No Brasil as mulheres já são a maioria entre as pessoas com nível superior completo, e cada vez mais as vemos com carreiras sólidas e independência financeira. Durante as últimas décadas a mulher conquistou vários novos espaços e, mesmo nas camadas sociais mais desfavorecidas, é a mulher a principal provedora da família.

Apesar disso, se essas mulheres são solteiras, são vistas com desdém ou piedade, principalmente – pasmem! – pelas outras mulheres. Em se tratando da questão emocional, muitas ainda continuam dependentes da figura masculina para lhes dar significado e respeitabilidade social.

Em decorrência da velha crença social de que “mulher sem homem, é igual ao zero à esquerda”, que quase ninguém tem coragem de admitir mas muitas partilham intimamente, é que muitas mulheres se sujeitam a se manter em relações abusivas e/ou violentas. Ou como diziam as nossas avós, “é melhor ser uma mulher mal acompanhada do que só”.

Tudo isso são construções sociais que vamos internalizando sem refletir ou questionar, até porque muitas mulheres crescem presenciando suas mães, tias, avós, sofrerem violências e isto fica registrado como algo “normal”. 

Violência psicológica é a mais difícil de identificar

É essa violência cultural contra a figura feminina, que sustenta as outras formas de violência, que pode ser psicológica, sexual, física, moral ou patrimonial. O tipo mais difícil de identificar é a violência psicológica, justamente porque está tão naturalizada em nossa cultura, que a mulher não se dá conta que está sendo vitimada.

A violência psicológica se caracteriza por qualquer situação que cause sofrimento emocional e comprometa a saúde mental da mulher. As situações mais comuns podem ser: sofrer constrangimento, humilhação, assédio; ser ameaçada, explorada, desmerecida, depreciada, chantageada, desvalorizada; receber palavras ofensivas e gritos; ter seu direito de ir e vir cerceado, além de outros comportamentos abusivos.

Ou seja, pode ser qualquer situação que comprometa o seu estado psicológico e cause traumas ou destrua a sua auto-estima. Mas quando a violência é psicológica, muitas vezes a mulher pode não perceber que está em um relacionamento abusivo, pois este tipo de violência está tão naturalizado em nossa cultura, que pode passar despercebido.

Portanto, quando você mulher, estiver em um relacionamento que cause sofrimento e dor, saiba que este tipo de relação não é saudável e pode ser evitada ou eliminada. É importante que a mulher saia deste papel de sonhadora, submissa, frágil ou fraca para assumir o seu verdadeiro papel que é de empoderamento e assim, construir uma nova forma de ser e estar no mundo, sem depender do afeto de um “príncipe encantado” ou de um provedor.

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Como se empoderar e ter o domínio da própria vida

É necessário que esta mulher, dita “moderna”, se empodere de verdade. E o que é isso? Se empoderar é gerenciar e ter o domínio sobre a própria vida. É libertário perceber o seu potencial humano, saber e sentir que é capaz de tomar suas próprias decisões, se autogerir, ter autonomia.

Como podemos fazer isto? Através de um trabalho ou de uma carreira profissional que possibilite independência financeira. O trabalho promove autonomia e dignidade. Precisamos descobrir quais são as nossas habilidades, o que podemos fazer para obter prazer e satisfação, ser reconhecida, admirada e valorizada.

O poder está dentro de nós. Em cada escolha, ação, atitude e principalmente em cada mudança de comportamento. É importante resgatar este potencial de vida que foi cerceado pela nossa cultura machista e construir nossa própria história.

Desejo que você, mulher, explore todo seu potencial de vida e fique cada vez mais empoderada.

 

 

 

 

 

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