O Brasil permanece sem registro do novo coronavírus, que já atinge 24 países além da China. O Ministério da Saúde atualizou nesta segunda-feira (10) as informações repassadas pelas Secretarias Estaduais de Saúde sobre a situação dos casos suspeitos no Brasil. O número reduziu em quatro casos se comparado ao informe anterior. Agora, 7 notificações se enquadram na atual definição de caso suspeito para o novo coronavírus: Minas Gerais (1), Rio de Janeiro (1), São Paulo (3), Paraná (1) e Rio Grande do Sul (1).

O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson de Oliveira, explicou que a capacidade de realização dos testes foi ampliada desde a semana passada. “Já capacitamos tanto o Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, quanto o Instituto Evandro Chagas (IEC), no Pará, além da Fiocruz, no Rio de Janeiro, que já realizava o diagnóstico para o novo coronavírus”, disse o secretário.

O Ministério da Saúde realizou na semana passada, em parceria com a Fiocruz e a OPAS, a capacitação dos profissionais de laboratórios de nove países (Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile, Bolívia, Peru, Colômbia, Equador e Panamá). “Esses países levaram a tecnologia na identificação do novo coronavírus. O Brasil tem se colocado à disposição desses países, adotando todas as orientações que a Organização Mundial da Saúde recomenda, seguindo o que há de mais atual na ciência sobre esse tema”, afirmou.

Os casos descartados para investigação de possível relação com a infecção humana pelo coronavírus aumentaram para 32, quatro a mais do que o boletim divulgado no domingo (9/2). Todas as notificações foram recebidas, avaliadas e discutidas com especialistas do Ministério da Saúde, caso a caso, junto com as autoridades de saúde dos estados e municípios. Esses descartes aconteceram principalmente por causa do resultado positivo para outros vírus respiratórios.

Apesar de o país ainda não ter confirmado nenhum caso, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, reafirma que o momento agora é de vigilância e de planejamento de diferentes cenários.

Temos que trabalhar desde o cenário super otimista, de que não teremos casos, o realista, que é o que tem probabilidade de ocorrer, e o pessimista, que é ter uma epidemia global”, ressaltou. Mandetta afirmou que pela grande circulação de pessoas no mundo, é difícil saber como será a linha do tempo. “O cenário pode mudar muito rápido, por isso a manutenção da vigilância está extremamente elevada”, disse.


O ministro da Saúde afirmou ainda que irá ao Paraguai no dia 19 de fevereiro para uma reunião com os ministros da saúde do Mercosul sobre o novo coronavírus. “O Brasil tem 17 mil quilômetros de fronteiras. É muito importante que esses países tenham sistema de vigilância para bloquear possíveis casos”, disse Mandetta.

Para manter a população informada a respeito do novo coronavírus, o Ministério da Saúde atualiza diariamente, os dados na Plataforma IVIS, com números de casos descartados e suspeitos, além das definições desses casos e eventuais mudanças que ocorrerem em relação a situação epidemiológica. Os estados estão finalizando os planos de contingência para que sejam publicados no site do Ministério da Saúde.

Exames negativos para novo coronavírus

Mesmo sem sintomas, os 58 envolvidos na operação regresso, entre repatriados e equipe de apoio foram submetidos a exames específicos para a infecção que tiveram resultados negativos. O Brasil permanece sem registro do novo coronavírus

O Ministério da Saúde informou, nesta terça-feira (11/2), que os testes realizados pelo Laboratório Central do Estado de Goiás (LACEN) nos 58 envolvidos na Operação Regresso deram negativo para o novo coronavírus. Os 34 repatriados e os 24 profissionais, divididos entre tripulação, Ministério da Saúde e comunicação, foram submetidos a exames, mesmo sem sintomas e sem infecção. A ação faz parte do protocolo definido entre os Ministérios da Saúde e Defesa.

Leia o conteúdo na íntegra em saude.gov.br

Vírus são conhecidos desde a década de 60

Para o gerente da área de Medicina Ambulatorial do Seconci-SP (Serviço Social da Construção), Horácio Cardoso Salles, os coronavírus na verdade não são uma novidade, pois são conhecidos desde meados da década de 1960. “Eles integram um conjunto de vírus e recebem este nome devido às espículas na sua superfície, que lembra uma coroa (do latim corona)”, explica.

E este novo coronavírus, que foi identificado originalmente na China, no começo deste ano, é uma variação do vírus que já era conhecido na comunidade médica. Além disso, os sintomas também são semelhantes, incluindo febre, tosse, dificuldade respiratória, coriza, dor de garganta e, nos casos mais graves, pneumonia e insuficiência respiratória.

Já quanto ao período de incubação deste vírus, de acordo com o que foi descoberto pela comunidade médica até o momento, costuma ocorrer de 2 a 14 dias. Contudo, as pessoas só passam a transmitir o vírus a partir do surgimento dos sintomas.

“Os sinas do coronavírus são muitos semelhantes aos da gripe comum, por isso, caso a pessoa apresente os sintomas após o contato com indivíduos que estiveram em regiões que possuem o registro da doença, é importante consultar um médico para uma avaliação clínica”, recomenda o médico. “Ainda não existe uma vacina para o coronavírus, mas é possível tratar os sintomas”, complementa.

Prevenção

O dr. Salles explica que, assim como o vírus do resfriado, entre humanos, os coronavírus são transmitidos pelo ar, por meio de tosse ou espirro de uma pessoa contaminada e contato com superfícies ou indivíduos infectados.

Por este motivo, a melhor forma de prevenção é lavar bem as mãos sempre que chegar em casa, antes de consumir alimentos e também ao longo do dia; utilizar lenços descartáveis para higiene nasal; manter o ambiente sempre ventilado; não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, garfos, copos e garrafas; não levar as mãos aos olhos, boca e nariz, além de evitar o contato próximo com pessoas que apresentem sintomas de infecção respiratória.

Apesar da atenção mundial ao vírus, o especialista alerta que não há motivos para pânico. “Seguindo as medidas de prevenção, as pessoas conseguirão se manter confortáveis evitando até mesmo a proliferação de doenças da época como a gripe comum, por exemplo”, finaliza dr. Salles.

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