Apesar da igualdade de gênero ser pauta recorrente em diversos debates, sabemos que o machismo ainda perdura em alguns pensamentos e, além dos malefícios sociais, muitas vezes essa falta de conhecimento pode afetar a saúde masculina. Pensando nisso, o Dr. Jerome Teelucksingh, de Trinidad e Tobago, criou em 1999, em parceria com a Organização das Nações Unidas (ONU), o Dia Internacional do Homem. A data é celebrada em pleno Novembro Azul, movimento que alerta para a prevenção do câncer de próstata.

É fácil perceber que homens vão menos ao médico do que mulheres, e quando vão costumam estar acompanhados da mãe, irmã ou esposa. Levantamento feito pela Doctoralia, maior plataforma de agendamento de consultas do mundo, apontou que eles representam apenas 24% dos acessos a sua página, enquanto elas são responsáveis pelos outros 76% (120 milhões de cliques), comprovando a discrepância existente quando o assunto é prevenção.

Como sabemos, uma rotina preventiva com exames periódicos, seguindo orientações com base no histórico pessoal e familiar de cada um, é essencial para evitar surpresas desagradáveis. O Inca – Instituto Nacional do Câncer estima que em 2019 sejam diagnosticados 69 mil novos casos da doença no Brasil, desses, 90% têm cura se descobertos em fase inicial. “Geralmente os homens procuram o médico quando há algum incômodo persistente, não existe uma cultura de consultas rotineiras”, afirma Flávio Iizuka , urologista membro da plataforma Doctoralia.

Uma vez que o câncer de próstata é assintomático no início, se atentar à rotina de exames preventivos é essencial. “Quando há histórico familiar da doença, é necessário realizar a análise sanguínea para medir os níveis de PSA (Antígeno Prostático Específico – proteína que pode indicar a presença do tumor ou alguma outra alteração na próstata) junto ao exame de toque, anualmente, a partir dos 45 anos de idade”. Para homens negros, mesmo sem hereditariedade, a regra é a mesma, “não se sabe ao certo o porquê, mas a incidência da doença dentro desse grupo é em média três vezes maior”, pontua o médico. Os demais devem iniciar esse check up a partir dos 50 anos.

Além disso, o sexo masculino precisa cuidar melhor da saúde como um todo. “Se atentar à alimentação, com dietas saudáveis e balanceadas, não pode ser exclusividade da parceira, das irmãs ou amigas. Os homens também se beneficiam e muito desses hábitos saudáveis, que são de suma importância para prevenir o aparecimento de tumores e outras doenças”, finaliza o Dr. Iizuka.

Risco de trombose

É essencial também falar sobre a importância dos exames e tratamentos prévios.  “Sabemos que muitos homens deixam de fazer exames gerais por acharem que a saúde está perfeita ou por colocarem a culpa na falta de tempo. Porém, ter este cuidado é primordial, pois doenças como essas podem ser curadas se forem tratadas previamente”, afirma Robert Guimarães, médico especialista em cirurgia vascular, endovascular e angiorradiologia, explica sobre a importância dos cuidados com a saúde.

A trombose por exemplo, pode causar uma obstrução total das artérias do cérebro, chamado de acidente vascular cerebral, o conhecido AVC. “O maior problema é quando ocorre o processo de embolia fazendo um coágulo na corrente sanguínea. Uma embolia pode ficar presa nos pulmões, no cérebro, coração ou em outra área, levando a graves lesões e até a morte”, explica o Dr. Robert.

Segundo o especialista, as varizes, que se baseiam na dilatação das veias, prejudicam a circulação do sangue, afetando a parte mais superficial da pele, principalmente nas pernas e pés. Além de ser uma preocupação estética, as varizes podem causar grandes problemas de saúde, como a flebite, uma inflamação que se não for tratada, leva à trombose, que é a formação de um trombo ou coágulo no interior de um vaso sanguíneo em partes inferiores do corpo e que mais tarde pode afetar o sistema cardiovascular, ocasionado um AVC.

Essa e outras doenças podem ser evitadas com a realização frequente de um check-up. O especialista identifica a situação e toma medidas iniciais para que o quadro não se agrave. Como, por exemplo, mudança nos hábitos alimentares, atividades físicas e, caso necessário, receitar uma medicação”, conclui Guimarães.

Com Assessorias

 

 

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