Com os casos de dengue caindo, o Rio de Janeiro agora vai focar na gripe. O município antecipou para esta quinta-feira (21) o início da vacinação contra a influenza (o vírus da gripe) em grupos prioritários. A expectativa é imunizar 1,5 milhão de pessoas (90% do público alvo) até 31 de maio. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) planeja desativar nos próximos dias os 10 polos de atendimento de dengue criados para enfrentar a epidemia.

“Muito provavelmente em uma ou duas semanas, a gente inicia o fechamento dos polos de dengue, sai da situação de emergência e pode cuidar da nova doença que está dominando o panorama epidemiológico que é a influenza”, afirma o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz.

Segundo ele, o número de casos de dengue na cidade vem caindo, com muita velocidade, nos últimos dias, mas o número de casos de gripe está aumentando, por isso, é importante se imunizar o quanto antes. “A vacina previne as formas mais graves da doença, que pode ser fatal em pessoas mais vulneráveis”, destaca.

Rio tem 73 mil casos de dengue e 5 mortes

O município confirmou também nesta quinta-feira (21) a quinta morte por dengue neste ano. O caso foi registrado em Guaratiba, na zona oeste da cidade, e a vítima é um homem de 55 anos, afetado pelo tipo grave da doença.Desde o início do ano, já foram registrados 73 mil casos prováveis da doença no município.

Apesar disso, nas últimas três semanas, houve uma redução no número de casos. Da 10ª semana epidemiológica (3 a 9 de março) para a 11ª semana (10 a 16 de março), houve queda de 37,5%.

“Na última semana, vemos o número de casos despencando. A gente começa a ter a certeza de que houve uma antecipação da onda. Os meses de janeiro e fevereiro foram muito quentes, com muita chuva. Normalmente, o número maior de casos acontece no mês de abril e maio, diferente do que aconteceu esse ano”, disse Soranz.

Em relação à vacinação contra a dengue, o secretário disse que foram imunizadas 96 mil crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, ou seja, 27% do público-alvo (354 mil). No momento, segundo ele, só há 30 mil doses do imunizante em estoque, o que impede uma aceleração na campanha de vacinação.

Coinfecção por vírus da gripe e covid-19 antecipou vacina

Este ano, o Ministério da Saúde antecipou para o dia 25 de março o início da campanha nacional de vacinação contra a gripe, que sempre ocorria entre abril e maio, por causa do aumento de casos de coinfecção pelos vírus da influenza (gripe) e da Covid-19.

A vacinação da Influenza deve começar nesta sexta-feira (22), em São Paulo e demais regiões do país, exceto o Norte. Já o Distrito Federal iniciou a vacinação contra a influenza esta semana.

A infectologista do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE) Andrea Almeida define como estratégico e oportunoo adiantamento da campanha de 2024 contra a gripe.

“A antecipação da vacina da Influenza vai levar inúmeras pessoas aos postos de vacinação, propiciando que tomem outros imunizantes e coloquem a carteirinha em dia. Esse adiantamento é estratégico e pode ajudar no combate à circulação dos vírus e ao aumento dos casos graves de Covid-19 e de influenza. A vacinação traz benefícios a toda a população, pois diminui as chances de complicações das doenças”, explica.

Onde se vacinar contra a gripe

As doses da vacina contra a gripe estão disponíveis de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, e aos sábados, das 8h às 12h, nas 238 unidades de Atenção Primária (centros municipais de saúde e clínicas da família) a idosos, crianças de seis meses a 5 anos, trabalhadores da saúde, gestantes, puérperas (mulheres até 45 dias pós-parto) e trabalhadores da educação, entre outros públicos (veja lista completa abaixo).

O Super Centro Carioca de Vacinação, localizado no complexo do Hospital Municipal Rocha Maia, em Botafogo, Zona Sul, funciona em horário especial, de domingo a domingo, das 8h às 22h, assim como o Super Centro de Vacinação, unidade Campo Grande, que está localizado no ParkShoppingCampoGrande e funciona no mesmo horário praticado pelo centro comercial.

A vacina da gripe é anual: quem se vacinou no ano passado precisa tomar uma nova dose este ano. Em 2024, a fórmula usada na campanha protege contra as três cepas do vírus influenza que mais circularam no ano passado no Hemisfério Sul: H1N1 Victoria, H3N2 Tailândia e B Áustria.

Para quem já tomou o imunizante, o esquema vacinal é de dose única. Já para as crianças abaixo dos 6 anos que vão tomar a vacina pela primeira vez, serão duas doses, com intervalo de 30 dias entre elas. O Dia D de Vacinação contra a gripe acontecerá em 13 de abril, quando a SMS fará ações de divulgação e sensibilização por toda a cidade.

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Vacina reduz em até 75% complicações por gripe

A imunização contra a gripe é fundamental para prevenir complicações, internações e mortes decorrentes das infecções pelos vírus da influenza nos grupos mais suscetíveis. Estudos estimam que a vacinação reduza em cerca de 50% as doenças relacionadas à influenza; de 32% a 45% as hospitalizações por pneumonias e de 39% a 75% da mortalidade global.

A vacina contra a gripe é segura para os grupos indicados.  As únicas exceções para precaução são pessoas com histórico de alergia grave em dose anterior da vacina influenza, e não há indicação para crianças menores de seis meses de idade. Em caso de dúvidas, os serviços de saúde poderão avaliar cada caso e dar as devidas orientações.

Para se vacinar, o usuário deve comparecer à unidade de saúde com documento de identificação e caderneta de vacinação, além de comprovante de classificação como grupo prioritário (laudo médico, documento funcional para os grupos profissionais atendidos, entre outros).

Pessoas com comorbidades são mais um público preferencial e poderão apresentar uma autodeclaração da condição clínica. A lista das comorbidades pode ser acessada pelo link.

São considerados grupos prioritários:

  • pessoas de 60 anos e mais,
  • crianças de seis meses a 5 anos, 11 meses e 29 dias,
  • gestantes em qualquer idade gestacional,
  • puérperas (mulheres até 45 dias pós-parto),
  • pessoas com deficiência permanente,
  • pessoas portadoras de doenças crônicas não transmissíveis,
  • professores do ensino básico e superior das escolas públicas e privadas,
  • povos indígenas,
  • povos quilombolas,
  • população em situação de rua,
  • população privada de liberdade (detentos),
  • adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas,
  • funcionários do sistema prisional,
  • trabalhadores de saúde,
  • caminhoneiros de transporte de cargas,
  • trabalhadores portuários,
  • trabalhadores de transporte coletivo rodoviário urbano e de longo curso,
  • força de segurança pública e salvamento (policiais federais, militares, civis e rodoviários; bombeiros militares e civis;
  • guardas municipais),
  • Forças Armadas (membros ativos da Marinha, Exército e Aeronáutica).

Fonte: SMS-Rio e Agência Brasil

 

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