Já são seis os casos suspeitos da variante ômicron do coronavírus no país, após a confirmação do casal vindo da África do Sul nesta terça-feira (30/11) pela Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Há mais um caso em São Paulo, um em Belo Horizonte e quatro no Distrito Federal.

A variante ômicron – também chamada B.1.1529 – foi reportada  por autoridades sanitárias sulafricanas à Organização Mundial de Saúde (OMS) em 24 de novembro de 2021. De acordo com OMS, a variante apresenta um “grande número de mutações”, algumas preocupantes. Por isso foi classificada no mesmo grupo de versões do coronavírus que já causaram impacto na progressão da pandemia: alfa, beta, gama e delta.

Já no Brasil, o Instituto Adolfo Lutz confirmou os dois primeiros resultados positivos para a ômicron também no dia 30. O vindos da África do Sul foi feito pelo Hospital Albert Einstein, em São Paulo.

Os dois primeiros pacientes no Brasil são um casal de missionários religiosos que não se vacinaram. O homem chegou em São Paulo vindo da África do Sul no dia 23 de novembro, antes da notificação mundial obre a variante, e apresentou um teste negativo. Mas, quando ele e a mulher tentaram voltar para aquele país, fizeram novos exames que deram positivo.

Em São Paulo, análises feitas no Hospital Albert Einstein e no Instituto Adolfo Lutz a partir do sequenciamento genético do vírus confirmaram se tratar da ômicron. O casal está isolado em casa e apresenta até o momento sintomas leves da doença.

Entrada de estrangeiros no Brasil

Após uma reunião com a Anvisa, o Ministério da Casa Civil disse que vai esperar “mais esclarecimentos” antes de tomar novas medidas contra a ômicron, como restrições mais rígidas à entrada de estrangeiros, em particular de países africanos.

A Universidade de Oxford, parceira da AstraZeneca no desenvolvimento de uma das vacinas contra covid-19 mais usadas no Brasil, disse ontem não haver ainda nenhum indício de que os atuais imunizantes não ofereçam proteção contra a ômicron. Ainda assim, ressaltou, as duas instituições estão prontas para atualizar rapidamente sua vacina.

Kit-Covid – A Prevent Sênior – empresa de seguro de saúde que entrou na mira da CPI da Covid – assinou um acordo com o Ministério Público em que admitiu que os dados sobre a suposta eficácia de seu “kit covid” “não correspondiam efetivamente a uma pesquisa científica”.

Por que a ômicron pode ser perigosa

A ômicron é considerada de preocupação, pois tem 50 mutações, sendo mais de 30 na proteína “spike” (a “chave” que o vírus usa para entrar nas células e que é o alvo da maioria das vacinas contra a Covid-19).

Um gráfico de plataforma do jornal Financial Times ganhou destaque após países vetarem voos da África do Sul e a OMS declarar variante de preocupação. A imagem do gráfico ganhou espaço nas redes sociais desde que países da Europa começaram a restringir voos que deixam locais onde a cepa circula.

A publicação compara a velocidade de transmissão da ômicron com outras já conhecidas aponta um pico da presença desta nova versão do Sars-Cov-2 nos casos de Covid-19 registrados na África do Sul depois de testados, passaram por sequenciamento genético.

O que já se sabe sobre a variante ômicron

  • Evidências sugerem que ômicron pode facilitar a reinfecção
  • Todos os continentes registraram casos da variante
  • Medidas não farmacológicas (máscara, distanciamento, ambientes ventilados) funcionam contra variantes
  • Não há registro de morte ligada à nova cepa
  • Variante apresenta um “grande número de mutações”, algumas preocupantes
  • Farmacêuticas estão trabalhando em vacinas contra a Covid-19

O que ainda não se sabe

  • Se a variante é mais transmissível
  • Se a ômicron causa sintomas mais graves e mortes
  • Se a nova variante apresenta resistência à vacinação

O primeiro caso confirmado da ômicron foi de uma amostra coletada em 9 de novembro de 2021 no país.

No dia 30 de novembro, autoridades sanitárias holandesas afirmaram que a variante já estava presente no país no dia 19 de novembro – uma semana antes do que se acreditava e antes da OMS classificar como variante de preocupação.

Com Agência Meio e G1 (atualizado em 02/12/21)

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