luto

Todo ano é a mesma coisa. O céu geralmente fica meio nublado, a temperatura cai ou vem aquela garoa… É sinal de luto e tristeza pela partida de tantos queridos. Aqui dentro, a dor permanece, apesar dos anos. Perdi um querido irmão aos 24, meu pai com 51 e minha mãe aos 65 anos. Todos se foram muito cedo.

O primeiro nem pude me despedir: foi vítima de um brutal e instantâneo acidente de moto. Já meu pai morreu de sepse, vítima de erro médico, enquanto minha mãe ainda tentou em vão lutar contra um AVC que a consumiu durante sete anos. Até hoje busco explicação para tanta tragédia em uma só família. Mas, ensina a fé cristã, da qual sou devota, que “Deus sabe das coisas”. Mas o fato é que lidar com a morte nunca é tão fácil, qualquer que seja a religião.

Superar a dor de perder alguém que fez parte de nossa história, e que tenha participado de momentos especiais como entes queridos – pai, mãe, filhos, irmãos, marido, esposa, companheiros de uma vida, amigos, ou mesmo um animal de estimação – para muitas pessoas pode ser um momento de grande sofrimento. Lembrar de datas festivas com o Natal, batizados e aniversários, em que tenha compartilhado momentos importantes, parece não mais fazer sentido. E quando chega o feriado de Finados, as lembranças se tornam quase sempre ainda mais tristes.

A dor, a falta de aceitação e a angústia isolam essas pessoas que não consegue superar os traumas da velha lembrança ao longo da vida. Algumas chegam a apresentar depressão, perdem a vontade de conviver em sociedade, evitando locais, cheiros e músicas que possam lembrar essas pessoas tão queridas. A dor da perda é tão intensa que amargura no corpo e na “alma”. Mas superar é possível.

“A gente se engana em achar que, nesse caso, o melhor será esquecer tudo o que nos remete a essas pessoas queridas. Não. Pois, se foram importantes, não devem ser esquecidas. Contudo, revividas de uma forma saudosa, sem dor e sofrimento”, afirma a psicóloga Miriam Farias, que atende pessoas com dificuldades em superar perdas irreparáveis, usando técnicas de hipnose.

Segundo ela, através das técnicas de hipnose clínica, aplicadas por um psicólogo especializado, pode ser realizado um trabalho individual ou em grupo, capaz de ajudar a superar estes momentos difíceis, e transformar sentimentos dolorosos em boas lembranças.

“É possível conseguir suportar as dores que todos nós seres humanos temos e aquelas que ainda vamos absorver ao longo da vida. Aprendemos a aceitar a lei natural da vida. E reorganizamos nossa postura em relação à forma de enxergarmos a perda”, ensina a especialista.

De acordo com ela, a hipnose atua na indução em aceitar esta realidade, diminuindo a dor, o sofrimento e a apatia que se encontram as pessoas em luto recente, ou aqueles que perduram por muitos anos a retomarem a vida e a rotina.  “Com isso elas encontram o caminho do equilíbrio emocional, consequentemente, tornando esse momento um aprendizado. Principalmente os das boas lembranças que remeta a esse ente querido”, garante a especialista.

Da Redação, com assessoria

 

 

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