Divulgado nesta quinta-feira (23/10), o novo Boletim InfoGripe da Fiocruz indica que as hospitalizações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) associadas à influenza A – o vírus da gripe – seguem aumentando no estado de São Paulo. Na capital paulista, o aumento de casos já atingiu o nível de alerta.

No Norte do país (Acre, Amazônia e Roraima), no Rio de Janeiro e em Santa Catarina, o rinovírus se mantém como um dos principais responsáveis pelo aumento de SRAG, especialmente em crianças e adolescentes. No Espírito Santo, os casos associados à Covid-19 em idosos permanecem estáveis, mas ainda em um patamar considerado alto para a região.

Nas capitais, o aumento de casos de SRAG tem ocorrido principalmente em crianças e adolescentes de até 14 anos. Em São Paulo e Palmas, também há um aumento na população idosa. A análise é referente à Semana Epidemiológica (SE) 42, que abrange o período de 12 a 18 de outubro.

Pesquisadora do Programação de Computação Científica (Procc/Fiocruz) e responsável pelo boletim InfoGripe, Tatiana Portella reforça a necessidade da população de maior risco estar em dia com a vacinação.

Nessa nova edição do Boletim, a gente observa um cenário epidemiológico muito parecido com o da semana passada. A vacinação é a principal forma de prevenção contra as formas mais graves e óbitos causados por esses vírus”, recomenda.

Aumento de casos no último mês e ao longo do ano

Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência de casos positivos foi de 38,8% para rinovírus; 21,1% para influenza A; 15,7% para Sars-CoV-2 (Covid-19); 7,8% para vírus sincicial respiratório (VSR); e 1,5% pata influenza B.

Já a prevalência de óbitos positivos foi de 49,5% para Sars-CoV-2 (Covid-19); 22,3% para rinovírus; 18,5% para influenza A; 5,4% para VSR; e 3,3% para influenza B.

Em 2025, já foram notificados 197.033 casos de SRAG, sendo 103.885 (52,7%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 71.215 (36,1%) negativos e ao menos 9.040 (4,6%) aguardando resultado laboratorial.

Dentre os casos positivos deste ano, observou-se 41,1% foram causados por VSR; 27,8% por rinovírus; 23,3% por influenza A; 8,1% por Sars-CoV-2 (Covid-19); e 1,2% por influenza B. 

Com relação aos óbitos por SRAG em 2025, já foram registrados 11.777 casos, sendo 6.043 (51,3%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 4.642 (39,4%) negativos e ao menos 187 (1,6%) aguardando resultado laboratorial.

Dentre as causas dos óbitos, observou-se 50% ocorreram devido à influenza A; 23,2% ao Sars-CoV-2 (Covid-19); 11,7% ao VSR; 14,1% ao rinovírus; e 1,8% a influenza B,

Gráficos do InfoGripe.

Nível de alerta, risco ou alto risco em 6 unidades federativas

De acordo com a análise, seis das 27 unidades federativas apresentam incidência de SRAG em nível de alerta, risco ou alto risco (últimas duas semanas) com sinal de crescimento na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) até a SE 42: Acre, Pará, Rio de Janeiro, Roraima, Santa Catarina e Tocantins.

Além disso, 11 estados também apresentam incidência de SRAG em níveis de alerta, risco ou alto risco, porém sem sinal de crescimento na tendência de longo prazo: Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Rio Grande do Sul e Sergipe.

No Amazonas, o rinovírus mostra sinal de interrupção do crescimento de casos. Em Santa Catarina, para além do rinovírus, o aumento dos casos de SRAG nas crianças de até dois anos também tem sido impulsionado pelo metapneumovírus.  Casos graves de influenza A já mostram sinais de interrupção do crescimento em Goiás e queda no Distrito Federal.

Com relação à Covid-19, ainda há a manutenção do aumento das notificações graves nos estados do Sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) e São Paulo, porém ainda em níveis baixos de incidência.  Em Tocantins, ainda não há dados laboratoriais suficientes para determinar o vírus que tem impulsionado o crescimento de SRAG no estado.

Sobre as capitais, observa-se que seis das 27 capitais apresentam nível de atividade de SRAG em alerta, risco ou alto risco (últimas duas semanas) com sinal de crescimento de SRAG na tendência de longo prazo (últimas 6 semanas) até a SE 42: Aracaju (Sergipe), Belém (Pará), Cuiabá (Mato Grosso), Palmas (Tocantins), Rio Branco (Acre) e São Paulo (São Paulo).

Além disso, 10 capitais também apresentam incidência de SRAG em níveis de alerta, risco ou alto risco, porém sem sinal de crescimento na tendência de longo prazo:  Boa Vista (Roraima), Brasília (Distrito Federal), Florianópolis (Santa Catarina), João Pessoa (Paraíba), Manaus (Amazonas), Porto Alegre (Rio Grande do Sul), Rio de Janeiro (Rio de Janeiro), Salvador (Bahia), São Luís (Maranhão) e Vitória (Espírito Santo).

Dados de positividade para semanas recentes estão sujeitos a grandes alterações em atualizações seguintes por conta do fluxo de notificação de casos e inserção do resultado laboratorial associado.

O InfoGripe é uma estratégia do Sistema Único de Saúde (SUS) voltada ao monitoramento de casos de SRAG. A iniciativa oferece suporte às vigilâncias em saúde na identificação de locais prioritários para ações, preparações e respostas a eventos em saúde pública.

Da Agência Fiocruz

Shares:

Posts Relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *