“Até hoje eu vejo muito preconceito velado em unidades de saúde. Um pouco de conservadorismo, de associar o HIV a profissionais do sexo ou HSH [homens que fazem sexo com homens], aos gays, às pessoas trans, às travestis, mesmo eles sendo profissional da área da saúde. Isso socialmente vai virando um efeito dominó, porque vai chegando às famílias. Ali o preconceito vai aumentando”, diz Bruno.
Diretor do Departamento de HIV/Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis do MS, Draurio Barreira afirma que, infelizmente, a epidemia de HIV, hepatites virais e outras ISTs está concentrada em populações mais vulnerabilizadas ou em maior exposição ao risco, tais como gays, travestis, trabalhadores do sexo, pessoas em situação de rua, entre outras.
“Devido ao estigma e à discriminação que lamentavelmente ainda ocorrem na sociedade – inclusive nos serviços de saúde – muitas dessas pessoas nem procuram esses serviços. Portanto, ações de educação e prevenção entre pares nos diversos contextos sociais são essenciais para minimizar barreiras e promover acesso à saúde. A parceria com a sociedade civil e as ações entre pares são fundamentais para a resposta preventiva”, ressalta.
Viva Melhor Sabendo
As ações apresentadas foram inspiradas na estratégia “Viva Melhor Sabendo”, uma forma de prevenção combinada que utiliza a abordagem de educação entre pares para alcançar populações-chave e prioritárias para vinculá-las à rede de serviços do Sistema Único de Saúde (SUS).
Além dos relatos de pessoas que participaram das intervenções, o vídeo traz falas de representantes de OSCs e serviços de saúde que se envolveram nas atividades de prevenção, diagnóstico e vinculação aos serviços de saúde, demonstrando a importância da estratégia para promoção do acesso à saúde das populações.
“A nossa responsabilidade não é só fazer a testagem. A nossa responsabilidade é fazer o acompanhamento dessa pessoa até ela chegar à rede de serviço”, diz Sônia Cabral, psicóloga e fundadora da OSC Grupo Vale a Vida.
O documentário, que está disponível no canal oficial do Ministério da Saúde no YouTube, mostra a experiência de ações realizadas junto a populações-chave e prioritárias, por meio da abordagem de educação. No total, foram promovidas mais de 60 mil intervenções como testagens, distribuição de preservativos, rodas de conversa, entre outras.
Os vídeos estão disponíveis em três idiomas:
Fonte: Ministério da Saúde