Abril é o mês de conscientização e prevenção aos tumores de cabeça e pescoço, que atingem 41 mil de brasileiros por ano, segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça Pescoço (SBCCP). De acordo com o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, oito em cada dez diagnósticos têm a ver com o cigarro: a pessoa é ou já foi fumante.

A pesquisa menciona ainda que o consumo de bebida alcoólica está presente em 50% dos casos positivos. O vício de fumar cigarros por muitos anos e consumir bebidas alcóolicas exageradamente é a principal causa do câncer de boca.

O tabaco, substância presente em cigarros, charutos e narguilé, é responsável por 90% dos casos da doença no mundo. Além disso, pessoas que possuem o hábito de fumar e beber têm 35 vezes mais chances de desenvolver o câncer oral. Outras doenças como HPV e Candidíase bucal também são fatores de risco.

Dados da FDI World Dental Federation divulgados em fevereiro deste ano apontam que aproximadamente 500 mil novos casos de câncer de boca são diagnosticados anualmente no mundo. A doença é mais comum entre homens do que em mulheres e a maioria dos casos são em pessoas partir dos 60 anos.

Doença é mais comum entre os homens

Existem outros fatores que estão relacionados ao desenvolvimento do câncer oral, como gênero (o câncer de boca e orofaringe é duas vezes mais comum em homens do que em mulheres), idade (maior incidência do câncer de boca e orofaringe é em pessoas com mais de 55 anos), próteses dentarias mal adaptadas.

Outro fator de risco importante é a infecção pelo papilomavírus humano, o HPV, mesmo que causa câncer de colo de útero, canal anal, pênis, vagina e vulva e é transmitido por via sexual. Portanto, recomenda-se o uso de preservativo durante as relações sexuais como forma de reduzir o risco de infeção por este vírus. “A vacinação contra o HPV para meninas e meninos, que é fornecida pelo Sistema Único de Saúde, também deve ser fomentada”,  afirma Janaína Jabur, médica oncologista da Aliança Instituto de Oncologia.

Esse tipo de câncer engloba os tumores da cavidade nasal, seios da face, boca, laringe e faringe e, portanto, os sintomas vão depender do local acometido. Normalmente, o paciente sente alguma área endurecida ou uma ferida persistente, dolorosa e sangrante, que prejudica a fala e/ou a alimentação. A especialista complementa “outros sinais incluem aumento de ínguas no pescoço, dor na garganta, no ouvido ou na cabeça.

Consultório dentário é a principal ‘porta de entrada’

Aproximadamente 70% dos casos de câncer de boca são antecedidos por feridas brancas ou vermelhas persistentes (se tiver uma lesão que não cicatriza depois de 15 dias, consulte seu dentista). Portanto, é fundamental que as pessoas estejam atentas à própria saúde bucal.

Ao possuir algum sintoma que possa sugerir o câncer oral, o paciente deve consultar o dentista, que vai fazer uma anamnese detalhada e exame clínico minucioso: checar a boca e garganta procurando anormalidades, caroços ou outros problemas”, explica Fabio Bibancos, ortodontista e consultor da GUM.

Neste exame clínico, são verificados o céu da boca, o assoalho da boca, a parte interior de seus lábios, de suas bochechas, linfonodos, a parte de trás da garganta e será analisada a língua em toda sua extensão.

Para conscientizar as pessoas sobre prevenção e tratamento do câncer de boca no Dia Mundial de Combate ao Câncer, nesta segunda-feira, 8 de abril, o profissional esclarece algumas dúvidas:

Doença é tratável com boas chances de cura

Dra Janaina esclarece que a doença tem tratamento e apresenta grandes chances de cura. Por isso, o  diagnóstico precoce é essencial para tratar a doença.  A depender do local do tumor, o paciente pode ser submetido à cirurgia ou radioterapia exclusivos e/ou acompanhado de quimioterapia ou drogas biológicas. “Em casos avançados, onde há presença de metástases, lançamos mão de tratamento com quimioterapia e mais recentemente, imunoterapia”, comenta.

No caso específico do câncer oral, geralmente o tratamento envolve cirurgia oncológica e/ou radioterapia. A avaliação médica, conforme cada caso, vai decidir qual melhor forma de tratamento. Durante o processo do tratamento com radioterapia, o dentista pode recomendar o uso de enxaguantes bucais sem álcool, aplicação de flúor e chicletes sem açúcar para xerostomia ou saliva artificial (a baixa produção de saliva que facilita a proliferação de bactérias e fungos).

O acompanhamento médico é importante que mesmo após a eliminação do câncer em toda a boca, o paciente continue passando por avaliação médica duas vezes por ano e procure os profissionais responsáveis pelo tratamento da doença ao menor sinal de incômodo.

A médica afirma que não existem exames de rastreamento para esse tipo de câncer. “A prevenção é o melhor caminho”, ressalta a especialista. Para a oncologista, a principal medida para a prevenção do tumor é o controle dos fatores de risco, como a interrupção do tabagismo e consumo exagerado de bebidas alcoólicas.

Da Redação, com Assessorias

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