Existe a imunosenescência, que é o envelhecimento natural do organismo e pode deixar a pessoa idosa mais suscetível a infecções em geral. Pessoas com comorbidades são as que sofrem mais, por exemplo, diabéticos, doentes cardíacos e pulmonares. Com o coronavírus, é preciso uma atenção maior de pessoas cujo pulmão está mais debilitado, por exemplo”, complementa ela, referindo-se ao fato de o coronavírus causar complicações pulmonares.
A médica geriatra orienta que os idosos cuidem bem da saúde, mantenham-se hidratados, higienizem as mãos com frequência e evitem o contato com pessoas vindas de áreas com casos confirmados da doença. “Além disso, é fundamental estar em dia com o calendário de vacinação, para se proteger de múltiplas infecções”, conclui.
Um perigo para a saúde dos olhos
O oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, do Instituto Penido Burnier, alerta que o coronavírus pode atacar as vias respiratórias pelo canal lacrimal. Basta colocar as mãos em uma superfície contaminada e depois tocar os olhos ou nariz. Isso porque, a superfície ocular está conectada ao nariz pelo canal lacrimal. “É isso que explica porque temos sensação de areia, vermelhidão e lacrimejamento quando somos atingidos por rinite, gripe ou resfriado”, afirma.
Por isso, nunca foi tão perigoso usar colírio sem prescrição, principalmente se o desconforto ocular vier acompanhado de tosse, espirro, coriza e febre que caracterizam a infecção por coronavírus, adverte. O pior é que pelo menos 4 em cada 10 brasileiros já chegam aos consultórios usando colírio por conta própria quando sentem algum desconforto nos olhos.
“Se a irritação ocular estiver relacionada a uma contaminação por coronavírus a falta de atendimento médico facilita o desenvolvimento de uma infecção respiratória grave. Já nos olhos, o uso indiscriminado de colírios pode agravar doenças oculares e provocar catarata ou glaucoma quando a fórmula contém corticoide”, destaca. Os vasoconstritores conhecidos como adstringentes também não podem ser vistos como uma aguinha inócua. Isso porque, explica, podem elevar a pressão arterial se o ducto lacrimal não for ocluído durante a aplicação.
Queiroz Neto alerta que o coronavírus também pode ser contraído pelo ar, espirro, tosse e contato físico com pessoas contaminadas. Os grupos de maior risco são as crianças que estão com o sistema imunológico em desenvolvimento, idosos por serem naturalmente mais frágeis, diabéticos e pessoas com alguma doença pré-existente no sistema respiratório ou coração.
Tudo para evitar a doença
Para dificultar uma epidemia global, a OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda o uso de máscaras ajustadas sobre o nariz e boca, além de EPI (óculos de proteção) por profissionais de saúde, parentes que têm contato com um familiar que contraiu o vírus e pelas pessoas contaminadas.
Queiroz Neto afirma que os óculos comuns não evitam o contágio por serem abertos nas laterais. O contágio por coranavírus é semelhante ao da conjuntivite que exige afastamento da escola ou trabalho, mas pode trazer consequências mais graves pondera.
As principais medidas elencadas pelo oftalmologista para prevenir infecção por coronavírus são:
– Lavar as mãos com frequência.
– Evitar levar as mãos aos olhos e boca.
– Evitar aglomerações em locais fechados que facilitam a proliferação de vírus.
– Não compartilhar óculos, maquiagem, colírio, descongestionante nasal. talheres, toalhas e fronhas.
– Manter os locais arejados
– Tampar a boca com lenço descartável para tossir ou espirrar.
– Beber bastante água.
Teste molecular para identificar coronavírus
- Na última semana, a OMS divulgou um guia de diretrizes para o diagnóstico do coronavírus com as sequências do (2019 n-CoV) e, também, o formulário para solicitação da amostra controle positiva para o vírus (ou vírus de cultura), para validação do exame com padrão confiável. As instituições públicas e de pesquisa têm prioridade no recebimento da amostra padrão;
- Nesse cenário, a Dasa fez uma parceria com o Instituto de Medicina Tropical da USP e deve receber da OMS, esta semana ainda, a amostra controle para validação do exame. “Os controles positivos são importantes para a validação clínica, seja para garantir segurança para o paciente ou a assertividade no diagnóstico”, alerta Gustavo Campana, diretor médico da Dasa;
- O exame para diagnóstico do novo coronavírus (2019 n-CoV) usa a tecnologia de PCR em tempo real – a mesma utilizada para investigar a presença de outras infecções respiratórias. Com o recebimento da amostra controle (previsto para esta semana), a Dasa já deve oferecer o teste em seus mais de 800 laboratórios, seguindo os rígidos padrões de controle internacionais; com prazo de entrega de resultado em até cinco dias;
- Como é um tema muito novo, as instituições que já oferecem o exame no Brasil podem estar usando DNA sintético baseado na sequência liberada pela OMS, para fazer diagnóstico. “A ideia é oferecer em nossos laboratórios o exame certificado com as metodologias de padrão internacional, suportando as instituições públicas na confirmação (ou não) do diagnóstico do coronavírus”, finaliza Campana;
- Além do teste de PCR, a Dasa tem disponível o teste de metagenômica viral com método viroma. Realizado por meio de um swab de nasofaringe e/ou lavado brônquico; o resultado é entregue em até sete dias corridos.
Workshop gratuito sobre coronavírus e gravidez
Nesta sexta-feira (07/02), a Perinatal irá promover, gratuitamente, o workshop ‘Assistência em Perinatologia para o Coronavírus’. O evento, que acontece a partir das 8h30, na Perinatal da Barra, irá reunir especialistas para debater sobre o que podemos fazer em relação à doença. Estarão presentes o Dr. Renato Sá, Chefe da Obstetrícia da Perinatal; Dr. Roger Rohlloff, Chefe de UTI Materno-Fetal da Perinatal, Dra. Elizabeth Moreira, Chefe de Pesquisa Clínica do Instituto Fernandes Figueiras e Coordenadora de Ensino da Perinatal; e Dra. Danielle Borghi, Infectologista do Copa Star.
Veja outras informações no boletim da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), parceira da SBGG: http://bit.ly/
Com assessorias