Você conhece alguém que não consiga ficar sem um docinho logo pela manhã? Ou que, no meio da madrugada, procure uma loja aberta para comprar chocolate? E que, antes mesmo da Páscoa ter chegado, já tenha começado a comprar e consumir ovos com diferentes recheios? Esses comportamentos podem ser sinal de vício em açúcar, que, além de fazer mal à saúde, pode provocar, em casos de abstinência, sintomas variados.

Um dos mais comuns é a irritabilidade. Flutuações de energia pela rápida absorção e queda de açúcar no sangue, e o uso de açúcar para lidar com estresse, ansiedade e emoções negativas também são alguns sinais do vício. Nesses casos, é importante buscar orientação profissional médica ou nutricional para avaliação e possível apoio no controle do consumo”, afirma a coordenadora do Departamento de Nutrição do Centro Universitário Celso Lisboa, Juliana Pandini.

De acordo com a nutricionista, o consumo excessivo de açúcar está associado a diversos prejuízos de saúde, como obesidade, diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e até declínio cognitivo. “É crucial moderar o consumo de açúcar e adotar uma dieta equilibrada para preservar a saúde a longo prazo”, defende.

Transtornos alimentares: passe bem a Páscoa

Auto-observação, planejamento e suporte profissional estão na lista de recomendações de psiquiatra a quem sofre com as datas especiais onde a comida é, muitas vezes, protagonista

Apesar de sua origem religiosa, para a maioria das pessoas, a Páscoa também tem um forte significado paralelo: comida! É o momento de famílias se reunirem em volta da mesa para almoços especiais e, além das sobremesas, ainda tem os ovos de chocolate, que coroam a celebração. Embora seja um momento de alegria para muitos, algumas pessoas podem enfrentar dificuldades nesta data, especialmente em se tratando de saúde mental.

Quem tem algum tipo de transtorno alimentar, sabe o desafio que é passar pelos períodos que antecedem essa época, assim como o próprio feriado. São intermináveis os gatilhos para as pessoas que têm dificuldade em controlar a ingestão de alimentos ou que usam a comida como uma forma de lidar com o estresse emocional ou outras dificuldades.

Julia Trindade, membro da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), está acostumada a dar suporte a pacientes vitimados por distúrbios dessa natureza e aproveitou a proximidade da Páscoa, para gerar um conteúdo de apoio para que passem pelo feriado de maneira consciente. “Se você está lutando contra a compulsão alimentar, é importante lembrar que você não está sozinho e que existem estratégias que podem ajudar a lidar com esse desafio”, tranquiliza a médica, ao fazer as seguintes recomendações:

1. Monte sua agenda! Planeje as refeições e lanches com antecedência para ajudar a manter uma alimentação equilibrada e evitar a tentação de comer em excesso;

2. Moderação é o mantra! É possível desfrutar das delícias da Páscoa sem exagerar na quantidade. Tente comer pequenas porções dos seus alimentos favoritos, em vez de grandes quantidades.

3. Exercite sua atenção plena! Comer lentamente e estar presente no momento pode ajudar a sentir saciedade e a evitar a compulsão alimentar.

4. Busque ajuda profissional. Se você está lutando contra a compulsão alimentar, um psicólogo ou nutricionista pode ajudar a desenvolver estratégias para lidar com esse desafio e construir um relacionamento mais saudável com a alimentação.

Por fim, Dra. Julia traz um recado: “Lembre-se de que a Páscoa é uma época para celebrar com amigos e familiares, e que a comida é apenas uma parte dessa celebração. Tente se concentrar nas conexões emocionais e nos momentos de alegria, em vez de apenas na comida. É importante lembrar que nem todos celebram a festividade da mesma maneira, e que também está tudo bem se preferir não participar de algumas atividades ou celebrações.”

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Como evitar a compulsão por chocolate durante o feriado

Especialista em neurociência diz que é possível evitar a compulsão pelo chocolate adotando algumas estratégias

Ovos de chocolate ao leite, meio amargo, trufado ou branco: são muitas as opções para celebrar a Páscoa. Para os amantes de chocolate, essa é uma época deliciosa, mas é preciso atenção para evitar os excessos. O feriado de Páscoa pode ativar um gatilho de compulsão alimentar por chocolate. Segundo Alan Martins, especialista em neurociência comportamental da WeFit, plataforma de emagrecimento e bem-estar,chocolate é considerado um item viciante para muitos. No entanto, sua relação com o consumo excessivo não deve ser confundida com dependência.

O chocolate é produzido através do cacau, o fruto tem a feniletilamina na sua composição. Através dessa substância, há a indução para a liberação de dopamina, serotonina, endorfina e outros neuroquímicos no organismo. Essa liberação provoca o estado de euforia, em consequência, promovendo a sensação de bem-estar, bom humor e prazer para quem consome. Por isso, há quem ache que o chocolate leva ao vício em relação à sua ingestão, o que não é verídico apesar de ter sintomas parecidos. O que pode acontecer, da pessoa estar passando por um episódio de compulsão alimentar”, explica.

Sinais da compulsão alimentar – como evitar

Alan cita os principais sinais da compulsão alimentar: perda de controle ao consumir determinado alimento, levando a pessoa a comer sem vontade. O consumo em grande quantidade em pouco tempo, principalmente quando a pessoa está sozinha, também é um dos sinais mais comuns. E o sentimento de culpa ou de constrangimento após a ingestão excessiva.

“Há algumas estratégias comportamentais e terapêuticas que podem ajudar a gerenciar a compulsão alimentar. A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) ajuda a identificar e modificar padrões de pensamento e comportamento relacionados à alimentação.

A prática da alimentação consciente, chamada de Mindful Eating, técnica positiva que ajusta os padrões automáticos negativos de pensamentos, sentimentos e comportamentos; além de apoiar no desenvolvimento das capacidades de autoconsciência, autocontrole e autodisciplina”, pontua o especialista.

Alan acrescenta que práticas como meditação, exercícios físicos e técnicas de relaxamento podem reduzir a necessidade de usar a comida como mecanismo de enfrentamento emocional. Segundo Alan, uma pessoa consciente é capaz de perceber os padrões e gatilhos negativos que levam a comer compulsivamente.

Quando percebemos esses padrões, desenvolvendo assim o que é chamado de autocontrole, o que consiste em ser a capacidade de abrir mão de um benefício imediato para um benefício posterior que no caso de quem está no processo de emagrecimento. Dessa forma, o paciente pode abrir mão do chocolate hoje para ter mais saúde amanhã.”

Qual a medida certa?

Mas como saber o quanto comer? A quantidade ideal de consumo diário de açúcar é influenciada por fatores como idade, estado de saúde, peso e altura, mas a Organização Mundial da Saúde estabelece um parâmetro: o consumo pode variar de 5 a 10% do valor energético total. Ou seja, em uma dieta de 2 mil calorias diárias, por exemplo, o limite é ingerir de 100 a 200 calorias de açúcar. Isso corresponde a 25 a 50 gramas (duas a quatro colheres de sopa rasas).

Há, contudo, maneiras saborosas e saudáveis para montar uma dieta balanceada. A nutricionista Juliana Pandini destaca que uma boa opção é substituir o açúcar refinado por alternativas naturais e menos processadas, como mel, açúcar de coco, stévia e xilitol, substância que tem sabor doce e baixo valor calórico.

É importante lembrar que mesmo alternativas mais saudáveis devem ser consumidas com moderação. A melhor escolha pode depender das suas  preferências pessoais e das necessidades dietéticas de cada um, por isso é bom consultar um nutricionista”, faz a ressalva.

Verificar rótulos de alimentos e escolher opções mais saudáveis também é uma boa dica para não ultrapassar os limites diários de açúcar no sangue. Como muitos alimentos industrializados têm excesso do produto, é importante ficar atento.

Para a hora do café, a professora diz que os adoçantes artificiais podem ser uma boa opção, especialmente para as pessoas que buscam redução calórica ou controlar níveis de glicose no sangue. No entanto, alguns pontos como resposta à insulina devem ser considerados.

A escolha entre adoçantes artificiais e alternativas naturais deve ser baseada nas necessidades individuais, preferências pessoais e orientação nutricional, especialmente para aqueles com condições de saúde específicas”, afirma.

Outro cuidado, quando se trata de chocolate, é escolher aqueles com maior proporção de cacau. Aqueles com 70% do ingrediente são a melhor opção e é possível consumir diariamente 20 gramas dele sem comprometer a saúde.

Com Assessorias

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