Pega na mentira: aprenda a se blindar das fake news na saúde

No Dia da Mentira, psicólogo e médico falam dos riscos de acreditar em informações falsas. Saiba como se proteger desse ‘vírus’ perigoso

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Foi-se o tempo que 1º de abril era o dia de pregar uma mentirinha sem consequência para um colega. Agora, elas são criadas para parecer verdade: ‘Máscara causa câncer de pulmão’, ‘medir a temperatura na testa é perigoso’, ‘vacinas alteram o DNA’. Quem nunca ouviu uma dessas fake news?

Se antes da pandemia o excesso de informações vinha crescendo com a popularização do acesso à internet, esse fenômeno ganhou proporções inimagináveis. E quando o assunto é saúde, os estragos são ainda piores e podem, inclusive, levar à morte.

O Instituto Ipsos divulgou, em 2018, um estudo posicionando o Brasil no topo do ranking de países que mais acreditam em mentiras. Cerca de 60% dos brasileiros que participaram do levantamento afirmaram terem sido vítimas de fake news. O índice foi o mais alto entre 27 nacionalidades, que resultou na média global de 48%.

No início da pandemia, a Organização Mundial da Saúde classificou a enxurrada de notícias sobre o novo coronavírus como infodemia, ou seja, uma epidemia de notícias duvidosas disseminadas pelas redes sociais, sendo difícil a identificação das fontes e veracidade.

“A insegurança causada pelos conteúdos publicados, especialmente no momento que a população precisava de orientação da comunidade médica, serviu de gatilho para problemas emocionais relacionados com quadros de ansiedade e depressão”, explica a psicóloga Helena Camarinha, do Hospital Badim, no Rio de Janeiro.

Os conteúdos enganosos podem comprometer diretamente a vida das pessoas, especialmente quando fazem promoção de medicamentos, incentivando a automedicação ou tratamentos sem qualquer comprovação científica.

“A automedicação é uma decisão muito arriscada e pode ser nociva à saúde, provocando danos graves e, até mesmo, irreversíveis”, comenta o clínico geral Antonino Eduardo, gerente médico do Hospital Badim.

O especialista cita outro comportamento propagado pelas redes sociais que pode prejudicar a saúde. “Há pessoas que deixam de se imunizar por causa de informações incorretas publicadas via internet. Quando isso acontece, elas estão colocando a saúde em risco”, alerta o médico.

Então, como se proteger?

Para a contadora Sonia Ramalho, 65 anos, as pessoas têm que ter cuidado antes de repassar informações que encontram na web ou chegam por aplicativos, além de alertar os familiares.

“Estou no estágio de já saber ignorar a quantidade de bobagens que chega. Aqui nós tomamos todas as vacinas, acreditamos na ciência, conversamos, lemos e orientamos a família. Na internet é uma enxurrada de mentiras. Especialmente sobre remédios, pílulas, cápsulas milagrosas. Se isso fosse fato, ninguém ficaria doente. Não acredito, oriento e alerto as pessoas”, conta ela.

E manda um recado aos chatos de plantão. “Também bloqueio os que insistem em mandar coisas do tipo”, destaca ela. “É saúde, política, só decepção com muitos absurdos que espalham, inclusive sobre direitos, leis, boatos inúmeros”, comenta ela, mãe de dois advogados que sempre dialogam sobre as correntes falsas na internet.

“Ao acessar um conteúdo, a pessoa deve analisar a veracidade dos fatos, buscar referências do site ou fonte propagadora daquele fato, para ter certeza que é confiável. E antes de qualquer decisão que envolva a sua saúde e bem-estar, converse com um médico. Esse cuidado pode evitar graves problemas de saúde e sequelas”, afirma Antonino Eduardo.

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