Em uma semana em que as negociações anuais sobre o clima acontecem durante a COP-28, em Dubai, é mais uma vez tempo de repensar sobre o papel individual, simples e cumulativo que podemos cumprir para que a Terra aqueça menos.

Muitos podem pensar que a culpa é somente das grandes empresas de petróleo e de carvão, da agropecuária ou do vizinho. Mas aqui vale o ditado popular: só se vende o que se compra.

Se existe aumento da demanda por energia a carvão, é porque o conjunto de vários indivíduos foi mais esbanjador em sua energia em casa ou no escritório ou na indústria. Ou seja, não pense no seu consumo individual, pense no seu consumo individual multiplicado por 8 bilhões de habitantes. 

Obviamente, existem vários fatores que fazem que aumente a demanda energética (leia que aumente emissões de gases de efeito estufa também): maior produção, mais frio, mais calor, mais trânsito, menos árvores etc. se formos desagregar, no entanto, esses somatórios, a unidade comum em muitos deles é a decisão individual.

Cabe relembrar que medidas simples e cotidianas podem auxiliar na diminuição dos gases de efeito estufa. Uma delas é usar a energia com sabedoria.  Aliás, nestes tempos de ondas de calor extremo, ligar o ar-condicionado para esfriar o ambiente enquanto você não está, não é cool, é egoísta. Pedir para a Alexa ligar seu ar-condicionado enquanto você não chega é mais egoísta ainda.

Lembre-se que ambiente de Polo Norte em certas cidades do Brasil só funciona se você quiser destruir o Polo Norte. Cada 3 a 5 graus que se abaixa de temperatura a menos no ar-condicionado é mais 3 a 5% de emissões que a pessoa está jogando na atmosfera. É pouco? Sim, mas a energia demandada por várias pessoas que fazem isso é altíssima. 

Outra atitude sustentável que colabora para a manutenção da vida no planeta é a adoção de hábitos de consumo mais conscientes. Infelizmente, a sociedade brasileira tem se tornado extremamente consumista nos últimos anos. Chega a ser um contrassenso levantar uma bandeira de defensor de medidas que diminuam as emissões de gases de efeito estufa e sempre ter que ter o último celular, computador, jeans, camisa… da moda.

A demanda energética para produzir e para descartar o lixo desse indivíduo de classe média de fantasia americana, por exemplo, é extremamente alta. Se juntarmos uma classe média inteira fazendo isso, realmente o planeta chegará a um ponto sem retorno. E a culpa não será do político ou do empresário cruel, mas da fantasiosa necessidade individual de status social.

Em tempo: os mais “cools” da sociedade são os que mais têm esses hábitos, porque simplesmente não percebem ou culpam os outros. Repense o seu consumo.

Confira mais medidas simples, mas que geram grande impacto no ambiente

  1. Use menos combustível e engarrafe menos o trânsito. Se possível, vá a pé ou de bicicleta e pratique as saídas de carro conscientes. Procure um trabalho perto de casa e, se possível, home office.
  2. Leve seu copo para o escritório e não use descartáveis em casa.
  3. Use produtos de beleza que sejam, de fato, sustentáveis e socialmente responsáveis. Muitas comunidades que participam dessa cadeia de produção realmente precisam dessa renda e elas poluem menos até porque muitas vezes consomem menos.
  4. Troque todas as lâmpadas para lâmpadas eficientes.
  5. Economize água, use água com sabedoria. Isso porque tratar água residual que sai de sua casa ou água para ser potável suficiente para chegar na sua casa, exige uma alta demanda energética.
  6. Não use lava louças. A demanda energética para seu ciclo e para o aquecimento dessa água é altíssima quando agregada. Lave sua própria louça eficientemente: passe detergente nela toda com a água fechada e só depois abra a água enxague.
  7. Mude a fonte de energia da sua casa. A alternativa mais fácil é usar energia solar.
  8. Economize energia elétrica. Se não está no ambiente, apague as luzes, ar-condicionado ou aquecedor. Relembre de desligar também os vampiros de energia, que são aqueles os aparelhos que ficam com a luz ligada consumindo energia
  9. Produza a menor quantidade de lixo possível. Isso significa, por exemplo, jogar menos comida fora também porque haverá menos necessidade de produção, empacotamento e transporte.
  10. Limpe a maior quantidade de lixo possível em áreas comuns. Se você estiver na praia ou no parque, retire os lixos e coloque em local apropriado. Esse lixo contamina as águas, o solo e cada vez mais animais sofrem por se prenderem ou comerem esses resíduos.
  11. Reduza, reuse, repare e recicle. Se você acha feio usar pote de sorvete para guardar comida no freezer, você deve repensar suas prioridades de vida.
  12. Viaje menos, a trabalho e, também, a lazer. O consumo de combustível em aviões e navios é responsável por grande parte das emissões de gases de efeito estufa. Será melhor pensar conscientemente sobre sua viagem e tentar salvar o planeta do que ver certas paisagens pela última vez.
  13. Coma menos carne de boi e de porco e mais vegetais. Ter uma dieta flexível vegetariana em alguns dias da semana diminui quase 500 kg de CO2e por ano.
  14. Plante uma árvore, tenha mais plantas em casa, principalmente nativas de sua região. Cada planta é um refúgio ou alimento para vários insetos e animais.
  15. Adote o consumo consciente. Escolha bem onde colocar seu dinheiro. Consumo consciente é estilo de vida.
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