Embora não seja o mais comum, o câncer também pode acometer a boca – afetando lábios, o interior da cavidade oral, glândulas salivares e orofaringe. Dados sobre o avanço do câncer bucal comprovam que a doença segue como importante desafio. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o Brasil tem a maior taxa de incidência desse tipo de câncer na América do Sul, onde ocorrem 3,6 casos por 100 mil habitantes, além do segundo maior índice de mortalidade – 1,5 a cada 100 mil habitantes.

Esse cenário deve-se muito à demora do diagnóstico e do início do tratamento. Mais de 70% dos casos, comuns em homens, acabam sendo identificados tardiamente, ao passo que, se tratado no início, há chances muito maiores de sucesso no enfrentamento da doença. Por isso,  é consenso entre os especialistas que quanto mais cedo for realizado o diagnóstico, mais chances de obter êxito no tratamento.

A doença ainda apresenta alta taxa de mortalidade, apesar do exame para identificar lesões suspeitas ser relativamente simples, podendo ser realizado por um profissional qualificado, de forma rotineira. O diagnóstico precoce do câncer bucal pode elevar em até 80% as chances de cura”, afirma o cirurgião dentista Sergio Lago, implantodontista, Doutor em Periodontia e embaixador da S.I.N. Implant System.

O médico especialista em câncer de boca é o cirurgião de cabeça e pescoço. No entanto, muitas vezes, esse tipo de câncer é primeiramente identificado pelo dentista, que encaminha o paciente ao especialista – que, por sua vez, deverá realizar uma investigação mais detalhada para confirmar a presença da patologia.

Periodontite aumenta risco de câncer de boca

Dados do Jornal do Instituto Nacional do Câncer, que é vinculado à Universidade de Oxford, demonstram que pessoas com periodontite possuem um risco 24% maior de desenvolver câncer, principalmente de pulmão e colorretal. O risco aumenta para 28% em pacientes que não possuem dentes.

Seguindo o mesmo raciocínio, pesquisadores da Escola de Saúde Pública T.H. Chan de Harvard identificaram um aumento do risco de câncer de estômago e esôfago em pessoas com doenças gengivais.

Além disso, a má higienização bucal, infecção pelo vírus HPV e a exposição excessiva ao sol sem proteção também aumentam as chances de se desenvolver câncer na boca e nos lábios”, explica o especialista.

Por isso, a melhor conduta para afastar a doença é manter visitas regulares ao dentista, que será capaz de enxergar sinais de câncer em estágio inicial, As consultas periódicas ao consultório odontológico são importantes, principalmente se você é do gênero masculino, acima dos 40 anos de idade e tem hábitos como fumar, ingerir álcool e tomar sol sem protetor labial.

Segundo Emerson Nakao, consultor científico na Odontoprev, esses são três dos mais significativos fatores de risco para câncer de boca. “Antes, durante e depois do processo, é importante que o paciente faça o acompanhamento, principalmente por conta da prevenção e cuidado de problemas futuros que os efeitos do tratamento podem gerar, como deixar mais sensíveis os dentes e a gengiva”, orienta.

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Tratamento multidisciplinar

Quando a doença é detectada, o tratamento geralmente envolve cirurgia para retirada da área afetada pelo tumor. “Em casos mais simples, somente a remoção das lesões já costuma solucionar o problema, porém, em situações complexas o paciente pode precisar também passar por sessões de  radioterapia”, conclui Lago.

Independentemente da estratégia terapêutica adotada, a atuação de uma equipe multidisciplinar é essencial para o tratamento do câncer de boca. Em todas as etapas, dentistas, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos e cirurgiões de cabeça e pescoço trabalham em conjunto com o médico oncologista para proporcionar o melhor tratamento para os pacientes.

O objetivo é evitar que complicações aconteçam e diminuir as sequelas, buscando otimizar ao máximo a funcionalidade da boca, e consequentemente, a qualidade de vida do paciente”, explica.

Combate ao tabagismo e luta contra o câncer bucal

O tabagismo é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de boca, seja através do cigarro convencional, cigarro de palha, narguilé, charuto, cachimbo ou tabaco mascado. O consumo excessivo de álcool associado ao tabagismo aumenta ainda mais o risco. Outros fatores de risco para o câncer oral são a exposição a substâncias tóxicas, como poeira de cimento, amianto e agrotóxicos.

Portanto, combater a falta de informação é crucial para mudar esses números. Instituído pela Lei Estadual 12.535/06, o Dia de Luta Contra o Câncer Bucal, no dia 31 de maio – mesma data em que é celebrado o Dia Mundial Sem Tabaco – faz parte de uma série de ações de conscientização e prevenção da doença, além de integrar o Maio Vermelho, outro movimento criado pelo Ministério da Saúde.  

Quais os principais sinais de alerta do câncer de boca?

  • Feridas nos lábios e nas bocas que não cicatrizam por mais de quinze dias;
  • Manchas ou placas vermelhas ou esbranquiçadas na boca;
  • Sangramentos em qualquer região da boca;
  • Nódulos no pescoço;
  • Rouquidão persistente;

E os principais fatores de risco?

  • Tabagismo;
  • Consumo excessivo de álcool;
  • Má higiene bucal;
  • Exposição dos lábios ao sol, sem proteção;
  • Infecção pelo HPV (papilomavírus humano).

Como prevenir?

  • Não fumar;
  • Se vacinar contra o HPV;
  • Reduzir a exposição ao sol;
  • Evitar o abuso de bebidas alcoólicas.

Tecnologia é aliada no diagnóstico e tratamento da doença

Para auxiliar no tratamento e, principalmente, obter um diagnóstico precoce, a tecnologia tem sido uma aliada, junto do acompanhamento médico. A Odontoprev, por exemplo, mantém parceria há seis anos com o Hospital A.C Camargo Câncer Center para utilizar um recurso que realiza exames e diagnósticos de câncer bucal.

A funcionalidade possibilita os cirurgiões-dentistas da rede credenciada a fotografarem a região da cavidade bucal com lesão suspeita e enviarem para os especialistas do centro de pesquisas do AC.

Os especialistas realizam um diagnóstico preciso e em menos de 10 dias úteis, a hipótese diagnóstica é enviada juntamente com orientações para melhor condução dos casos. Essa estratégia visa contribuir para o diagnóstico precoce e diminuir o tempo entre a constatação e o tratamento”, explica Renato Costa, diretor da Odontoprev.

Com Assessorias

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