De acordo com o Ministério da Saúde, existem entre 50 mil e 100 mil pacientes brasileiros diagnosticados com anemia falciforme no Brasil: cerca de 3.500 novos casos por ano. A condição é mais comum em indivíduos negros, porém, por conta da grande miscigenação, está presente em pessoas de outras etnias, sendo uma das mais prevalentes dentre as doenças hereditárias no país. Sua maior incidência ocorre no Nordeste, região com grande quantidade de indivíduos afrodescendentes.
Especialistas explicam que esse tipo de anemia é uma doença crônica, pois na maioria dos casos não tem cura. Os sintomas incluem crises de dor nos ossos e articulações, palidez, icterícia, infecções, úlcera nas pernas, fadiga intensa, cálculos biliares e problemas neurológicos, cardiovasculares, pulmonares e renais.
O paciente deve ter acompanhamento médico adequado ao longo de toda a sua vida por uma equipe de profissionais especializados no tratamento da anemia falciforme para orientar a família a descobrir rapidamente os sinais de gravidade e como prevenir e tratar as crises. Assim, é possível controlar os sintomas e ter qualidade de vida”, afirma Dr. Rodolfo Cançado, da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.
Com o intuito de informar e conscientizar a população, o 19 de junho foi instituído pela ONU – Organização das Nações Unidas como Dia Mundial da Anemia Falciforme, doença hereditária caracterizada por uma alteração genética nos glóbulos vermelhos devido à presença de um tipo de hemoglobina mutante (hemoglobina S ou Hb S). Essa modificação faz com que as células percam sua forma arredondada e adquiram o aspecto de uma foice, se rompendo facilmente e causando, assim, anemia.
Doença leva ao afastamento do trabalho
Diversas mudanças ocorrem no dia a dia do paciente portador da doença, pois se depara com limitações cotidianas que o forçam a se adaptar a um novo estilo de vida devido ao uso de medicamentos, às internações hospitalares e à perda da capacidade de trabalho. Além disso, os cuidados são frequentes por conta das manifestações dos sintomas, havendo necessidade de possíveis mudanças na rotina familiar e demandando grande atenção dos cuidadores.
O diagnóstico da anemia falciforme é feito com um exame chamado eletroforese de hemoglobina, incluído desde 2001 no teste do pezinho para garantir o diagnóstico precoce.
Detectar a doença logo no nascimento dá a chance de as pessoas com anemia falciforme serem tratadas desde o início, antes mesmo da manifestação dos sintomas. O diagnóstico e tratamento precoces têm papel fundamental na redução dos riscos de sérias complicações de saúde na vida adulta, completa Dr. Rodolfo Cançado.
Em alguns casos, pode ser realizado o transplante de medula óssea, porém, ainda assim, o paciente precisará de acompanhamento clínico e laboratorial por longo período.
Ações de conscientização em Macaé (RJ)
Segundo o Ministério da Saúde, a doença falciforme é uma das principais doenças genéticas do mundo, sua principal característica é a alteração do glóbulo vermelho do sangue (hemácias). Essas células alteradas tomam a forma de foice e não circulam facilmente pelos vasos sanguíneos, esse bloqueio na circulação impede a chegada do oxigênio aos tecidos, o que desencadeia uma série de sintomas.
Fonte: Novartis e Prefeitura de Macaé