Qualquer um deles pode fazer uma doença grave e a imunidade é sorotipo específica, isto é, a pessoa fica imune para o resto da vida pelo sorotipo que a infectou, mas ainda assim pode ser infectada pelos outros sorotipos”, adverte a infectologista pediátrica Silvia Fonseca, professora do Idomed (Instituto de Educação Médica).
Na sua opinião, a dengue é a arbovirose (vírus transmitidos por mosquitos e carrapatos) mais importante do planeta e continua a causar muitos transtornos e mortes em todo o mundo, incluindo o Brasil.
Ministério da Saúde prevê ‘epidemias significativas’
Ainda de acordo com a pasta, a introdução de um novo sorotipo em uma população previamente exposta a outros sorotipos de dengue pode levar a um cenário de “epidemias significativas”. O aumento da incidência de dengue registrado entre 2000 e 2002, por exemplo, foi associado à introdução do DENV-3. Ao longo de 2024, o sorotipo predominante no Brasil foi o 1, identificado em 73,4% das amostras.
A ampliação do número de casos de dengue tipo 2, segundo o ministério, foi registrada sobretudo nas últimas semanas de dezembro. O cenário preocupa autoridades sanitárias, já que o sorotipo não circula de forma predominante no país desde 2008, e grande parte da população está suscetível a ele.
O DENV-3 vem sendo detectado recentemente em meio a testes positivos para dengue – sobretudo em São Paulo, Minas Gerais, no Amapá e no Paraná. No Rio de Janeiro, uma mulher de 60 anos foi diagnosticada com a dengue tipo 3 no início deste ano. A notificação foi realizada pelo município do Rio e o Laboratório Central de Saúde Pública Noel Nutels (Lacen-RJ) ratificou o diagnóstico.
Prevenção e cuidados
Diante da circulação dos quatro sorotipos no país, é fundamental intensificar as medidas de prevenção, especialmente no controle ao mosquito transmissor. Eliminar focos de água parada, utilizar repelentes e instalar telas de proteção são algumas das ações recomendadas”, destaca o ministério.
Outro alerta da pasta diz respeito aos sintomas. “É importante estar atento aos sintomas da dengue e procurar assistência médica imediata em caso de suspeita, especialmente se houver sinais de alarme, como dor abdominal intensa, vômitos persistentes e sangramentos. A vigilância constante e a adoção de medidas preventivas são essenciais para controlar a disseminação da dengue e minimizar os riscos associados aos seus diferentes sorotipos, especialmente o DENV-3.”
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Todos nós sabemos que podemos combater a doença com algumas prevenções, como usar repelentes, evitar água parada em vasos de plantas, nos pneus em nossos quintais, não deixar garrafas vazias ao ar livre e fazer manutenção em calhas entupidas e caixas d’água sem tampas, além de outras iniciativas”, reforça a especialista do Idomed.
[…] Dengue: por que o aumento do sorotipo 3 preocupa tanto? […]
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