partir do 3º ao 4º dia da doença);
  • Dor abdominal e perda de apetite.

Além desses sintomas, é importante ficar atento a sinais de alerta que indicam a necessidade de atendimento médico imediato, que incluem:

  • Dor abdominal intensa ou contínua;
  • Sangramentos (como sangramentos nas gengivas ou nariz);
  • Vômitos persistentes;
  • Dificuldade respiratória ou sensação de falta de ar;
  • Palidez, pele fria ou suada;
  • Queda abrupta da pressão arterial (causando sensação de desmaio ou tontura);
  • Aumento significativo do hematócrito (diluição do sangue), o que pode levar a complicações mais graves.

Para os sintomas mais comuns, a gerente de Operações Clínicas reforça: “o teleatendimento é um grande aliado nesses momentos de surtos epidêmicos. Qualquer dúvida que os pacientes tiverem durante o tratamento da doença, é aconselhável entrar em contato com o seu Time de Saúde. Assim, eles podem orientar qual é o caminho mais indicado para o atendimento mais eficiente”, completa.

Nesse contexto, membros e membras da Sami contam com um recurso adicional: o serviço de Pronto-socorro On-Line disponível no aplicativo da empresa. Esta ferramenta se apresenta como um aliado valioso em casos de contágio, dúvidas sobre sintomas ou outros cenários relacionados à dengue.

O serviço oferece atendimento rápido, evitando filas e exposição em hospitais lotados, permitindo que o paciente receba orientação médica de onde estiver, contribuindo assim para a eficiência do atendimento e a segurança do paciente durante o surto epidêmico.

5 medidas para fazer em casa e amenizar os sintomas

Hidratação: Essa é uma das principais medidas ao ser diagnosticado com o vírus. Beba bastante água, sucos naturais e soro caseiro para repor líquidos e eletrólitos.

Repouso: É comum que os pacientes sintam-se fracos durante o período da doença. Por isso, descanse adequadamente para ajudar o corpo a se recuperar. Evite fazer atividades que exijam muito esforço físico.

Alimentação leve: Mesmo que exista a perda do apetite, é fundamental manter a alimentação em dia. Para ajudar, opte por alimentos de fácil digestão e evite gorduras.

Compressas frias: As dores musculares são muito comuns a quase todos os casos de dengue no país. Aplique compressas frias para aliviar o desconforto.

Medicação: Lembre-se que muitos remédios são contraindicados em caso de dengue, é o caso de muitos anti-inflamatórios e corticoides. Portanto, certifique-se com o seu médico qual é o mais indicado. Em casos gerais, o uso de paracetamol ou dipirona é feito para controlar a febre e as dores.

Sinais de dengue que são necessários procurar pronto-atendimento

– Dor de cabeça e dor no corpo

– Febre alta

– Ânsia e quadro de vômitos

– Dor atrás dos olhos

– Manchas avermelhadas pelo corpo

Sinais de alarme (significa agravamento da doença)

– Dor abdominal intensa e persistente

– Vômitos persistentes

– Queda da pressão arterial com tontura

– Diminuição do volume urinário

– Sangramentos na pele e/ou de mucosas (boca, nariz, vômitos com sangue),

– Desconforto respiratório

– Alteração no estado mental com sonolência ou irritabilidade

Com Assessorias

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