O Programa Estadual de Transplantes (PET) acaba de bater dois recordes históricos: nos primeiros 8 meses de 2017 foram realizados 576 transplantes de córnea, o número supera todo o ano de  2016, quando foram feitos 575 procedimentos desse tipo. Outra boa notícia é que só em agosto foram realizados 106 transplantes de córnea, o antigo recorde mensal era de 96 cirurgias.

 “Os números alcançados pelo PET mostram que estamos avançando na questão da doação de órgãos. A fila de espera por um transplante como esse era de 10 anos e no ano passado conseguimos reduzi-la para um ano e meio. A doação de órgãos só é possível se houver solidariedade, se as pessoas estiverem bem informadas sobre esse assunto, por isso, temos que debater, temos que conversar com nossos familiares e amigos. As córneas podem ser afetadas por vários problemas e em muitos casos o transplante é a única chance que a pessoa tem de voltar a enxergar”, ressalta o secretário de Estado de Saúde, Luiz Antônio Teixeira Jr.
Tecidos como córnea, ossos, pele e válvulas cardíacas podem ser doados tanto nos casos de morte encefálica quanto na morte resultante de parada cardíaca, diferentemente do que ocorre com órgãos como o coração, fígado e rins, entre outros, que só podem ser doadores pessoas que sofreram morte cerebral. Assim como na doação de órgãos, a autorização familiar é a única forma de garantir que as córneas sejam doadas. Após a captação, que deve ocorrer em até seis horas depois do falecimento, elas podem ser devidamente armazenadas por até 14 dias, facilitando as cirurgias de transplante. Atualmente, o estado conta com 27 unidades transplantadoras.
“Nossa equipe está em festa com o sucesso do trabalho. Estamos ampliando o número de procedimentos gradativamente e o ano de 2017 está superando nossas expectativas. O progresso de aumento do número de captações para o transplante de córnea vem acontecendo desde 2014, várias ações foram colocadas em prática. Otimizamos a captação de morte encefálica, aumentamos o aceite de córneas que vêm de outros estados e a captação de córnea de doadores vítimas de parada cardíaca e estamos realizando um trabalho junto aos centros transplantadores, que vêm se organizando e se estruturando para realizar o procedimento. Esperamos realizar pelo menos 700 transplantes de córnea em 2017”, explica Gabriel Teixeira, coordenador do PET.
Banco de Olhos – Parceria entre o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO), o banco de olhos de Volta Redonda (BOV) e PET foi fundamental para o sucesso do projeto. O Banco de Olhos do INTO conta, desde 2013, com estrutura capaz de filtrar todo o ar onde as córneas são processadas, além de área de segurança biológica superior a de um centro cirúrgico.
Integrado ao Banco de Tecidos do INTO, o serviço foi o segundo do tipo a ser inaugurado no RJ e é considerado essencial para a melhoria do desempenho do estado na realização deste tipo de procedimento. Em 2017 foi inaugurado o primeiro banco de pele do Rio de Janeiro consolidado o Banco de Multitecidos. O Brasil conta com apenas 4 bancos deste tipo.
A indicação para a realização de um transplante de córnea é feita quando são detectadas alterações ou perda de uma ou mais de suas características – curvatura, regularidade e transparência. O ceratocone – patologia que prejudica o formato da córnea – é a principal causa de transplantes de córnea no Brasil. A saúde do olho também pode ser afetada por úlceras, degenerações e distrofias, além de problemas que podem ser genéticos, hereditários ou ainda causados por ferimentos e infecções.
“O transplante nos garante a substituição total ou parcial da córnea doente, ou opaca, por uma nova, sadia. Isso permite a correção de defeitos oculares. É um procedimento ambulatorial, por isso, o paciente não precisa ser internado. Mundialmente o sucesso da cirurgia varia entre 80% e 90%, variando de acordo com a complexidade dos casos”, explica Gabriel.
Para receber uma córnea, o paciente deve estar inscrito, através de um centro transplantador nesta modalidade.  No Rio de Janeiro contamos com centros de excelência realizando todo o procedimento pelo SUS. Essas equipes de transplantes são credenciadas pelo Ministério da Saúde e devem inscrevê-lo junto ao Sistema Informatizado de Gerenciamento (SIG), coordenado pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT). Automaticamente, o paciente terá o Registro Geral de Cadastro Técnico (RGCT), um número que o identifica e fornece informações importantes, como a situação na lista de espera. O critério de espera pelo transplante de córnea é cronológico: quem foi inscrito antes será submetido ao procedimento primeiro, sendo fundamental a manutenção dos exames e telefones de contato atualizados.
Em 2014, o PET lançou o Manual do Paciente de Transplante de Córnea com a finalidade de aprimorar o procedimento no estado. O documento foi criado para informar sobre os processos de doação e transplante com doador falecido e esclarecer dúvidas sobre o tema. Mais informações no link http://transplante.rj.gov.br/Publico/MostrarArquivo.aspx?C=zLwaQb1DGJI%3D.
Fonte: SES_RJ
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