Amor ou só sexo: por que as mulheres preferem o afeto?

57,1% delas fariam sexo com alguém só por tesão mesmo. Mas muitas precisam se envolver

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Outro estudo mostra que o que se faz depois do sexo, como dormir de conchinha, é o que dá mais satisfação ao casal (Foto: Reprodução de internet)
Homens fazem sexo e mulheres fazem amor. A máxima que ouvimos em gerações passadas não é mais uma realidade hoje. Até pouco tempo atrás, era inimaginável uma mulher admitir que faria sexo apenas por atração física, como é comum aos homens. Mas este pensamento, aos poucos, está mudando. Estudo da USP divulgado em 2016 revelou que mais da metade das mulheres (exatamente 57,1%) fariam sexo com alguém só por tesão mesmo. O percentual foi de 43% na mesma pesquisa em 2008. Entre os homens, 76,4% fizeram essa afirmação.

Em sondagem informal num grupo de mulheres heterossexuais solteiras aqui no Rio de Janeiro, recentemente, concluímos juntas… Apesar do avanço do ponto de vista da liberdade sexual e do apego cada vez menor aos tabus sociais, ainda somos um tanto quanto românticas na essência. Sonhamos não com um ‘príncipe encantado’ em um cavalo branco, mas ao menos com um parceiro que nos trate com afeto e respeito, não apenas como um objeto pronto para ser descartado. E ainda valorizamos muito aquele ‘alô’ ou zap no dia seguinte.

Para M., de 48 anos, é muito difícil que a mulher vá para a cama apenas por tesão. “A gente precisa se envolver, estar conectada, não com uma proposta de casamento ou relação estável longa e duradoura, mas com uma história, mesmo que breve, que represente muito mais do que só uma boa noite de sexo”, destaca. É essa dificuldade de se desvencilhar dessa crença limitante de que somos ‘usadas’ que nos impede de separar amor e sexo. E vivenciarmos experiências mais expressivas e libertadoras, em nome do nosso próprio prazer e felicidade.
Dormir de conchinha pode fazer a diferença
“Se a gente tiver uma linda noite de sexo selvagem e depois de um beijo e um abraço, formos dormir de conchinha logo de cara, eu apaixono”, entrega P, de 37 anos. De fato, dormir abraçado ou de ‘conchinha’ pode adicionar muito mais prazer e satisfação ao casal, especialmente às mulheres. Estudo da Universidade de Toronto Mississauga concluiu que o que os casais fazem juntos depois da transa tem um grande impacto em como se sentem sobre sua própria satisfação sexual e seu relacionamento com seu parceiro.
“Quando as pessoas pensam em sexo, tendem a concentrar-se na relação sexual ou no orgasmo. Esta pesquisa sugere que outros aspectos afetuosos do sexo são importantes para a satisfação sexual e de relacionamento”, disse a pesquisadora da UTM Amy Muise. A especialista estudou os efeitos do comportamento pós-sexo em relacionamentos monogâmicos românticos.
Já no estudo brasileiro, independentemente do gênero, a maioria das pessoas entrevistadas (56%) faz distinção entre a vida afetiva e sexual. Essa percepção é um pouco mais nítida para os homens (59,7%) do que para mulheres (51%). Enquanto 50,8% deles se dizem satisfeitos em ambos os aspectos, 44,4% delas têm a percepção de que a vida sexual e afetiva vai bem. Isolando cada um dos dois pilares (sexo e amor), os homens estão mais realizados do que as mulheres: 13,5% das mulheres dizem que não estão satisfeitas em nenhuma das duas situações, ante 8,6% dos homens.
“Acredito que a mudança de comportamento que estamos vendo hoje seja resultado da pílula anticoncepcional e de outras revoluções que permitiram maior liberdade à mulher”, afirma Carmita Abdo. Ela é coordenadora do Projeto Sexualidade (ProSex) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Em 2016, foi responsável pela pesquisa Mosaico 2.0, que avaliou o comportamento sexual dos brasileiros, cujos dados mencionamos aqui.

 

 

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