A música invadiu os corredores do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), no Rio de Janeiro, na última quinta-feira (31/8). Com um repertório que incluiu samba, pagode, música popular brasileira, entre outros gêneros musicais, o grupo “Vozes do Coração” levou alegria para os pacientes internados no Instituto na semana em que se comemora o Dia Nacional do Voluntariado (28/8).

Ao som dos vocais e dos acordes do violão, a equipe – formada pelos voluntários Rejane Cunha, Suzi Peres e Robson Barreto – percorreu as unidades do CTI e das enfermarias da instituição, animando pacientes e funcionários. Os músicos realizam o trabalho voluntário há oito anos e contam que a maior retribuição é ver a alegria no rosto dos pacientes.

“Quando a gente vê um sorriso, um olho brilhando, e o quanto a música está fazendo bem para essas pessoas, a sensação é melhor do que estar no palco”, afirma a integrante Rejane Cunha.

O grupo visitou ainda o espaço do solário, onde a paciente Marisa, de 69 anos, acabou ganhando uma apresentação particular durante o seu banho de sol. “Adorei o grupo, foi nota mil. Se eu pudesse ficaria a tarde inteira cantando e dançando”, celebrou Marisa.

Para a enfermeira Viviane Carius, da Área de Política Nacional de Humanização do Into, esta é “uma iniciativa que amplia o cuidado humanizado não só para os pacientes – que, às vezes, permanecem muito tempo internados, – mas também para os funcionários, trazendo leveza e elevando o bem-estar”.

Hospital do Pará também promove bem-estar com apresentações musicais

O músico marabaense Luiz Hamilton proporcionam momentos de alegria, conforto e conexão para pacientes e suas famílias (Fotos: Divulgação)

A música também é um instrumento para levar esperança, conforto e bem-estar aos pacientes internados no Hospital Regional do Sudeste do Pará “Dr. Geraldo Veloso” (HRSP), em Marabá. O projeto “Acordes do Bem” vem utilizando a música como ferramenta terapêutica para auxiliar na recuperação dos pacientes. No Hospital, a música tem encontrado seu lugar semanalmente, graças ao trabalhado voluntariado.

Voluntários como o músico marabaense Luiz Hamilton proporcionam momentos de alegria, conforto e conexão para pacientes e suas famílias. Cantando, ele percorre semanalmente os corredores e unidades de internação, entoando canções com mensagens de solidariedade, esperança, amor e fé. E fala da emoção em ser voluntário na instituição.

“É incrível testemunhar como a música pode transformar o ambiente hospitalar, ver os sorrisos nos rostos dos pacientes é recompensador. Ver o impacto que a música pode ter nos pacientes é algo realmente gratificante. Muitas vezes, testemunho como uma melodia e letra reconfortantes podem aliviar a dor, trazer esperança e reacender a chama da fé em seus corações. É uma troca incrível de energias”, ressaltou o músico Luiz Hamilton.

Marta Rocha, moradora de Marabá referenciada para realizar consulta ortopédica na instituição, ficou maravilhada com as apresentações dos voluntários na unidade. “Fiquei feliz ao ver as apresentações musicais na instituição, foi uma experiência emocionante, os voluntários são muito talentosos e dedicados. Eles fazem um trabalho incrível, que alegra e inspira as pessoas”, completou.

Também moradora de Marabá, Maria Silva, de 48 anos, foi encaminhada à unidade para realizar uma tomografia, e acompanhou apresentações musicais. “Foi simplesmente maravilhoso! Estava nervosa devido ao exame, mas os acordes suaves e as melodias me proporcionaram paz e tranquilidade. A música tem esse poder transformador nos momentos difíceis”, disse.

Voluntários de hospital se emocionam com homenagem

Em alusão ao Dia Nacional do Voluntariado (28/8),Hospital Regional de Marabá promoveu esta semana ação para reconhecer e valorizar os voluntários que atuam na instituição. A unidade entregou certificados de agradecimento aos voluntários pelos serviços prestados em prol dos pacientes e seus familiares com projetos como musicoterapia, contação de histórias, registro fotográfico de bebês e visitas religiosas;

Núbia Suriane, fotógrafa marabaense, ficou emocionada pelo reconhecimento recebido na instituição. “Ser voluntário neste hospital tem sido uma jornada incrível. Poder fazer parte da recuperação e bem-estar dos pacientes é uma experiência gratificante e enriquecedora. Cada momento que passo aqui me enche de alegria e me faz acreditar mais no poder do amor ao próximo. Obrigado de coração por essa oportunidade e por este gesto de reconhecimento,” explicou.

“Essa experiência alimenta minha alma e serve como minha fonte de energia. Eu dou o meu melhor para oferecer um pouco de conforto, e eles me presenteiam com sorrisos e expressões de gratidão”, disse o música Luiz Hamilton, um dos homenageados.

Benjamim Ferreira, diretor executivo do hospital, ressaltou a importância dos voluntários na unidade. “Nossos voluntários são verdadeiros heróis silenciosos. Eles trazem conforto, esperança e humanidade para o ambiente hospitalar. Seu trabalho não passa despercebido, e estamos profundamente gratos por tudo o que fazem”, enfatizou.

Humanização nas unidades hospitalares

O Hospital Regional do Sudeste pertence ao Governo do Pará e desde abril é gerenciado pelo Instituto de Saúde Social e Ambiental da Amazônia (ISSAA), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). É referência para procedimentos de média e alta complexidade para mais de 1 milhão de pessoas, em 22 municípios da região.

Além da assistência médica de alta qualidade e com cuidado e bem estar centrado nos pacientes, conta com voluntários apaixonados que disseminam diariamente empatia e acolhimento no ambiente hospitalar, com projetos inspiradores de humanização. Na unidade do Governo do Pará os voluntários criam uma atmosfera de empatia e apoio que vai além do tratamento médico convencional.

A analista de Humanização do Hospital, Daiane Uszynski, ressaltou que “as ações têm o poder de estimular sentimentos positivos, aliviar o estresse e a ansiedade, além de fortalecer os vínculos entre os pacientes e suas famílias, transcendendo as barreiras do corpo e alcançando a alma”.

O diretor, Benjamin Ferreira enfatizou que a humanização no cuidado com a saúde é fundamental para promover a recuperação física e emocional dos pacientes.

“Acreditamos que ao adotar uma abordagem humanizada somos capazes de estabelecer conexões mais profundas com nossos pacientes, compreendendo suas necessidades, criando um ambiente acolhedor, respeitoso e empático na unidade, que ajuda a fortalecer a adesão ao tratamento”, disse o gestor.

Para o secretário de Estado de Saúde Pública do Pará, Rômulo Rodovalho, “o Projeto Acordes do Bem exemplifica o nosso compromisso em fornecer uma assistência integral e humanizada à população paraense, proporcionando um ambiente terapêutico e acolhedor para todos que buscam cuidados de saúde em nossas unidades”.

Inscrições para novos voluntários

O Hospital Regional do Sudeste do Pará realiza regularmente ações e projetos de humanização para seus pacientes, visando não apenas ao tratamento, mas à promoção do bem-estar. As iniciativas englobam atividades recreativas e terapêuticas, como oficinas de artes e música, e programas de suporte emocional e acompanhamento psicológico para usuários e familiares.

Interessados em participar do Programa de Voluntariado do Regional de Marabá podem se dirigir até o setor de humanização do hospital em horário comercial para se cadastrar. A unidade busca voluntários para atuar em diversas áreas como contação de histórias, interação musical, animação, cuidados com a beleza, visita religiosa, além de ações de pintura e artesanato.

Daiane Uszynski, analista de humanização na instituição, informa que para participar do programa é necessário preencher alguns pré-requisitos. ” O voluntário precisa ser maior de idade, ter o ciclo vacinal atualizado e se adequar aos horários pré-estabelecidos pelo hospital para realizar as ações”, declarou.

Palavra de Especialista

Estudo mostra que ouvir música pode melhorar humor e reduzir o estresse

Pesquisadores procuraram encontrar evidências mais concretas dos benefícios de ouvir música para a saúde mental

Por Rubens de Fraga Júnior*

Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Viena encontrou evidências de que ouvir música quando está estressado pode melhorar o humor de uma pessoa e ajudá-la a relaxar. Em seu artigo publicado no site JAMA Network Open, o grupo descreve um experimento que realizou com voluntários sob estresse causado por viver sob as regras do lockdown durante os primeiros dias da pandemia global.

Pesquisas anteriores sugeriram que ouvir música pode reduzir temporariamente a sensação de estresse, mas, como observam os pesquisadores, a maioria desses estudos foi transversal ou retrospectiva, o que, segundo eles, pode levar a vieses não intencionais. Evidências anedóticas também sugeriram que a música efetivamente reduz o estresse. Nesse novo esforço, os pesquisadores procuraram encontrar evidências mais concretas dos benefícios de ouvir música para a saúde mental.

Para isso, projetaram e executaram um estudo que envolveu a criação de um aplicativo de smartphone para uso de voluntários. O aplicativo permitiu que 711 participantes adultos registrassem seu humor e hábitos de audição de música cinco vezes ao dia durante uma semana. Em cada consulta, cada voluntário escolhia um nível atual de estresse em um menu; da mesma forma, eles avaliaram seu humor momentâneo. Todos os voluntários viviam na Áustria ou na Itália. Os pesquisadores realizaram o estudo durante os primeiros dias da pandemia, quando as pessoas foram instruídas a ficar em suas casas, criando um ambiente global de enorme medo, tensão e estresse.

Os pesquisadores descobriram o que descrevem como uma correlação entre níveis reduzidos de estresse e instâncias de ouvir música — principalmente ao ouvir música alegre. Pesquisas anteriores mostraram que a música alegre pode ativar partes do cérebro associadas à regulação do humor.

Além disso, os pesquisadores também descobriram que o impacto de ouvir música durante um período pode afetar as memórias de uma pessoa. Os voluntários que ouviram mais música alegre durante o lockdown relataram sentir-se menos ansiosos depois que tudo acabou do que outros voluntários. Eles concluem que os médicos que trabalham com clientes estressados ​​podem achar útil sugerir que ouçam músicas.

*Professor de Gerontologia da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná (FEMPAR) e médico especialista em Geriatria e Gerontologia pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG).

Com Assessorias

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