

Em nota, a pasta informou que as iniciativas integram o AdaptaSUS, plano apresentado durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), em Belém, com estratégias que preparam a rede para enfrentar impactos das mudanças climáticas.
No 14º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva (Abrascão), onde o anúncio do investimento foi feito, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, classificou a crise climática como um problema de saúde pública e destacou que, em todo mundo, um em cada 12 hospitais paralisa suas atividades por causa de eventos climáticos extremos.
Durante o evento, o ministro lançou o Guia Nacional de Unidades de Saúde Resilientes, que orienta sobre a construção e a adaptação de unidades básicas de saúde (UBS), unidades de pronto atendimento (UPA) e hospitais, de forma que as estruturas possam resistir a eventos climáticos.
O documento, segundo a pasta, passa a integrar projetos do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC Saúde), com diretrizes sobre estruturas reforçadas, autonomia de energia e água, inteligência predial e padrões de segurança.
Também foi instalado um grupo técnico responsável por detalhar as diretrizes de resiliência, formados por especialistas do próprio ministério, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), da Organização Panamericana da Saúde (Opas) e de conselhos de saúde.
Ainda durante o congresso, o ministério apresentou a criação da Instância Nacional de Ética em Pesquisa (Inaep). A proposta é modernizar o sistema brasileiro de avaliação ética em estudos com seres humanos.
A nova estrutura, de acordo com a pasta, agiliza análises, reduz duplicidades, define critérios de risco e regula biobancos, “aproximando o Brasil das melhores práticas internacionais e ampliando sua participação na pesquisa clínica global”, avaliou o ministério.
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94% dos brasileiros temem impacto das mudanças climáticas na saúde
Nova pesquisa Ipsos-Ipec sobre a percepção da população sobre o impacto das mudanças climáticas na saúde, revelou que 94% dos entrevistados brasileiros acreditam que as mudanças no clima podem prejudicar sua própria saúde ou a de seus familiares — com 68% afirmando que as mudanças climáticas “podem prejudicar muito”. A pesquisa foi respondida de forma online por duas mil pessoas em todo o Brasil, entre os dias 14 e 22 de outubro deste ano.
A pesquisa destaca que 92% dos entrevistados concordam que a poluição do ar aumenta os riscos de doenças respiratórias. Essa percepção é reforçada por experiências pessoais: 47% já sentiram piora de sintomas respiratórios após exposição à poluição. Os participantes também reconhecem que crianças e idosos têm a saúde mais afetada pelas mudanças climáticas, além de pessoas com histórico de doenças respiratórias.
Os participantes também foram questionados sobre o uso de serviços de saúde: 42% já buscaram atendimento médico alguma vez por problemas respiratórios; 62% relatam alguma condição e/ou sintoma respiratório — com rinite (47%), alergias (46%) e asma (11%) entre os mais citados.
A pesquisa da Ipsos-Ipec mapeou a adoção de hábitos pensados na proteção do meio ambiente. Entre os entrevistados, 76% dizem ter adotado hábitos pró-meio ambiente — principalmente redução do consumo de água (64%) e energia (62%), separar lixo para reciclagem (59%) e diminuição do uso de plástico (53%). Mesmo assim, 78% acreditam que o Brasil não está preparado para lidar com os impactos das mudanças climáticas.
Da Agência Brasil, com Redação




