O ator Reynaldo Gianecchini e a ex-presidente Dilma Rousseff conseguiram vencer a doença. O ator Edson Celulari e o governador licenciado do Rio, Luiz Fernando Pezão, continuam na luta contra o Linfoma não Hodgkin. Este tipo de câncer dobrou sua incidência no país nos últimos 25 anos, especialmente entre pessoas com mais de 60 anos, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca).
Com estimativa de que os novos casos em 2016 deverão chegar a 10.240 novas pessoas no Brasil somente este ano, sendo 5.210 homens e 5.030 mulheres, ainda de acordo com dados do Inca, o Linfoma não Hodgkin apresenta entre seus sintomas o aumento dos gânglios linfáticos (linfonodos) do pescoço, das axilas e/ou da virilha.
No Dia Internacional da Conscientização do Linfoma (15 de setembro), a comunidade médica chama a atenção da população para o conhecimento dos sintomas do Linfoma não Hodgkin. “A repercussão recente na imprensa do caso do Edson Celulari, assim como de outros famosos, ajuda muito a entender a doença e seus sintomas”, afirma a onco-hematologista da Oncoclínica Centro de Tratamento Oncológico, Adriana Scheliga.
Segundo ela, a popularização da doença na mídia é mais uma aliada no combate à doença, que conta agora com uma nova terapia. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou recentemente uma nova via de administração da terapia-alvo (anticorpo monoclonal) rituximabe.
O novo medicamento trata algumas formas da doença e diminui o período de administração do medicamento de cerca de 2,5 horas para cerca de cinco minutos. Segundo a médica, a nova via de administração permite levar conforto e qualidade de vida ao paciente.
Existem dois tipos de linfomas, o Hodgkin e o não Hodgkin. “Esse último é um tumor linfático maligno, que surge em decorrência da modificação e multiplicação desordenada dos linfócitos (células que têm a função de combate às infecções no sistema linfático). Ele acomete desde crianças até idosos, sendo responsável por cerca de 90% dos casos de linfoma diagnosticados”, explica Adriana.
A médica observa que os primeiros sinais podem não despertar a suspeita do paciente e, por isso, é importante ampliar esse debate para a população. O linfoma não Hodgkin pode se apresentar com diferentes sinais e sintomas, dependendo da localização no corpo, como o aumento dos gânglios, inchaço no abdômen, sensação de saciedade após a refeição, pressão ou dor no peito, falta de ar, febre, sudorese noturna, perda rápida de peso e fadiga.
“É uma doença que pode se desenvolver lenta ou agressivamente, com crescimento rápido, dependendo do caso”, acrescenta a especialista. Outros sintomas são tosse e coceira na pele.
Idosos são as principais vítimas
Os linfomas são cânceres que atingem o sistema linfático, estrutura do corpo que tem como uma de suas principais funções a produção de células de defesa do corpo. De acordo com especialistas, o linfoma é uma doença ‘democrática’, que atinge tanto homens quanto mulheres e todas as faixas etárias, mas é mais frequente nas pessoas idosas, geralmente acima dos 60 anos.
“O aumento da sobrevida da população mundial é um dos fatores responsáveis pelo aumento da frequência destas doenças”, explica o coordenador do Centro de Linfomas do Hospital Samaritano de São Paulo, Carlos Chiattone. Segundo ele, a denominação Hodgkin corresponde a cerca de 10% dos tipos de linfomas e caracterizada por um tipo específico de célula tumoral. Todos os outros entram na denominação não-Hodgkin, na qual dois tipos são mais comuns.
O coordenador do Centro de Linfomas do Hospital Samaritano explica que o tratamento para estas doenças inclui quimioterapia, radioterapia, imunoterapia, transplante de medula óssea e uso de moléculas que interferem no crescimento tumoral. Cada tipo de linfoma uma ou mais destas modalidades de tratamento são utilizadas. Os tratamentos mais modernos, chamados de tratamentos inteligentes, como a imunoterapia, são mais específicos para a célula doente, mais ativos e têm menor número de efeitos colaterais.
Fonte: Oncoclínica Centro de Tratamento Oncológico e Hospital Samaritano