O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou nesta terça-feira (27) que adolescentes de 12 a 17 anos serão incluídos no Plano Nacional de Imunização (PNI) contra a Covid-19. A inclusão será iniciada após envio da primeira dose para a vacinação de adultos com mais de 18 anos. Adolescentes com comorbidades serão os primeiros a serem imunizados. A medida foi acertada durante reunião entre o ministério e representantes de estados e municípios.
Também foi definido que, após a distribuição da primeira dose dos imunizantes para todo o país, o ministério deve decidir sobre a antecipação do intervalo entre as duas doses da Pfizer, que, atualmente, é de 90 dias. Na bula do fabricante, o intervalo é de 21 dias. A redução é estudada para acelerar a imunização diante do crescimento dos casos de pessoas infectadas com a variante delta do vírus da covid-19.
“Nossa expectativa é atingir a população acima de 18 anos vacinada até o começo de setembro. A partir daí, vamos discutir a redução no intervalo da dose da Pfizer, assim a gente avançaria com a segunda dose em um número maior de pessoas e também os abaixo de 18 anos”, explicou o ministro.
Os estados e municípios ainda deverão seguir as orientações do Ministério da Saúde sobre os intervalos entre as doses de vacinas e outras recomendações do PNI.
Mais 600 milhões de doses até o fim de 2021
Até o fim de 2021, a expectativa é de que mais de 600 milhões de doses de imunizantes contra o novo coronavírus, contratadas por meio de acordos com diferentes laboratórios, sejam entregues ao Programa Nacional de Imunizações. Somente para o mês de agosto, a previsão é de que a pasta receba, pelo menos, 63 milhões de doses.
A partir de outubro, o Brasil deve entrar em uma nova fase em relação à vacinas contra a covid-19 com a entrega das primeiras doses 100% nacionais. É que o Brasil assinou um acordo de transferência de tecnologia da AstraZeneca para a Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz) que permitirá a produção nacional do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) da vacina de covid-19. Atualmente, o Brasil só produz vacina com o IFA importado.
Estado do Rio distribui 583 mil doses
A Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES) vai distribuir nesta terça e quarta (27 e 28), 583.840 doses das vacinas contra a covid-19 aos 92 municípios fluminenses. De acordo com a pasta, serão 139.400 doses da Oxford/AstraZeneca, para a segunda aplicação, 266.600 da CoronaVac e 177.840 da Pfizer, para primeira e segunda aplicação do esquema vacinal.
A capital e os municípios de Niterói, de São Gonçalo, de Maricá e de Itaboraí, na Região Metropolitana, podem fazer as retiradas de seus respectivos lotes, desde as 6h, na Coordenação Geral de Armazenagem (CGA) da SES, em Niterói. Para os outros municípios do estado, a distribuição será realizada amanhã, por meio de vans e de caminhões, com escolta da Polícia Militar, e por aeronaves.
O secretário de Saúde, Alexandre Chieppe, disse que a distribuição aos municípios tem sido imediata após o recebimento das doses pelo Ministério da Saúde. “Todas as doses de vacina que recebemos são disponibilizadas imediatamente aos municípios, para que possamos continuar avançando na campanha de vacinação no estado.”
A Subsecretaria de Vigilância e Atenção Primária à Saúde (SVAPS) vem destacando com frequência às secretarias municipais de Saúde a importância de responsáveis técnicos e gestores municipais organizarem ações de vacinação, respeitando a destinação das doses para a primeira ou segunda aplicação do esquema vacinal.
Segundo a SES, essa destinação é sinalizada por meio de informe técnico enviado pelo Programa Nacional de Imunização (PNI), do Ministério da Saúde, aos estados. “A SVAPS ressalta que a distribuição do imunizante é feita de forma proporcional e igualitária a todos os municípios”, informou a secretaria.
Rio retoma vacinação nesta quarta (28)
O município do Rio, que suspendeu a vacinação em primeira dose na sexta-feira (23) por falta de imunizantes, informou que, com o anúncio do Ministério da Saúde de envio de nova remessa de vacinas contra a covid-19 para os estados e a distribuição das doses pela Secretaria de Estado de Saúde aos municípios fluminenses, a campanha será retomada nesta quarta-feira (28).
Nesta quarta, a primeira dose será aplicada em pessoas com 34 anos, sendo as mulheres pela manhã e os homens à tarde. Na quinta-feira. será a vez de mulheres de 33 anos e repescagem à tarde para quem tem 34 anos ou mais. Na sexta, serão vacinados homens de 33 anos e repescagem para quem tem 33 anos ou mais. A semana termina com a repescagem das pessoas com 33 anos ou mais no sábado.
Certificado de vacinação em três idiomas
O certificado de vacinação do ciclo completo dos imunizantes contra a Covid-19 pode agora ser emitido em três idiomas: português, inglês e espanhol. A funcionalidade está no aplicativo ConecteSUS, disponibilizado para gestão de informações de pacientes em sua relação com o Sistema Único de Saúde (SUS).
A emissão do certificado em outras línguas pode ser útil para pessoas que desejam sair do país ou precisam apresentar essa documentação para cumprir algum tipo de exigência que demanda a comprovação da imunização.
A situação da pandemia no país levou boa parte do mundo a proibir a entrada de brasileiros. Parte das nações começou a flexibilizar essas vedações. Mas há diferentes obrigações impostas, como a apresentação de exame negativo ou o certificado de vacinação com a conclusão do ciclo vacinal.
O ConecteSUS é um dos caminhos para guardar as informações de vacinação. Quem não instala o app e se dirige a um posto de vacinação recebe um cartão que precisa ser mantido para a aplicação da segunda dose.
Caso uma pessoa perca o cartão, a orientação do Ministério da Saúde (MS) é buscar a unidade de saúde onde recebeu a primeira dose para retirar a segunda via. Segundo o MS, o uso do aplicativo evita este tipo de transtorno já que mantém as informações no sistema do SUS.
O app também traz histórico de saúde e de procedimentos realizados no SUS, como consultas e atendimentos em geral. É possível marcar consultas pelo app, desde que o paciente esteja cadastrado na unidade de saúde e no sistema do SUS.
Da Agência Brasil, com Redação