A dor de cabeça está presente na vida de 95% dos internautas brasileiros, trazendo grandes impactos para a qualidade de vida e o bem-estar. A pesquisa “O futuro da dor de cabeça” aponta a era da ansiedade, o esgotamento cerebral, a dor da pós-verdade, a autoexigência e o barulho como as cinco tendências da dor de cabeça no futuro. Estresse e falta de sono e fatores emocionais, aliados à crescente influência da tecnologia na rotina, são os principais causadores do problema.
É importante ressaltar que os gatilhos podem variar de indivíduo para indivíduo. Dessa forma, é preciso que a pessoa observe como o corpo reage aos diferentes estímulos da rotina, o que auxilia no diagnóstico mais assertivo do tipo da dor de cabeça”, destaca Célia Roesler, diretora da Sociedade Brasileira de Cefaleia e vice-coordenadora do Departamento Científico de Cefaleia da Academia Brasileira de Neurologia.
Veja ainda a primeira matéria da série sobre Dor de Cabeça
Realizado em março deste ano, o estudo foi encomendado por Neosaldina®, marca de analgésico para dor de cabeça, e conduzida pela WGSN Mindset, divisão de consultoria da empresa líder global em pesquisa de tendências, WGSN. O levantamento tem como base os comportamentos da população e o resultado mostra que a maioria dos provocadores da dor de cabeça está relacionada a questões externas já conhecidas.
Para Julia Curan, Consultora da WGSN Mindset, a pesquisa chama atenção para questões bastante impactantes no cotidiano da população: “As tendências descobertas já são uma realidade e a previsão é que elas só se intensifiquem nos próximos anos. Por isso, precisamos prestar cada vez mais atenção em quais pontos as influências externas podem ajudar ou prejudicar, desencadeando uma dor de cabeça”, explica.
Entendemos o impacto da dor de cabeça na vida das pessoas. Por isso, buscamos sempre inovar e trazer dados e estudos que ajudam a melhorar o dia-a-dia das pessoas que sofrem com a condição. O objetivo com a pesquisa foi antecipar o que tende a gerar o desconforto no futuro, permitindo às pessoas investir em maneiras de prevenir a dor de cabeça”, completa Abner Lobão, Diretor de Assuntos Científicos Brasil e Latam da Takeda.
Confira as tendências da dor de cabeça e como preveni-las
O Dia Nacional de Combate à Cefaleia, que acontece em 19 de maio, reforça a importância de se falar sobre esta condição e os gatilhos – que são diversos e estão em constante evolução. A pesquisa “O futuro da dor de cabeça”e identificou as cinco principais tendências dessa dor e possíveis soluções.
1. A era da ansiedade: a população nunca esteve tão ansiosa como antes. No Brasil, a Organização Mundial de Saúde3estima que 9,3% da população sofra de ansiedade, o que coloca o país em primeiro lugar na lista dos que apresentam a patologia no mundo. “A ansiedade em excesso pode alterar a qualidade do sono e afetar a alimentação, que são gatilhos da dor de cabeça”, ressalta a psicóloga Juliane Peres Mercante, especialista em cefaleias e doutora pelo departamento de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina da USP.
Como evitar: É importante apostar em exercícios de relaxamento e de respiração profunda, além de técnicas para aprimorar a qualidade do sono – como a meditação – e o cuidado em adotar uma dieta equilibrada e saudável. Outro ponto é usar meios tecnológicos com inteligência e se desligar de seus smartphones através do “detox digital”. O site Time to Log Off, por exemplo, promove essa ação por meio de um guia com um passo a passo para viver dois dias por semana completamente analógicos.
2. Esgotamento cerebral: Em um mundo conectado, em que o virtual é o real, o foco passa a ser um desafio. Cada vez mais as pessoas estão criando a cultura da distração, em que tentam prestar atenção em tudo ao mesmo tempo, mas não estão efetivamente concentradas². “Nós somos muito cobrados com prazos e diversas metas profissionais e pessoais. Esse acúmulo de tarefas pode ocasionar o esgotamento do cérebro e o aumento do estresse, que geram a dor de cabeça”, explica a Dra. Célia Roesler.
Como evitar: Não deixar de lado os momentos de prazer e de autocuidado – como um hobby, uma atividade física e o relacionamento com amigos e familiares. Tem crescido, por exemplo, a oferta de hotéis e retiros de bem-estar que promovem experiências imersivas na natureza, surpreendendo seus visitantes e fugindo do turismo tradicional com o qual estamos acostumados. Já empresas de tecnologia e designers estão pensando em soluções que ajudam a acalmar a experiência on-line, reduzir a dependência diária dos dispositivos e aumentar a nossa saúde e bem-estar. A pulseira de Doppel, por exemplo, pulsa ritmicamente, como um segundo batimento cardíaco, para energizar ou acalmar seu usuário como desejado.
3. A dor da pós-verdade: Segundo o Oxford Dictionary – Departamento da universidade de Oxford6 responsável pela elaboração de dicionários – a pós-verdade pode ser definida como a situação na qual os fatos têm menos influência na opinião pública do que o apelo à emoção e as crenças pessoais. Isto é, cada vez mais as pessoas tratam os fatos como opiniões, descartando aqueles que não gostam. A busca incessante pelo que é ´real´ pode criar momentos de estresse e tensão, gerando uma possível dor de cabeça.
Como evitar: Os resultados da pesquisa recomendam que as pessoas procurem utilizar a tecnologia a seu favor, apostando em soluções que as ajudem a verificar, por exemplo, o que é ou não verdade. Nesse sentido, os veículos Le Monde, Politifact e Full Fact estão criando ferramentas para analisar informações em tempo real, fornecendo verificação automática. Isto irá inibir os usuários a compartilhar o conteúdo mentiroso.
4. Autoexigência: A busca pelo perfeccionismo é constante e contribui para o aumento da ansiedade na população, segundo estudo feito pela University of Bath e pela York St John University. Em paralelo, a população passa a associar o excesso de atividades e a produtividade ao sucesso pessoal e profissional. “A autoexigência tem relação direta com a alimentação e no fluxo de ‘preciso ser bom em tudo’, o conceito do se alimentar bem é constantemente confundido. Comer saudável contempla consumir o que gostamos e de forma equilibrada. Na falta de algum nutriente, em dietas restritivas ou com o mau funcionamento do intestino e na presença de problemas digestivos, o corpo pode reagir e desencadear uma dor de cabeça”, alerta a nutricionista Marcia Daskal.
Como evitar: múltiplos estudos mostram a importância de demonstrar os sentimentos e emoções, evitando auto cobranças e o desenvolvimento de uma ansiedade. Já as práticas de Mindfulness – tomar consciência das emoções e usar respiração meditativa para reduzir o estresse – também pode ajudar e já até são vistas como um método de ensino essencial para a melhoria da vida das crianças no futuro. O Headspace For Kids, uma expansão do aplicativo Headspace, visa manter as crianças “calmas e focadas” através de exercícios de meditação curtos.
5. Barulho 2.0: Os ruídos aumentam exponencialmente e, como consequência, a angústia e o estresse pioram. E esse barulho tem causado mais do que apenas irritação: resultados da Organização Mundial da Saúde9 mostram que 3% dos ataques cardíacos e derrames cardíacos fatais na Europa são causados pelo ruído do trânsito. “Além de prejudicar a audição, o barulho em excesso pode ocasionar distúrbios de sono, estresse e problemas psicológicos – algumas das principais condições para o surgimento da dor de cabeça”, completa a Dra. Célia.
Como evitar: As pessoas precisam garantir maneiras de ter momentos de silêncio em sua rotina, seja no ambiente de trabalho, na rua ou em casa. É possível, por exemplo, evitar a TV e o uso do celular momentos antes de dormir. Já no trabalho, há fones de ouvido, como o Mindset, que usam cinco sensores de eletroencefalografia (EEG) para alertar o usuário quando ele se distrai. Ao longo do tempo o cérebro é treinado para reconhecer quando o usuário sai do caminho, levando a melhorias duradouras na concentração e a capacidade de diminuir o ruído por si só.
Fonte: Takeda