De acordo com o Ministério da Saúde, a perda ou diminuição da capacidade de ouvir pode ser causada por uma série de fatores: otites mal cuidadas ou de repetição; uso de remédios ototóxicos (prejudicais à audição); problemas no tímpano, tumores, envelhecimento, trabalho em locais barulhentos; uso contínuo de fones de ouvido em volume alto; e hereditariedade, entre outros fatores.

Para evitar a perda auditiva precoce, os cuidados com a audição devem ser os mesmos que temos com o restante de nosso corpo. Achar que surdez é preocupação somente na terceira idade é coisa do passado. Apesar do distúrbio ser frequente em idosos devido à degeneração das células sensoriais da audição ou do nervo auditivo, também pode atingir crianças, adolescentes e adultos; e em escala cada vez maior, por causa da ‘overdose’ sonora que nos rodeia.
Sempre que sentirem uma diminuição na audição ou zumbido – que pode ser o primeiro sinal de perda auditiva -, devem buscar a orientação de um especialista para evitar o agravamento do problema”, alerta a fonoaudióloga Marcella Vidal, da Telex Soluções Auditivas.
A boa notícia nesse Dia Nacional de Prevenção a Surdez (10 de novembro) é que podemos tomar precauções para evitar a perda de audição precoce. Existem várias formas de prevenção. Ter conhecimento delas é fundamental. Colocá-las em prática é mais importante ainda.

Marcella Vidal, especialista em audiologia, dá várias orientações.

• Em casa, modere o som da televisão e de aparelhos sonoros (em volume de até 60 decibéis);

• Não ligue a TV, rádio, máquina de lavar, liquidificador e outros eletrônicos ao mesmo tempo;

• Evite o som muito alto no carro e circule com os vidros fechados para evitar os ruídos externos;

• Não deixe seus ouvidos se costumarem ao som alto, nem em casa, nem no carro, nem no trabalho. Preste atenção e proteja-se;

• Evite permanecer por longos períodos em ambientes fechados com música alta;

• Em festas, shows ou micaretas, fique longe das caixas de som. Se houver zumbido é sinal de alerta que deve ser investigado.

• Use protetores auditivos, em você e principalmente nas crianças, quando estiverem em locais muito barulhentos;

• Adolescentes e adultos que usam fones de ouvido correm mais risco de perda auditiva, principalmente ao ouvirem música em volume elevado e por horas seguidas. O limite máximo é de 85 decibéis por 45 minutos. Para redução dos riscos, a opção são os headphones, que vedam melhor o som ambiente, possibilitando que se escute música em volume menor;

• Dê um descanso aos ouvidos. Mantenha-se em silêncio sempre que possível, principalmente depois de dias agitados. A prática traz uma série de benefícios, inclusive para a audição.

• Cuidado com objetos pontiagudos ou cotonetes na região da orelha. Eles podem empurrar a cera para o tímpano ou até perfurar a membrana timpânica, afetando a audição.

• Cuidado com gripes, otites e sinusites mal curadas. Infecções frequentes e que não forem devidamente tratadas podem causar danos à audição. Qualquer sensação incômoda, procure logo um otorrinolaringologista.

• Cuidado com medicamentos que podem causar danos à audição, como anti-inflamatórios e até aspirina, que tomada em excesso pode levar à perda auditiva.

• Cuidado com a música alta nas academias. O barulho pode chegar a 110 decibéis. Proteger a audição também é cuidar do corpo.

• No ambiente de trabalho, não esqueça de utilizar protetores auriculares sempre que exposto a ruídos elevados.

• Atenção motoqueiros! Motocicletas, principalmente as de média e altas cilindradas, emitem ruídos em torno ou acima de 95 decibéis.

• Quem tem mãe e/ou pai com problemas auditivos deve procurar um especialista com antecedência. Em muitos casos, a perda de audição é fator genético.

• Faça o teste da orelhinha logo após o nascimento do bebê, mas avalie também a audição na época da alfabetização. Criança que não ouve bem tem dificuldades na aprendizagem.

Campanha nacional de alerta para problemas de ouvido

Até o dia 13 de novembro, está sendo realizada no Brasil a Campanha Nacional de Alerta ao Zumbido, Misofonia e Hiperacusia, cada uma em um dia: 11 – Zumbido, 12 – Misofonia e 13 – Hiperacusia. Batizada de “Novembro Laranja”, o objetivo é conscientizar a população sobre a realidade preocupante do aumento de problemas do ouvido em todas as idades e motivar mais profissionais da saúde a abraçarem estas causas.

A iniciativa foi criada em 2006 pela professora Tanit Ganz Sanchez e tem como objetivo divulgar o assunto por meio de ações voluntárias durante o mês de novembro. Mas você sabe distinguir cada distúrbio? A fonoaudióloga e gerente de produto do Grupo Microsom , Maria do Carmo Branco, esclarece algumas dúvidas e diferenças entre cada um deles.

ZUMBIDO

O que é o Zumbido? – Zumbido é um som incômodo que algumas pessoas escutam dentro do ouvido. Pode ser parecido com uma cigarra, um apito, um chiado. Muitos deixam de procurar ajuda porque acabam se acostumando com esse barulho, mas ele pode ser sinal de que algo está errado com o seu ouvido.

O que provoca esse barulho? – As causas do zumbido são diversas, mas podem ser por exposição a sons muito altos, deficiência alimentar, auto-medicação e até mesmo estresse.

Zumbido tem tratamento? – Sim. Existem várias formas de amenizar o problema. Porém, é preciso determinar a causa para se definir qual o melhor tratamento a ser aplicado. Por isso é muito importante que a pessoa procure um especialista assim que perceber que algo não está indo bem com a sua audição. Quanto antes iniciar o tratamento, maiores as chances de solucionar o problema.

MISOFONIA

O que é a Misofonia? – A Misofonia é a intolerância seletiva a determinados sons repetitivos como, por exemplo, o barulho de alguém mastigando, fungando, digitando, batendo em algum lugar repetidamente, televisão ligada, cachorro latindo, pássaros cantando. Para muitos pode parecer frescura, mas para quem tem esse distúrbio é algo muito incômodo e estressante.

Como saber se a pessoa tem Misofonia? – Esse distúrbio é tão incômodo para quem tem o problema que chega a levar a pessoa a ter um alto nível de ansiedade e até surtos de raiva contra quem está provocando o ruído. Isso gera dificuldades de relacionamento social e alguns pacientes precisam de ajuda psicológica.

HIPERACUSIA

O que é a Hiperacusia? – A Hiperacusia é quando sons comuns do nosso dia a dia – trânsito, televisão, conversas, música – parecem estar sempre no volume máximo, e passam a incomodar bastante.

Como saber se a pessoa tem Hiperacusia? Ela pode surgir em qualquer idade. Alguns indivíduos se irritam facilmente com esses tipos de sons comuns na nossa vida. Em outros, o desconforto é tão grande que chegam a se isolar do convívio social e até desenvolver quadros de depressão. Existem pessoas que conseguem lidar melhor com o problema e controlar o incômodo sozinhos, mas muitos precisam de ajuda para aprender a desenvolver controle e lidar com os ruídos.

A Hiperacusia tem tratamento? A orientação é que a pessoa procure um otorrinolaringologista para investigar a causa do problema. Ele deverá solicitar uma Audiometria acompanhada do teste Limiar de Desconforto a Sons. “Manter uma alimentação saudável, evitar a exposição a ruídos muito altos por longos períodos e ter uma boa qualidade de sono podem colaborar muito para a sua saúde auditiva. Se perceber qualquer alteração nos ouvidos, não deixe de procurar um especialista”, orienta Maria do Carmo.

Com Assessorias

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