Diagnosticada com um câncer de mama, a profissional de Educação Física Vanessa da Silva não tem vergonha de expor um tema considerado tabu e ainda pouco debatido nos consultórios de oncologia do país: a vida sexual das pacientes. Como, é claro, deve ser. Afinal, o sexo durante o tratamento do câncer é apontado como fator fundamental para garantir a qualidade de vida da mulher.

Vanessa falou abertamente sobre sua vida sexual após a descoberta da doença e contou que sempre recebeu o apoio incondicional do marido durante o tratamento. Ela foi convidada para contar sua experiência com a doença na sexta edição do Congresso Internacional de Oncologia, que teve início nesta sexta-feira (9) e prossegue neste sábado (10) no Centro de Convenções do Windsor Oceânico, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro.

“Às vezes, o tratamento dura muitos anos e a autoestima da paciente fica abalada pela doença. É muito importante que o médico tenha um olhar integral para proporcionar qualidade de vida ao seu paciente e isso inclui a vida íntima e sexual da mulher”, destacou o oncologista Gilberto Amorim.

Logo depois foi exibido um vídeo da Fundação Laço Rosa – uma das entidades responsáveis pela campanha Outubro Rosa – sobre a importância da vida sexual da mulher com câncer que emocionou e arrancou aplausos do público. “A autoestima é o afrodisíaco mais poderoso que existe”, dizia a mensagem da peça, em alusão à ação #50tonsderosa, realizada pela ONG no mês anterior.

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Impacto das fake news no tratamento do câncer

Vanessa contou que decidiu ajudar a conscientizar outras pessoas sobre o câncer e, principalmente, alertar para as fake news em torno da doença. “Eu soube aproveitar tudo que passei para ajudar outras mulheres. Criei um grupo de apoio com quatro mil pessoas no Facebook e tenho o cuidado de postar informações verdadeiras, desmentir notícias falsas e analisar as postagens das participantes para separar o joio do trigo”, disse a paciente.

“Pior que falta de informação é a desinformação”. Foi com essa frase que o diretor executivo da Oncologia D’Or, Rodrigo Abreu e Lima, abriu o debate sobre fake news em câncer. O setor de saúde está apreensivo com casos de pacientes que abandonam tratamentos por acreditarem em mentiras espalhadas na internet

Segundo Rodrigo, as fake news têm 70% de chance a mais de serem compartilhadas que uma notícia verdadeira e isso é feito justamente por quem tem maior nível de escolaridade.

O jornalista Theo Ruprecht, da Revista Saúde é Vital, explicou que as notícias falsas quase sempre envolvem teorias da conspiração e questionou a postura de cada pessoa diante do problema. “O processo de combate às fake news deve envolver uma boa parcela de autocrítica. Será que de fato é falso ou eu que acho que é mentira só porque eu discordo da notícia?”, ponderou Theo.

Segundo o jornalista, três milhões de postagens são feitas no Facebook e quatro milhões de vídeos são postados no YouTube a cada minuto, o que inviabiliza a capacidade de checagem de qualquer veículo de comunicação.

O presidente da Oncologia D’Or, Paulo Hoff, não participou da mesa, mas fez questão de opinar sobre o assunto da plateia. “É muito importante questionar as informações que recebemos. Se for verdade vai ter algum registro em fontes oficiais e de credibilidade e não porque o tio da vizinha disse que era”, disse o oncologista.

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Da Redação, com informações da Oncologia D´Or

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