Você sabia que é possível detectar o câncer colorretal sem que haja sintomas aparentes? Sim! Por meio do teste de imunoquímica fecal, também conhecido como teste FIT ou exame de sangue oculto nas fezes, é possível identificar o sangramento presente nas fezes, na maioria das vezes não perceptível a olho nu, e uma análise qualitativa. No entanto, de acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), apenas 30% da população brasileira realiza exames de rastreio para o câncer de colo retal.

Além do Teste Fit, são realizados por rastreio a colonoscopia, a cada 10 anos, e a retossigmoidoscopia, a cada cinco anos. O FIT é utilizado como exame de pré-triagem para o câncer colorretal. Ele é indicado para homens e mulheres que tenham entre 50 e 65 anos, que não tenham feito nenhum exame de colonoscopia ou de retossigmoidoscopia nos últimos cinco anos, não tenham nenhum histórico de doença inflamatória intestinal e de pólipos colorretais.

“Sem esses exames não é possível identificar possíveis tumores e avaliar a extensão da doença. É recomendado que pessoas a partir de 50 anos realizem alguns desses exames. Ele pode ser feito uma vez por ano com o teste de sangue oculto nas fezes”, explica a médica patologista clínica Annelise Wengerkievicz Lopes, diretora da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica / Medicina Laboratorial (SBPC/ML).

Ela alerta, no entanto, que é preciso confirmar com o médico e o laboratório se o exame é o FIT, que é o teste imunológico que detecta a hemoglobina humana. “Os testes de sangue oculto com tecnologia mais antiga têm um desempenho inferior”.

“Se o indivíduo tem histórico familiar de câncer de intestino ou de estômago, pode haver necessidade de realizar os exames mais precocemente, com mais periodicidade. Manter os exames em dia é a chave para combater essa doença. O diagnóstico precoce pode salvar a vida, uma vez que esse câncer costuma provocar lesões precursoras e pode ser descoberto logo no início”, pontua a médica.

Teste FIT: como fazer a pesquisa de sangue oculto nas fezes

O teste FIT é gratuitamente disponibilizado pelo Hospital de Amor, através do programa de rastreamento do Instituto de Prevenção — o único do país oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo o médico coordenador do departamento de endoscopia, Claúdio Hashimoto, por se tratar de um procedimento não invasivo, sem necessidade de preparo e indolor, possui uma excelente aceitação pelos pacientes.

“Se o paciente se enquadrar em todos os critérios, ele recebe o kit para coleta das fezes. Não é necessário fazer nenhuma dieta e ele pode realizar o exame quando preferir”, explica Hashimoto.

Para a efetividade do exame, são necessárias três amostras de fezes consecutivas. Dessa forma, ao defecar, o paciente utiliza o “coletor” (que recebe com o kit) e perfura as fezes em três locais diferentes. Em seguida, insere o coletor com a amostra no recipiente do exame, fecha-o adequadamente e armazena-o por até três dias em temperatura ambiente.

Depois, encaminha-o ao departamento de análise do HA e aguarda o resultado. “Caso o resultado seja positivo para sangue oculto nas fezes, não significa que o paciente esteja com câncer. É necessário prosseguir a investigação com o exame de colonoscopia”, afirma o médico.

Sangue oculto nas fezes ou colonoscopia?

A pesquisa de sangue oculto nas fezes é indicada para quem não apresenta sintomas, mas está na faixa etária (homens e mulheres que tenham entre 50 e 65 anos). Já a colonoscopia é indicada para quem já possui sintomas.

colonoscopia – exame de vídeo utilizado para visualizar o interior do intestino grosso e a parte final do intestino delgado – permite avaliar, tirar fotos e biópsias destas regiões por meio de um endoscópio (colonoscópio).

É um procedimento indicado a pacientes que já possuem sintomas, que possuem casos de câncer colorretal ou pólipos na família e que estejam dentro da faixa etária permitida.

“É importante esclarecer que em alguns casos, neste tipo de câncer, principalmente quando detectado em fases iniciais, vários pólipos intestinais podem ser retirados e curados por meio da própria colonoscopia, sem a necessidade de se realizar as cirurgias convencionais”, finalizou Hashimoto.

Mais sobre o câncer colorretal

O câncer colorretal é o segundo tipo de tumor mais comum em homens e mulheres (quando não consideramos o câncer de pele não melanoma) e o terceiro que mais mata no Brasil, com estimativa de 41 mil novos casos por ano no país, de acordo com dados recentes do Inca.

Com números tão alarmantes e um mês especialmente dedicado à prevenção e detecção precoce deste tipo de câncer — o “Março Marinho” — é preciso falar mais sobre o assunto. A neoplasia que acomete o trato digestivo (intestino grosso e reto), principalmente em pessoas com idade entre 60 e 70 anos, é tratável e, na maioria dos casos, curável ao ser diagnosticado precocemente.

Dia 27 de março é o dia da mobilização para alertas sobre a importância do diagnóstico precoce para prevenir e tratar o câncer de colo retal, ou câncer do intestino grosso. As chances de cura são bem altas quando os tumores são descobertos em estágios iniciais, e a prevenção está relacionada com adoção de hábitos saudáveis e realização de exames de rastreio a partir dos 50 anos de idade.

Dentre os fatores de riscos relacionados ao desenvolvimento do câncer no intestino, estão o sedentarismo, sobrepeso, alimentação pobre em fibras e rica em carnes vermelhas e processadas, exposição à radiação, tabagismo e alcoolismo.

Sintomas como sangue oculto nas fezes e dor na barriga (geralmente cólica), seguido de alteração intestinal (como intestino preso), são comuns deste tipo de câncer. Além disso, podem ser vistos também anemia, fraqueza e perda de peso, mas, geralmente, esses sinais já indicam a doença em fase avançada.

“É fundamental e necessário manter hábitos de vida saudáveis para se evitar a doença. E se você tem entre 50 e 65 anos de idade, faça a prevenção do câncer colorretal mesmo não apresentando sinais, por meio do teste FIT.. E lembre-se: a prevenção salva vidas e deve ser realizada o ano todo!”, afirma o médico,

Na presença de qualquer um dos sintomas é muito importante procurar o médico especialista para iniciar a investigação. Consulte seu médico de confiança ou vá até uma unidade básica de saúde para receber orientações.

Com Assessorias

 

 

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