microcefalia
Luiz Philipe é estimulado pelos pais enquanto aguarda o tratamento (Foto: Daniel Castelo Branco / Agência O Dia)

Enfim, uma boa notícia na área de saúde pública. Com uma queda de 95,3% nos casos de Zika em relação a 2016 e da estabilização em 2% nos registros de novos casos de microcefalia desde janeiro de 2017, o governo federal anunciou nesta quinta-feira (11) o fim da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin) em decorrência do vírus Zika e sua associação com a microcefalia e outras alterações neurológicas. A decisão, informada à Organização Mundial da Saúde (OMS) por meio de nova avaliação de risco, ocorre 18 meses após a decretação de emergência, em um momento de queda nos casos de Zika e microcefalia em todo o país.

No último boletim epidemiológico, de 1º de janeiro a 15 de abril deste ano, foram registrados 7.911 casos de Zika em todo o país, contra as 170.535 notificações ocorridas em igual período. No pico dos casos de microcefalia, em dezembro de 2015, foi registrado incremento de 135% nas notificações. A incidência passou de 82,8 em 2016 para 3,8 neste ano. O boletim aponta ainda redução de 90,3% dos casos de dengue e 68,1% de chikungunya em relação ao mesmo período de 2016. No entanto, o período de maior incidência das três doenças segue até o fim de maio. Portanto, todos os esforços de prevenção e combate ao Aedes aegypti devem ser mantidos.

De acordo com o Ministério da Saúde, a redução nos casos das doenças pode ser atribuída a um conjunto de fatores, como a mobilização nacional contra as doenças e a maior proteção pessoal da população, a escassez de chuvas em determinadas regiões do país, o que desfavorece a proliferação do mosquito, e a proteção natural que as pessoas adquirem ao ter alguma das doenças em anos anteriores. A participação da população nesse processo é fundamental, já que nenhum poder público pode enfrentar sozinho a eliminação dos focos do mosquito transmissor, Aedes Aegypti. O cuidado deve ser constante, em especial a eliminação de locais com água parada e criadouros com mosquito.

“Além disso, neste momento, o Brasil não preenche mais os requisitos exigidos para manter o estado de emergência. Um dos quatro pontos da avaliação de risco da OMS é de que o evento seja considerado incomum ou inesperado, o que não ocorre mais, visto que já há conhecimento científico suficiente que comprove a relação do Zika e as alterações neurológicas”, informou a pasta. Ainda de acordo com o Ministério, o governo federal continuará tratando o tema como prioridade, incentivando pesquisas e mantendo a vigilância e assistência às vítimas.

Mais sobre os números

A análise da taxa de casos prováveis mostra uma baixa incidência em todas as regiões geográficas até o momento. Em relação às gestantes, foram registrados 1.079 casos prováveis em todo o país, sendo 293 confirmados. Em 2017, foram confirmados 230 casos de microcefalia e outras alterações do sistema nervoso, sugestivos de infecção congênita. Permanecem em investigação pelo Ministério da Saúde e pelos estados 2.837 casos suspeitos em todo o país. No total, 3.651 casos foram notificados ao Ministério da Saúde pelos estados.   Desde o início das investigações, em novembro de 2015, foram notificados ao Ministério da Saúde 13.490 casos, com 2.653 confirmações. Outros 5.712 casos foram descartados e 105 foram considerados prováveis. Outros 1.784 foram excluídos do sistema, por não atenderem as definições de caso vigentes.

“Durante os 18 meses da emergência em saúde pública nacional houve um fortalecimento da capacidade de resposta nacional e local, por meio da colaboração entre as três esferas de gestão do Sistema Único de Saúde (SUS). As medidas de enfrentamento ao mosquito Aedes aegypti têm sido intensificadas desde o final de 2015 e serão mantidas, com a identificação do vírus Zika e suas consequências como a microcefalia e outras alterações em bebês cujas mães são infectadas pelo vírus durante a gravidez”, informou o Ministério, em nota oficial.

Continua em funcionamento a Sala Nacional de Coordenação e Controle, criada em dezembro de 2015 para gerenciar e monitorar as iniciativas de mobilização e combate ao vetor, bem como a execução das ações do Plano Nacional de Enfrentamento à Microcefalia. Atualmente, além da sala nacional, estão em atividade 27 salas estaduais e 2.029 salas municipais.

Confira aqui a apresentação

Fonte: Ministério da Saúde

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