Os casos envolvem especialmente pacientes idosos, que são mais suscetíveis aos efeitos mais adversos da infecção pelo coronavírus causador da covid-19. O boletim registra aumento de ocorrências de SRAG entre crianças e adolescentes de até 14 anos, associados principalmente ao rinovírus, em quatro unidades federativas: Acre, Distrito Federal, Minas Gerais e Sergipe. Os dados do novo boletim são referentes à semana epidemiológica que vai de 8 a 14 de dezembro.
Duas ondas da Covid-19 em 2024
Ao fazer um balanço do cenário epidemiológico de 2024, a pesquisadora da Fiocruz, Tatiana Portella, destacou que o país viveu duas ondas importantes de covid-19. A primeira, que começou ainda no final de 2023 e avançou pelo início deste ano, afetou diversos estados. Já a segunda onda, iniciada em agosto de 2024, teve São Paulo como o estado mais atingido.
Apesar dessas duas ondas, a pesquisadora destaca que, em comparação com 2023, houve uma redução de aproximadamente 40% nos casos de SRAG associados à covid-19. Ainda assim, Portella alerta para o crescimento dessas ocorrências no encerramento de 2024.
Neste fim de ano, observamos uma menor atividade dos vírus respiratórios, com exceção apenas da covid-19, que já começa a apresentar sinais de aumento em algumas regiões do país. Para as festas de fim de ano, recomendamos o uso de máscaras caso surjam sintomas de gripe ou resfriado. Também sugerimos, sempre que possível, priorizar ambientes mais arejados, especialmente neste momento de início de aumento do número de casos de covid-19”.
A SRAG é uma complicação respiratória que demanda hospitalização e está associada muitas vezes ao agravamento de alguma infecção viral. O paciente pode apresentar desconforto respiratório e queda no nível de saturação de oxigênio, entre outros sintomas.
63,6% das mortes nas últimas quatro semanas estão associadas à covid-19
De acordo com a nova edição do Infogripe, considerando as últimas quatro semanas epidemiológicas analisadas, a covid-19 esteve relacionada a 31,1% dos casos de SRAG com resultado positivo para alguma infecção viral. Já o rinovírus representou 38,6%. Além disso, 7,9% estiveram associados ao vírus sincicial respiratório (VSR), 7,6% à influenza A e 7,3% à influenza B.
Quando se observa apenas os quadros de SRAG que resultaram em mortes nessas quatro semanas, 63,6% estão associados à covid-19. A maioria desses casos que tiveram a morte como desfecho envolveram idosos.
Ao todo, o Brasil já registrou em 2024 um total de 78.739 casos de SRAG com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório. Destes, 16,8% são referentes à influenza A; 2% à influenza B; 19,6% à covid-19; 27,1% ao rinovírus e 33,8% ao VSR. Outras 8.280 ocorrências estão em fase de análise.
O boletim Infogripe sinaliza para uma tendência de aumento de SRAG em nível nacional. Em 11 unidades federativas, há sinal de crescimento dos casos no longo prazo: Acre, Amazonas, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Paraíba, Rio Grande do Norte, Rondônia, Santa Catarina e Sergipe.
Além disso, há tendência de aumento das ocorrência no curto prazo no Acre, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul.
Nem avanço, nem retração: indicadores variam pouco em 4 semanas no RJ
Secretaria de Estado de Saúde reforça a importância de se manter as medidas de prevenção e controle
A nova edição do Panorama Covid-19 da Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ), divulgada na sexta-feira (13/12), apresenta que três dos oito indicadores precoces da doença estão num platô, quando consideradas as quatro últimas semanas epidemiológicas. De acordo com a SES-RJ, outros três índices acompanhados estão em queda.
Os índices que estão em platô apresentam nível semelhante ao das últimas semanas, e apesar das variações pontuais, a doença não apresenta avanço ou retração“, informa a pasta.
Nas últimas três Semanas Epidemiológicas, entre a SE47 (de 17/11 a 23/11) até a SE49 (de 1/12 a 7/12), o Laboratório Central Noel Nutels (LACEN) registrou tímida variação na taxa de positividade dos testes rápidos de antígeno (entre 20,9% e 20%).
Nesse período, a taxa de positividade dos testes RT-PCR no LACEN variou discretamente (de 18% para 19,9%). “Essa flutuação não se padroniza como tendência”, diz a pasta. Não foi possível obter os dados de positividade na SE49 referentes à rede particular de laboratórios Dasa.
O número de atendimentos a pacientes com sintomas gripais nas Unidades de Pronto Atendimento 24h (UPAs) do estado é outro indicador precoce, que também tem sido observado pela SES-RJ. Entre a SE47 e a SE49 o número teve queda entre a população adulta (de 1.833 para 1.439) e infantil (de 1.149 para 930).
A gravidade dos casos é analisada a partir do número de solicitações de leitos em hospitais. Entre a SE47 e a SE49, o estado registrou retração nas solicitações para adultos (de 366 para 315), e sem tendência de variação nas solicitações por leitos pediátricos (176 para 170).
Para saber o número de internações, óbitos e taxa de cobertura vacinal, basta acessar o Painel de Monitoramento da Covid-19.
Fonte: Agência Brasil, Agência Fiocruz e SES-RJ
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