Acabo de passar por uma bateria de exames – aquele bom check up que a gente deve fazer todo ano. . Tudo na mais perfeita ordem. Mas o colesterol… Estava dessa vez um pouco elevado. O problema é hereditário – minha filha, magrinha que só, também tem desde pequena. Mas como fazer para manter o colesterol ok? Passadas as festas de fim do ano, é muito comum que as pessoas se acomodem em relação a alguns hábitos comportamentais e engrenem o novo ano cometendo os mesmos erros: alimentação gordurosa, bebidas alcoólicas em altas quantidades, falta de atividade física… Mas, especialistas alertam que, mesmo sendo um período de férias e com diversas celebrações, a atenção com a saúde nesse momento não pode ser colocada de lado. Neste período, é preciso que se tenha bastante cuidado com a alimentação, especialmente no caso de pessoas com diabetes e colesterol alto.
Segundo dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia, em 2015, mais de 346 mil pessoas morreram por conta de problemas do coração. Nesse contexto, o controle do colesterol alto (LDL) torna-se ainda mais importante, já que é um dos fatores que mais elevam o risco de doenças cardiovasculares. Por conta disso, o médico cardiologista Henrique Tria Bianco, do Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia, listou dicas fundamentais para que as pessoas possam curtir o período de férias de verão com mais responsabilidade. O endocrinologista Levimar Rocha Araújo também traz algumas dicas de comportamento e alimentação para os diabéticos aproveitarem melhor o período de férias sem culpa.
- Férias, praia, verão & alimentação
De uma maneira geral, seguir uma dieta saudável – composta por frutas, verduras, carnes magras, é sempre uma orientação dada para as pessoas, principalmente para aqueles que não apresentam níveis controlados do colesterol. Para esse período, mesmo com tantas tentações, é fundamental manter o foco e não extrapolar. Uma avaliação criteriosa em relação aos alimentos refinados, industrializados e produtos prontos também é essencial. Para as regiões mais quentes o destaque fica para a hidratação, isso é: muita água.
2. Atividade física e o controle do colesterol
Estilo saudável com a prática de atividade física pode ser um importante aliado na prevenção do colesterol alto. É comum que as pessoas se acomodem nos intervalos das festas de fim de ano e durante viagens, por exemplo, mas é importante seguir a recomendação de reservar pelo menos 30 minutos por dia para qualquer atividade, seja uma corridinha no parque, na orla ou uma caminhada no bairro. Para exercícios mais rigorosos, importante consultar o médico previamente.
3. E o álcool, tem que ser evitado?
Não há uma correlação clara entre o aumento do colesterol e o consumo de bebidas alcoólicas, mas isso não significa que o consumo excessivo de álcool esteja liberado. A ingestão deve ser moderada, inclusive, considerando outras consequências negativas que a bebida pode trazer para a saúde. “Estudos epidemiológicos têm sugerido uma redução de mortalidade, por infarto agudo do miocárdio e doenças coronarianas, entre bebedores moderados, o que sugere um efeito cardioprotetor do álcool”, afirma o médico.
4. Acondicionando o tratamento
Se você tem colesterol alto e faz uso de estatinas para controlar suas taxas, é fundamental concentrar todos os medicamentos em uso dentro de uma única bagagem. Ainda importante verificar a validade dos tratamentos e acondicioná-los em local apropriado. Leve consigo uma quantidade a mais, bem como o nome das medicações e suas respectivas doses em anotação à parte.
Dicas especiais para diabéticos
O endocrinologista Levimar Rocha Araújo, professor da Faculdade de Ciências Médicas de MG e da Metabólica, Instituto de Medicina Aplicada, traz algumas dicas de comportamento e alimentação para aproveitar o período de férias sem culpa.
- Hidratação é fundamental!
Beber bastante água é necessário para que o diabético se mantenha bem hidratado, controlando a glicemia. “É importante beber pelo menos três copos de água antes de começar qualquer ingestão de bebida alcoólica. A água com gás é uma boa opção porque dá sensação de que a pessoa está satisfeita e faz com que ela não consuma tanto álcool”, explicou o especialista.
2. Controle da bebida alcóolica
Outro ponto importante é que a pessoa com diabetes precisa estar atenta ao consumo de álcool: pode beber, mas de forma moderada. Isso porque o álcool pode piorar alguns sintomas da doença, causando hipoglicemia ou aumentando rapidamente a taxa de açúcar no sangue¹.
3. Cuidado com as proteínas
Também é preciso estar atento à quantidade de proteína animal consumida nesta época2. “Tem que ter cuidado com as doses de proteínas, que podem se transformar em açúcar no sangue, aumentando as taxas de glicose. As pessoas acham só que não podem comer açúcar, mas acabam comendo frutas e carnes em excesso. A proteína piora a insuficiência renal, que também é um quadro muito comum no diabético”, pontuou o endocrinologista.
4. Sucos: aliados ou inimigos?
Apesar de muitas frutas serem ricas em proteínas e fibras, algumas também são carregadas de açúcares e é preciso tomar cuidado com a quantidade. Por conta disso, o Dr. Levimar Araújo recomenda evitar grandes porções de laranja, manga, uva, melancia e caqui, que são ricas em nutrientes, mas também podem aumentar os níveis glicêmicos.
5. Fibras e suas propriedades
As fibras diminuem a absorção de açúcares no sangue e, por isso, são boas para os diabéticos. Abacaxi, nozes, couve, aveia, cenouras, casca de maçã, entre outros alimentos podem compor uma ceia saborosa, diferente e saudável4.
6. Medir a glicemia antes e depois de comer
Embora a rotina se altere nesta época do ano, é importante sempre medir as taxas de glicose no sangue antes e depois de comer, controlando a ingestão de gorduras e açúcares para aproveitar o período de forma saudável e com qualidade.
Colesterol: quando o tratamento se faz necessário?
Nem sempre é possível controlar o colesterol somente com mudanças no estilo de vida e bons hábitos. Por conta disso, acompanhamento médico é fundamental para avaliar a necessidade de tratamentos mais específicos.
Lançadas há cerca de três décadas, as estatinas foram um marco na redução das taxas de colesterol ruim. Elas seguem como a primeira linha de tratamento para a maioria dos casos e estão acessíveis à população, que pode optar pelas versões genéricas ou obter o medicamento por meio da rede pública de saúde (Programa Farmácia Popular) – sempre com orientação do médico especialista.
Já em casos mais acentuados, sobretudo para os pacientes que já tiveram algum evento cardiovascular, existem alternativas que, aliadas às estatinas, são capazes de melhorar o controle do colesterol de forma mais efetiva. Os inibidores de PCSK9 é uma classe que degrada receptores no fígado responsáveis por captar o LDL-colesterol da circulação.
Um exemplo é o alirocumabe. O anticorpo monoclonal, é um tratamento que chegou diante de um panorama em que 80% das pessoas no Brasil estão fora da meta recomendada de colesterol, considerando ainda outras opções disponíveis para ajudar nesse controle.
Da Redação, com assessorias