A 33ª edição do Mapa de Risco da Covid-19, divulgada nesta sexta-feira (4) pela Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro, mostra que a capital, assim como demais municípios da Região Metropolitana I, continuam com risco alto (bandeira vermelha), junto com a Baía da Ilha Grande e o Noroeste Fluminense. Já Baixada Litorânea, Centro-Sul, Médio Paraíba, Metropolitana II e Serrana seguem na laranja e apenas o Norte Fluminense continua na bandeira amarela.
O 22º Boletim Epidemiológico, divulgado pela Prefeitura do Rio também nesta sexta, confirma que todas as 33 regiões administrativas do município estão na classificação de alto risco para a transmissão da Covid-19. O levantamento considera as internações e óbitos, pela terceira semana seguida. Desde março do ano passado a cidade soma 330.941 casos de Covid-19, com 26.667 óbitos. Somente em 2021 são 126.232 casos e 8.108 mortes.
Ao participar da divulgação do boletim, no Centro de Operações Rio (COR), o prefeito Eduardo Paes alertou para o número ainda grande de atendimento, nas redes de urgência e emergência, de pessoas com sintomas de síndrome gripal e de síndrome respiratória aguda grave.
A gente já adotou medidas flexíveis, o decreto permanece valendo até o dia 14 de junho, mas confesso que a nossa expectativa era que esse dado (número de internações) tivesse caído mais. Apesar de os números serem melhores, há ainda atendimento grande nas redes de urgência e emergência de pessoas que mais na frente podem contrair o quadro grave da doença. Começa o período de inverno, as pessoas têm mais sintomas de gripe e procuram as nossas redes”, disse Paes.
As médias móveis de atendimentos da rede de urgência e emergência, de casos confirmados e de óbitos pela doença apresentam tendência de queda. O número de internações de idosos por complicações da Covid-19 tem apresentado reduções consideráveis, mas o prefeito acha que ainda não é hora de flexibilizar mais as medidas de proteção à vida.
Já na análise comparativa entre a semana epidemiológica 20 (16 a 22 de maio) com a 18 (2 a 8 de maio), o Estado do Rio de Janeiro apresentou uma redução de 25% no número de óbitos, e as internações por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) caíram 21% na comparação entre os períodos analisados. As taxas de ocupação de leitos no estado, nesta sexta, são de 83% para leitos de UTI e de 56% para leitos de enfermaria.
Cada bandeira representa um nível de risco e um conjunto de recomendações de isolamento social, que variam entre as cores roxa (risco muito alto), vermelha (risco alto), laranja (risco moderado), amarela (risco baixo) e verde (risco muito baixo). “Os resultados apurados para os indicadores apresentados devem auxiliar a tomada de decisão, além de informar a necessidade de adoção de medidas restritivas, conforme o nível de risco de cada região”, informa a SES.
Mais 53 casos de novas variantes
Na última semana, 53 novos casos de diferentes variantes do vírus foram identificados em moradores da cidade do Rio, nenhum novo da cepa indiana. Desde a identificação do primeiro caso de novas variantes, o município contabiliza 548, sendo 437 residentes. São 425 casos da brasileira (P.1) e 12 da britânica (B.1.1.7). Dos moradores infectados por essas cepas, 36 faleceram, 14 permanecem internados e 387 já são considerados curados. Dos não moradores do Rio infectados pelas variantes, 24 vieram de Manaus, 7 de Rondônia e 80 de outros municípios.
O homem de 32 anos, morador de Campos dos Goytacazes, identificado com a variante indiana do coronavírus (B.1.617) na semana anterior, segue em quarentena em um hotel na cidade do Rio, sem sintomas de síndrome gripal e sendo monitorado diariamente pela SMS. Os contactantes também são monitorados diariamente, mesmo sem apresentar sintomas e com os resultados dos exames negativos.
Independentemente da variante, as medidas preventivas são as mesmas para a população: manter o distanciamento, usar máscaras e higienizar as mãos com álcool 70° ou, quando possível, água e sabão; além das demais medidas de proteção à vida estabelecidas na Resolução Conjunta SES/SMS Nº 871 de 12/01/21, que podem ser consultadas em coronavirus.rio.
Queda na taxa de letalidade
No município do Rio, a taxa de letalidade deste ano está em 6,4%, e a de mortalidade, em 121,7 a cada 100 mil habitantes. A incidência da doença é de 1.895,0/100 mil. “Importante dizer que nossa taxa de letalidade era mais alta que São Paulo. Na rede pública atendimento, não era boa. O trabalho feito pelo município vai permitindo salvar mais vidas. Existe o ganho de aprendizado nas equipes de saúde, mas tem aí atendimento de qualidade e rapidez para evitar que morram tanta gente”, disse o prefeito.
Em maio, a faixa etária de 60 a 69 anos representou 18,12% do total de hospitalizações, bem abaixo do mês anterior, quando chegou a ser 26,38%. Na faixa etária dos 70 aos 79, o percentual no total de internações caiu de 17,93% para 11,32% entre abril e maio. De 80 anos para cima, a redução já vem sendo observada desde março.
Esse é um dado muito importante porque, no ano passado, o Rio tinha uma taxa de mortalidade que era o dobro da taxa de São Paulo. O trabalho feito pela Secretaria de Saúde, transformando o Ronaldo Gazolla, em Acari, num grande hospital de combate à Covid e a abertura de mais de 400 leitos vão permitindo que a gente salve mais vidas”, afirmou o prefeito.
Medidas de proteção à vida: rodas de samba liberadas
O município manteve medidas restritivas para combate à disseminação do coronavírus até o dia 14 de junho. Rodas de samba estão liberadas, mas continua suspenso o funcionamento de boates, danceterias e salões de dança, bem como a realização de eventos, como festas com vendas de ingresso, em áreas públicas e particulares. Permanece proibida também a entrada de ônibus e demais veículos de fretamento que não prestem serviço para funcionários de empresas ou hotéis.
Bares, lanchonetes, restaurantes, quiosques da orla e congêneres continuam com permissão para o consumo apenas para clientes sentados, com distanciamento mínimo de um metro e meio entre cada conjunto composto por mesa e cadeiras limitado a oito ocupantes, sendo admitida música ao vivo sem restrição de horário.
Já as academias de ginástica, piscinas, centros de treinamento e condicionamento físico podem ter aulas em grupos, com a ocupação dos ambientes limitada a um indivíduo a cada quatro metros quadrados. Casas de espetáculo, concertos e apresentações podem funcionar, desde que mantenham distanciamento mínimo de 1,5 metro entre os participantes, com capacidade de lotação máxima de 40% em locais fechados e 60% em locais abertos, somente com público sentado.
As mesmas regras valem para atividades comerciais e de prestação de serviços dentro de shopping centers, centros comerciais e galerias de lojas, bem como as atividades de museu, biblioteca, cinema, teatro, casa de festa, salão de jogos, circo, recreação infantil, parques de diversões, temáticos e aquáticos, pista de patinação, aquários, jardim zoológico e drive-in. Visitações turísticas estão liberadas, assim como apresentações, feiras, congressos, exposições e eventos. A formação de filas de espera e de aglomerações na entrada e saída é proibida.
Desde o início de maio, as praias, cuja utilização estava autorizada apenas nos dias úteis, estão liberadas agora, inclusive com a presença de ambulantes. Da mesma forma também os parques e praças do município. A fiscalização das indicações do decreto é feita pela Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop), Guarda Municipal e Instituto Municipal de Vigilância Sanitária, Vigilância de Zoonoses e de Inspeção Agropecuária (IVISA-Rio) da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
Com SES-RJ e SMS-Rio