Quem não se lembra do Banco Imobiliário? A brincadeira do passado com o dinheiro de papel – mais tarde substituída por maquininhas de cartão de crédito -, pode estar cada vez mais presente na vida de crianças, adolescentes e jovens. Desde 2017, por decisão do Ministério da Educação, a educação financeira já faz parte do currículo escolar na educação infantil – tornou-se obrigatória.
Aprender a lidar com dinheiro é uma das lições que os educadores, hoje, entendem ser fundamental na infância. É assim, aprendendo desde cedo que as crianças poderão se tornar adultos “financeiramente responsáveis”. Dá para fazer isso de várias maneiras, inclusive brincando.
Aprender sobre finanças jogando é o objetivo da oficina para crianças “Lugar de criação – Educação financeira, o jogo”, que acontece no Espaço Conceito BB, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB-Rio), neste sábado (8/5), às 15 horas. De forma lúdica, a atividade ensina sobre a história do dinheiro, o sistema financeiro brasileiro, a economia solidária e a lógica atual de consumo.
Educação financeira nas escolas, o caminho para gerações mais conscientes
Em 2017, o Conselho Nacional de Educação, apoiado pelo Ministério da Educação, estipulou que a educação financeira passasse a fazer parte da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), documento que guia educadores sobre o conteúdo mínimo que deve ser ensinado nas escolas, desde a educação infantil até o ensino médio.
A recomendação, que propõe uma adaptação por parte da rede de ensino até o final deste ano, entende que a disciplina seja abordada de forma transversal pelas escolas. Ou seja, a ideia é que, além de constar no conteúdo da sala de aula, o tema também seja abordado em ações e projetos especiais.
Para a Associação de Educação Financeira do Brasil, a AEF-Brasil, este é um importante movimento, pois preparará as futuras gerações para o desenvolvimento de competências e habilidades necessárias para lidar com as decisões financeiras que tomarão ao longo de suas vidas.
De acordo com pesquisa feita em parceria entre Serasa Consumidor e Serasa Experian no ano passado, um em cada três estudantes afirmou ter aprendido a importância de poupar dinheiro depois de participar de projetos de educação financeira.
É evidente que as instituições de ensino são fundamentais para o desenvolvimento dessa consciência nos futuros cidadãos. Porém, isso não exime o papel dos pais como estimuladores e exemplos a serem seguidos. Estudiosos do universo infantil dizem que é por meio do comportamento dos adultos que o conhecimento é absorvido pelas crianças. Isso envolve desde o consumo consciente de recursos até a administração de “mesadas”, afirma Tatiana Schuchovsky Reichmann, diretora-presidente da Ademilar Consórcio de Imóveis.
Para os adolescentes, é interessante, inclusive, uma abordagem mais avançada sobre investimentos e vantagens de economizar recursos a longo prazo em prol de um objetivo futuro. “Muitas vezes, crescemos com a crença de que a poupança é a única forma de guardar dinheiro. É válido apontar, desde cedo, outros caminhos de construção de patrimônio financeiro como consórcios, títulos públicos e privados”, diz ela.
Os números mostram que ainda temos um longo caminho a seguir. No relatório trienal do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) de 2018, divulgado em maio de 2020, o Brasil ficou em 17º lugar em competência financeira em uma lista de 20 países. A avaliação considera, por exemplo, se o aluno entende o valor de uma simples despesa e se sabe interpretar documentos financeiros do cotidiano.
Os números alarmantes de inadimplência no Brasil – em 2019 cerca de 63 milhões de pessoas possuíam nome negativado ou dívidas em aberto – são reflexo de várias gerações despreparadas em relação às finanças pessoais. Com a inclusão definitiva da educação financeira nas escolas, aliada ao comprometimento dos pais, temos tudo para tornar a sociedade mais consciente financeiramente.
Crianças até 12 anos gastaram 30% mais que adolescentes na pandemia
Durante a quarentena, as crianças de até 12 anos gastaram, em média, 30% mais do que os adolescentes com mais 16 anos. É o que aponta o levantamento do Blu by BS2, que analisou o comportamento de consumo de jovens de diferentes faixas etárias durante a pandemia. Foram analisadas 1.500 transações no período de maio a agosto de 2020 feitas pelo aplicativo do Blu, do Banco BS2, que tem foco em educação financeira para jovens. Os dados apontam que games, delivery de comida e serviços online foram os principais gastos dos mais jovens.
O levantamento do Blu by BS2 também mostrou que os “mais velhos” (a partir de 16 anos) foram os que mais pouparam neste período de quarentena: em média R$ 157 reais foram poupados, cerca de 28% do valor total recebido. Os mais novos (com até 15 anos) foram os que menos economizaram – apenas 13% do valor recebido.
O universo digital em que os jovens estão imersos gera neles o impulso da compra online. Desta maneira, a educação financeira é um grande aliado dos pais. Quanto antes os adolescentes aprenderem a lidar com o dinheiro e principalmente criarem o hábito de poupar ou postergar o consumo, maiores serão as chances de conseguirem realizar seus sonhos no futuro”, explica Marcos Figueiredo, co-fundador do Blu.
Educação financeira: como incentivar pais e filhos?
Por meio da gamificação, o app tem por objetivo estimular o desenvolvimento de habilidades e competências, incentivando pais e filhos a se engajarem no tema da educação financeira. O propósito do aplicativo é desenvolver a consciência financeira, dando autonomia aos filhos e controle aos pais.
O Blu By BS2 é uma conta para menores de 18 anos, com cartão mesada para ensinar educação financeira na prática. Os filhos recebem autonomia para aprender com suas próprias decisões, enquanto os pais ficam no controle e acompanham de perto seu desenvolvimento. Depósitos instantâneos e programação de mesada são outras comodidades para dar dinheiro aos filhos com segurança.
A partir do momento que a escolha está nas mãos dos jovens, o engajamento deles para realizar os desafios tende a aumentar. “Muitos pais estão preocupados em como engajar os filhos nos momentos de aprendizado, reforçando valores e desenvolvendo habilidades necessárias para as finanças e para a vida”, avalia Figueiredo.
Mais sobre o jogo no CCBB
Desenvolvido pela Ja.Ca em parceria com Às Margens, o jogo vai ser conduzido no LAB, um espaço voltado para dinâmicas em grupo e trocas de experiência. O ingresso é gratuito e pode ser adquirido pela internet. A atividade voltada para crianças, jovens e até mesmo adultos respeitará as regras de proteção sanitária no combate à pandemia.
O Espaço Conceito tem curadoria do CCBB e recebe encontros com especialistas sobre educação financeira, cultura e sociedade. O objetivo maior é inspirar espectadores e estimular que se coloque projetos pessoais e profissionais em prática. Vários eventos podem ser acompanhados pela internet, ao vivo, no canal do YouTube do BB. As lives também ficam salvas para apreciação online e já alcançaram mais de 30 mil acessos na plataforma.
O CCBB RJ está adaptado às novas medidas de segurança sanitária: entrada apenas com agendamento on line (eventim.com.br), controle da quantidade de pessoas no prédio, fluxo único de circulação, medição de temperatura, uso obrigatório de máscara, conferencia de temperatura dos visitantes e funcionários, disponibilização de álcool gel e sinalizadores no piso para o distanciamento. Inscrições para as palestras online: http://bit.ly/livesexclusivasbb.
Com Assessorias