De acordo a Organização Mundial da Saúde (OMS) cerca de 250 milhões de pessoas sofrem com algum tipo de alergia alimentar em todo o mundo. No Brasil não há estatísticas oficiais, mas segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai), a prevalência parece se assemelhar com a literatura internacional, que mostra cerca de 6 a 8% das crianças com até 3 anos e de 2% a 3,5% dos adultos com algum tipo de alergia alimentar.

Uma alergia alimentar ocorre quando a exposição a um determinado alimento desencadeia uma resposta imune anormal. As reações alérgicas podem acontecer rapidamente, em poucos minutos após o consumo ou exposição, ou podem levar várias horas para aparecer.

Quaisquer alimentos podem estar envolvidos nas reações alérgicas alimentares, mas sabemos que leite, ovo, trigo, castanhas, nozes, amendoim, peixes e crustáceos são muito alergênicos”, elenca a alergista e imunologista Patrícia Rodrigues Ferreira Marques, de Goiânia.

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Alergia ao leite de vaca

O leite de vaca é uma das melhores fontes de cálcio disponíveis, um mineral vital para a formação, fortalecimento e manutenção dos ossos. A absorção do cálcio presente na bebida é eficiente, sendo essencial para prevenir a osteoporose e manter a saúde óssea em todas as fases da vida. Salvo exceções de alergia ou intolerância, desde a infância até a terceira idade, o consumo regular do alimento contribui significativamente da formação da estrutura óssea à prevenção de fraturas.

Não bastassem esses benefícios, autoridades internacionais de saúde, como a American Heart Association (AHA) e a National Medical Association (NMA), recomendam o consumo rotineiro de laticínios com baixo teor de gordura, tendo em vista as evidências que apontam que o consumo regular de leite pode ajudar a reduzir o risco de doenças crônicas, como diabetes e doenças cardiovasculares. Além disso, contribui para a manutenção de um peso saudável e melhora a saúde geral do coração.

No entanto, muitas pessoas sofrem com alergia à proteína do leite de vaca (APLV), muitas vezes confundida com intolerância à lactose. Mas a especialista explica a diferença entre elas.

A intolerância à lactose é uma doença metabólica por diminuição de ação ou ausência de produção da enzima lactase para a digestão da lactose, que é o açúcar do leite. A intolerância não é uma doença alérgica. A alergia é uma enfermidade grave e com eventos trágicos quando o paciente entra em contato com a proteína do leite. Os intolerantes até toleram alguma quantidade de proteína do leite na dieta”.

As principais reações alérgicas a alimentos

Esse ano, a Semana Mundial da Alergia, entre 23 e 29 de junho, traz como tema as doenças alimentares. Embora mais de 170 alimentos sejam reconhecidos como potencialmente alergênicos, uma pequena parcela entre eles é responsabilizada pela maioria das reações que ocorrem.

As reações alérgicas podem variar de intensidade. Uma alergia alimentar leve pode apresentar manifestações como coceiras nos lábios e olhos, enquanto sintomas graves podem comprometer vários órgãos no resultado exagerado do organismo à substância presente no alimento (anafilaxia). Contudo, nem sempre isso ocorre na primeira vez.

As alergias podem ter um período de sensibilização, mas como não sabemos o dia dessa sensibilização o melhor é não contar com a informação de que se hoje como um alimento e não tenho nada, não significa que amanhã eu possa comê-lo e desenvolver uma reação a esse mesmo alimento”, explica a médica.

Entenda os benefícios do leite

Consumo do leite auxilia na saúde óssea, preserva massa muscular e pode reduzir o risco de doenças crônicas

Hábito corriqueiro no café da manhã de milhares de brasileiros, o consumo de leite de vaca pelos humanos teve início há cerca de 9 mil anos em várias partes do mundo, incluindo o Oriente Médio, a África e a Europa, assim que nossa espécie aprendeu a domesticar os animais. Desde então, ele tem sido uma parte importante da dieta humana em diversas sociedades.

As evidências mostram que, mesmo em tempos antigos, o leite era usado não apenas como bebida, mas também em combinações com outros alimentos, como leguminosas e cereais, para criar refeições nutritivas. E não é só como um ingrediente saboroso que o leite mostra seus benefícios, sendo também uma fonte rica de nutrientes essenciais.

Além do cálcio e das proteínas, o leite é uma fonte rica de várias vitaminas essenciais. Ele contém vitaminas D e B12, que desempenham papéis cruciais na manutenção da saúde. A vitamina D ajuda na absorção do cálcio, na manutenção da saúde óssea e auxilia o sistema imunológico. Já a vitamina B12 é essencial para a formação de glóbulos vermelhos e a função neurológica.

O leite também é fonte de diversos minerais importantes. O fósforo, assim como o cálcio, é vital para a formação e manutenção dos ossos e dentes. Por sua vez, o potássio ajuda a regular a pressão arterial e a função muscular, enquanto o magnésio é necessário para mais de 300 reações bioquímicas no corpo, incluindo a síntese de proteínas, a função muscular e nervosa, e o controle da glicose no sangue.

 

Curiosidades – produção de leite

  • De acordo com a Agência Câmara, o Brasil é o terceiro maior produtor mundial de leite, com crescimento médio de 4% a 5% ao ano.
  • A produção acontece tanto em pequena escala, pelos produtores familiares, quanto na industrialização pelos laticínios para abastecimento interno e exportações.
  • Uma grande cadeia econômica gira em torno da produção de leite, para que chegue à mesa das famílias diariamente.
  • Os produtores agora têm dia para celebrar seu esforço para fazer chegar a bebida na mesa dos brasileiros.
  • Neste ano, foi sancionada lei federal definindo 12 de julho como Dia Nacional do Produtor de Leite.

Com Assessorias

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