O vitiligo é uma condição caracterizada pela perda de pigmentação da pele devido à diminuição ou ausência de melanócitos — células responsáveis pela produção de melanina. Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, mais de 1 milhão de brasileiros convivem essa doença crônica autoimune da pele, que resulta no aparecimento de manchas brancas por todo o corpo.
A visibilidade da doença vitiligo também aumentou ao longo dos anos, especialmente com a revelação de figuras públicas que compartilham suas experiências com a condição. Um dos exemplos mais conhecidos é o cantor Michael Jackson, que, ao lidar com o vitiligo, mencionava a doença em várias entrevistas.
Além disso, celebridades como Sophia Alckmin, filha do ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin; a modelo Luiza Brunet; a estilista Natália Deodato, ex-participante do BBB 22, e outros famosos, também já falaram abertamente sobre a doença. E ao longo dos últimos anos, modelos com vitiligo marcaram presença nas passarelas de moda e em campanhas de publicidade, ajudando a dominuir o preconceito.
Essa maior visibilidade é crucial para que aqueles que convivem com o vitiligo se sintam mais aceitos e acolhidos, sem medo de julgamento. Mas apesar de não ser contagioso nem maligno, o vitiligo ainda carrega mitos que geram desinformação e preconceito.
Para ampliar a conscientização e combater o estigma, a ONU instituiu, em 2011, o dia 25 de junho como o Dia Mundial do Vitiligo. A data convida a todos a entender melhor a condição e reforça a importância do cuidado com a pele para promover qualidade de vida e bem-estar. Como faz todos os anos, Vida e Ação convida especialistas para falar sobre o tema.
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Predisposição genética, estresse e exposição excessiva ao sol podem agravar
A médica especialista em Dermatologia Flávia Villela reforça a importância do diagnóstico precoce e do acompanhamento contínuo para a doença, uma condição que, embora não cause dor ou coceira, pode impactar profundamente a autoestima e o bem-estar psicológico dos portadores.
O vitiligo não é uma doença infecciosa e não traz riscos à saúde física, mas seu impacto psicológico pode ser significativo. As manchas podem gerar insegurança e afetar a forma como o paciente se relaciona com os outros e consigo mesmo”, afirma Flávia Villela.
Fatores como predisposição genética, estresse e exposição excessiva ao sol podem agravar o quadro de vitiligo. “O diagnóstico precoce é essencial para um tratamento mais eficaz. Quando a condição é identificada nos estágios iniciais, o tratamento tende a ser mais bem-sucedido, ajudando a minimizar a progressão e os efeitos estéticos”, explica a médica.
A prevenção contra a exposição solar excessiva também é um ponto crucial destacado pela médica. “As áreas sem pigmentação têm maior sensibilidade à radiação UV, o que pode acelerar o envelhecimento da pele e aumentar o risco de danos. Por isso, é fundamental que os pacientes usem protetor solar com FPS elevado, mesmo em dias nublados, e adotem cuidados diários com a pele”, orienta Flávia Villela.
Neste Dia Mundial do Vitiligo, a médica destaca a importância de ampliar a conscientização. “A aceitação social do vitiligo é fundamental para melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Além do tratamento médico, é necessário um movimento social que promova o respeito e a inclusão, criando um ambiente mais acolhedor para todos”, conclui Flávia Villela.
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Hidratar, proteger e respeitar a pele faz toda a diferença
A escolha do tratamento deve ser individualizada, levando em consideração o tipo e a extensão das lesões. Nos primeiros sinais, o combinado de terapias, como fototerapia, medicações tópicas e orais, pode oferecer resultados significativos na redução das manchas e até mesmo na repigmentação da pele.
Raul Cartagena Rossi, dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e consultor da TheraSkin, lembra que a pele de pessoas com vitiligo tende a ser mais sensível e vulnerável. “É fundamental investir em hidratação intensa e proteção solar diariamente”, orienta o especialista em Farmacologia.
Confira abaixo algumas recomendações do médico para manter a pele saudável, protegida e confortável:
1. Limpeza suave, sem agressões
O uso de sabonetes sem sabão — os chamados syndets — é ideal para peles sensibilizadas. Eles higienizam com suavidade, ajudando a preservar a barreira cutânea e prevenindo irritações.
2. Hidratação como prioridade
A pele afetada pelo vitiligo pode ressecar com facilidade. Por isso, cremes hidratantes com ação restauradora são indispensáveis na rotina.
3. Proteção solar é indispensável
Mesmo em dias nublados, é essencial aplicar filtro solar diariamente, além de utilizar chapéus e roupas que ofereçam proteção contra os raios UV. A pele despigmentada é mais suscetível aos danos solares e exige atenção redobrada.
Com uma rotina de cuidados adequada e acompanhamento dermatológico regular, é possível conviver com o vitiligo de forma saudável, preservando a integridade da pele e a autoestima.