Também apresentam tendência de alta de longo prazo nos casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) outros oito estados, mas está concentrada entre as crianças: Amazonas (AM), Amapá (AP), Ceará (CE), Espírito Santo (ES), Maranhão (MA), Pernambuco (PE), Piauí (PI) e Roraima (RR).
Os dados laboratoriais desses estados ainda não permitem identificar o vírus responsável pelo aumento dos casos de SRAG, mas é possível que esteja sendo impulsionado por algum vírus que afeta principalmente crianças, como o rinovírus, o VSR, o adenovírus ou o metapneumovírus“, diz o boletim da Fiocruz.
Fiocruz recomenda vacinação e uso de máscara em locais fechados
Diante desse cenário, a pesquisadora do Programa de Computação Científica da Fiocruz (Procc/Fiocruz) e do InfoGripe, Tatiana Portella, sugere o uso de máscaras em locais fechados, com menor circulação de ar, e também dentro dos postos de saúde. Ela alerta que a população de risco, como os idosos, devem manter a vacinação contra a covid-19 e o influenza em dia para prevenir casos respiratórios graves.
Em caso de aparecimento de sintomas, o recomendado é manter a etiqueta respiratória com o uso de máscaras e evitar tossir ou espirrar perto de outras pessoas. A gente reforça também a importância de manter a vacinação respiração contra a Covid-19 em dia, especialmente para as pessoas do grupo de risco”, disse Tatiana.
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Desde o início deste ano, já foram notificados 156.309 casos de SRAG, sendo 73.283 (46,9%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório 66.441 (42,5%) negativos, e ao menos 8.310 (5,3%) aguardando resultado laboratorial.
Também desde janeiro de 2024 foram registrados 9.544 óbitos por SRAG, sendo 4.909 (51,4%) por algum vírus respiratório. Dentre os positivos, 52% são Sars-CoV-2 (covid-19); 28,2% são influenza A; 8,7% são rinovírus; 8,5% são vírus sincicial respiratório (VSR) e 1,8% são influenza B.
Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 40,1% para rinovírus; 23,7% para Sars-CoV-2 (Covid-19); 10,6% para influenza B; 9,9% para influenza A e 4,9% para VSR.
Entre os óbitos, a prevalência entre os casos positivos foi de 57,1% para Sars-CoV-2 (Covid-19); 16,8% para influenza A; 11,2% para influenza B; 10,2% para rinovírus. Nenhum óbito por VSR foi registrado no período.
Já em relação aos óbitos de SRAG em 2024, já foram registrados 9.544, sendo 4.909 (51,4%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 3.866 (40,5%) negativos, 162 (1,7%) e ao menos aguardando resultado laboratorial. Dentre os positivos, 52% são Sars-CoV-2 (Covid-19); 28,2% são influenza A; 8,7% são rinovírus; 8,5% são VSR e 1,8% são influenza B.
Entenda a evolução dos casos nos estados e capitais
Entre as capitais, nove apresentam sinal de crescimento nos casos de SRAG: Fortaleza (CE), Goiânia (GO), Macapá (AP), Natal (RN), São Luís (MA), São Paulo (SP), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Teresina (PI).
No Rio de Janeiro, houve alta em praticamente todas as faixas etárias. Nas crianças e adolescentes o aumento está associado ao rinovírus, enquanto que nos idosos está relacionado à Covid-19, embora as hospitalizações por Covid-19 nessa faixa etária já apresentem sinal de desaceleração.
A atualização mostra que o estado de Goiás também apresenta aumento dos casos de SRAG entre crianças, adolescentes e idosos. Referente à Semana Epidemiológica (SE) 45, período de 3 a 9 de novembro, a análise tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe).
No Amapá, Maranhão e Roraima, o crescimento dos casos de SRAG se concentra nas crianças e, em alguns estados, também nos adolescentes, impulsionado principalmente pelo rinovírus. Os estados do Amazonas, Espírito Santo e Piauí também apresentam sinais de crescimento dos casos de SRAG concentrados nessas faixas etárias.
Dados de positividade para semanas recentes estão sujeitos a grandes alterações em atualizações seguintes por conta do fluxo de notificação de casos e inserção do resultado laboratorial associado”, informa o boletim.