Padilha criticou o negacionismo e as fake news, que custaram milhares de vidas na pandemia de covid-19 e conclamou os países a reagirem aos cortes em programas de vacinação, como fizeram os Estados Unidos. Ela também convidou as empresas e pesquisadores da área a se juntarem ao esforço internacional pela produção local em saúde.
Aos pesquisadores e empresas de vacinas de RNA Mensageiro: as portas do Brasil estão abertas à ciência e à inovação!”
O governo de Washington impediu a minha circulação como ministro da Saúde do Brasil, mas não restringirá a circulação das nossas ideias. Podem impor tarifas abusivas, mas não vão impedir nossa vocação para a cooperação entre os povos das Américas”, disse.
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Programas Mais Médicos e Agora Tem Especialista
Em sua fala, também destacou o sucesso do Programa Mais Médicos. O ministro destacou que o número de profissionais atuando no programa duplicou, com parceria da OPAS e aprovação das diretrizes de recursos humanos da Organização Mundial de Saúde (OMS). Destacou também a atuação brasileira no desenvolvimento regional para produção de vacinas e medicamentos.
“Não vão restringir a circulação das nossas ideias”, afirma Alexandre Padilha em participação virtual na OPAS (Foto: Karina Zambrana/OPAS)
Ele também destacou as recentes vitórias do Governo do Brasil na área de saúde: o lançamento do Programa Agora Tem Especialistas, aumento da cobertura vacinal depois de seis anos de quedas, redução de 75% os casos e óbitos por dengue e restrição do consumo de produtos nocivos à saúde.
Defesa do multilateralismo
O Brasil reassume seu papel de liderança regional com a Coalizão para produção local em saúde do G20, a Parceria dos BRICS para enfrentamento de doenças socialmente determinadas e a Presidência Pro tempore do Mercosul.
Permaneço ao lado do presidente Lula da Silva, na defesa do multilateralismo e do respeito aos países, da nossa cooperação nas Américas, no fortalecimento da ciência, da OMS e da OPAS”, afirmou.
Confira o discurso na íntegra – Versão em português
Brasil denuncia restrições ao ministro da Saúde
Foto: Walterson Rosa/MS
O governo brasileiro manifestou nesta quinta-feira (25) profundo desacordo com as restrições de movimento impostas ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que o impediram de participar da Reunião de Alto Nível da Assembleia Geral das Nações Unidas sobre doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs).
A fala do Brasil foi realizada pela vice-ministra da Saúde, Mariângela Simão, que lamentou a ausência do ministro e reafirmou que “o governo dos Estados Unidos pode violar as regras da ONU e restringir a circulação do ministro da Saúde brasileiro neste país, mas não pode restringir suas ideias”.
O ministro Alexandre Padilha não pode estar aqui, mas sob a liderança do presidente Lula, tem defendido no Brasil e no mundo a cobertura universal de saúde (UHC), a ciência e o fortalecimento das instituições multilaterais”, afirmou Mariângela Simão.
Combate às principais causas de mortes no mundo
Vice-ministra da Saúde declara apoio do Brasil a compromisso global contra doenças crônicas não transmissíveis na ONU
Ao discursar no plenário da ONU, Mariângela ressaltou que as DCNTs, como diabetes, hipertensão e doenças pulmonares, são uma das principais causas de mortalidade prematura no mundo e que, por isso, “o Brasil apoia a Declaração sobre as DCNTs”.
A vice-ministra destacou os avanços do país no enfrentamento a essas doenças. Entre as iniciativas, mencionou o programa “Agora tem Especialistas”, que mobiliza as redes pública e privada para reduzir filas de espera por atendimento; a ampliação do Farmácia Popular, que garante medicamentos gratuitos para doenças crônicas; e o fortalecimento do Mais Médicos, ampliando o acesso a consultas, exames e tratamentos.
A vice-ministra também frisou o forte compromisso do Brasil com a imunização, que oferece 40 vacinas gratuitas nos centros de atenção primária, ao mesmo tempo em que aumentamos a produção nacional de vacinas.
Também ressaltou a intensificação da vacinação contra o HPV, a ampliação do rastreamento para diagnóstico precoce do câncer do colo do útero, a expansão do acesso à mamografia, além do fortalecimento do Programa Nacional de Imunizações com produção nacional de vacinas e ações de combate à desinformação.
O Brasil reafirmou ainda seu compromisso com a Convenção-Quadro da OMS para o Controle do Tabaco, destacou os avanços na integração da saúde mental à atenção primária e especializada e defendeu o fortalecimento da OMS e da OPAS, bem como a retomada da cooperação internacional em saúde.
Acordo bilateral com Ruanda e diálogo com a Espanha
Antes de discursar na Assembleia da ONU, Mariângela Simão assinou em Nova York um memorando de entendimento com o Ministério da Saúde de Ruanda para ampliar a cooperação entre os dois países na área da saúde.
O acordo prevê parcerias em serviços especializados, como nefrologia, cardiologia, ortopedia, neurocirurgia, reabilitação, cirurgia laparoscópica e urologia, além do intercâmbio e capacitação de profissionais, realização de pesquisas conjuntas e organização de seminários e treinamentos.
O memorando reforça a aproximação entre Brasil e Ruanda e marca um passo importante na cooperação Sul-Sul para o fortalecimento dos sistemas de saúde.
A vice-ministra também se reuniu com a ministra da Saúde da Espanha, Mónica García. O objetivo do encontro foi dialogar sobre o estado atual da arquitetura global da saúde, relação entre saúde e mudanças climáticas, a realização da COP 30 no Brasil e a produção nacional de medicamentos.